Sempre em contacto com a pediatra em Portugal que também ficou um pouco de mãos atadas porque não pode receitar nada de longe. Ele ficou melhor, durante 2 horas.
À noite foi um pesadelo, acordava sem conseguir respirar direito o tempo todo.
Quando acordamos, ele estava com aquela tosse cada vez mais forte e de repente foi ficando sem respirar, o ar não entra, e ele foi ficando vermelho e roxo. Saímos correndo para o hospital de novo.
Já cheguei chorando...não conseguia parar de chorar.
Ok. Atenderam a gente de novo no mesmo processo da primeira vez.
Tudo igual. Inalação, esteroides, remédio.
Ele foi melhorando. Passava algum tempo ele ficava nervoso começava a chorar e lá vinha uma crise de falta de ar de novo.
Meu deus, que desespero gente!
Eu estava tão arrasado que a médica pediu um serviço de tradutor. É assim: você fica com um telefone no ouvido e ela também, ela fala em inglês para um cara, ele traduz para mim o que ela falou eu respondo em português para ele e ele traduz para ela em inglês. E assim conversamos durante um tempo.
Esse serviço você pode solicitar na sua entrada no hospital, mas óbvio que ninguém sabe. Só nesse caso de desespero e quando alguém tem a boa vontade de ajudar uns pais aflitos.
Entendi melhor os termos técnicos do que o Rui estava tendo e das medicações que ele estava tomando.
Insisti para que ela fizesse alguma coisa que fosse mais contínua e ele melhorasse e não que ela mandasse ele para casa daquele jeito.
Não há o que fazer. Entendi nas duas línguas isso!
Aqui eles agem de forma diferente da nossa e temos que entender isso.
E lá fomos nós embora para casa de novo. Com a sensação de impotência de não poder fazer nosso filho ficar bem e ter que passar por isso. Sabe lá deus quanto tempo.
Comecei a falar com várias pessoas que conheço para ver se alguém tinha um remédio que a pediatra de Portugal disse que melhoraria muito a situação. Nunca mais viajo sem ele!
Até que a médica da amiga que indicou o hospital sugeriu uma pediatra portuguesa.
Meu coração se encheu de uma força ao saber que alguém ia fazer alguma coisa pelo meu filho.
Marcamos uma consulta no dia seguinte cedinho.
Lá fomos nós. O bichinho mal de novo.
Na consulta conhecemos a Doutora Flávia . Eu nem sei dizer o alívio que eu senti já na hora que ela abriu a porta e disse:
- Oi Rui! Vamos fazer você melhorar tá?
Ela examinou, explicou tudinho na nossa Língua, tirou todas as nossas dúvidas e entendemos que o tratamento do hospital uma hora até ia melhorar, mas ele ia ficar sofrendo, e nós também, alguns dias.
Então ele começou um novo tratamento. Com uma regularidade, tomando remédio de tanto em tanto tempo, nebulizando. Enfim, voltamos para casa, começamos o tratamento que a Doutora passou e assim ele foi melhorando aos poucos.
A febre foi baixando até acabar, a respiração foi melhorando, nós fomos nos acalmando e nosso pequeno foi voltando ao normal.
Ufa! Que alívio!
Com isso adiamos nossa volta em 1 semana. Para que ele ficasse bem para viajar de avião, como indicou a Doutora.
Depois voltamos para casa. Com o coração calmo, com a família unida e saudável.
Tiramos várias conclusões dessa viagem. Uma delas é, respirar fundo e ser forte. Nossos pequenos tem que nos ver fortes nas situações de dificuldade.
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Amor sem limite
De TodoMinha história podia ser como tantas outras, mas começou de uma forma muito diferente. Me casei com um homem, que já fora mulher, e mudou para me fazer feliz e ser feliz. Com ele tive 2 filhos gémeos, 100% nossos. Mas filhos, não é só coisas boas...