Capítulo 4

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Acordei com os raios de sol em meu rosto, então aproveitei que havia acabado de acordar e olhei o horário. Eu poderia dormir mais meia hora, mas mesmo assim resolvi levantar, já que estava ansiosa demais (de um jeito ruim).

Desci para tomar café, mas nem minha mãe tinha levantado ainda, então peguei um pão e passei manteiga em cima, já que não estava com tanta fome assim. Logo depois, fui até a a janela de vidro da sala e fiquei olhando para a casa de Jimin; era inacreditável saber que todos achavam que ele era o jovem adolescente mais doce do mundo, quando na verdade era um completo babaca.

Depois que terminei, subi as escadas para me arrumar, dei um beijo na bochecha da minha mãe e sai de casa.

Quando abri a porta, vi Park Jimin saindo de sua casa do outro lado da rua também. Comecei a caminhar mais rápido na esperança de que ele não me alcançasse, mas quando eu menos percebo, ele acaba me ultrapassando.

Esse garoto me deixa nervosa! Quem ele pensa que é, ou melhor, o que irá mudar na vida dele se ele ficar atrás de mim? Exatamente: N.A.D.A.

Acelerei o passo para tentar ultrapassa-lo novamente. Parecíamos duas crianças brigando... Até que uma hora ele parou, fazendo com que eu batesse a cabeça em cheio nas costas dele.

— Aí! Por que parou de repente? — reclamei, mas ele apenas riu, como se estivesse debochando da situação.

— Ninguém mandou ficar tentando me alcançar... e meu nome é Jimin "garota", ou melhor, para você é Park Jimin oppa.— arregalei os olhos com a resposta afrontosa.

— E meu nome não é "garota", é Kat... Mas para você é Katherine. — respondi na altura de sua resposta anterior, porém ele deu de ombros.

— Tá legal, garota. — sorriu.

— Katherine! — reclamei, e passei em sua frente.

[ . . . ]

Quando cheguei na escola, deparei-me com todas aquelas fileiras de estudantes novamente. Olhei para o lado e vi minhas amigas fazendo um sinal com as mãos para eu ir lá.

— Até que enfim você chegou, eu já estava preocupada! — Yura disse, e me abraçou.

— O que acharam que poderia ter acontecido comigo? — perguntei rindo.

— Vai saber, você poderia morrer no meio de todas essas garotas. — Minho respondeu, nos fazendo rir.

Olhamos para o tal "desfile matinal", e quando foi a vez de Jimin passar, fez questão de me encarar e ainda sorrir daquele jeito estúpido, como se já se achasse o vitorioso da situação.

— Desgraçado... — sussurrei para mim mesma, não conseguia segurar a raiva apenas no pensamento.

— O que você disse, Kat? — Sunhee perguntou, demonstrando curiosidade.

— Ah, nada... — respondi sorrindo, e ela apenas me encarou. Já parecia estar desconfiada... Conhece-me tão bem que só por um olhar já deve saber das minhas mentiras. Me arrepiei só de pensar nessa possibilidade.

Quando o showzinho acabou, fomos para a sala de aula. Sentei na minha classe e fiquei observando Eunji, que sentava quase ao meu lado.

Ela estava mexendo em alguma coisa em sua mochila, e quando puxou a "coisa" para cima, consegui ver um pedaço do objeto, que era o colar.

— Esconde isso Eunji! — uma estudante que estava ao seu lado sussurrou, assustada.

Eunji então escondeu o colar em sua mochila rapidamente e olhou para os lados, conferindo se ninguém havia visto aquela cena.

[ . . . ]

A aula foi um tédio, mas na maior parte dela eu fiquei pensando em como Eunji faria para devolver o colar ao Park. Estava curiosa e queria saber o desfecho da história.

Após o sinal finalmente bater, fui até o pátio com o Minho; ele era o único que sabia sobre a ameaça de Jimin. Resolvi contar a ele justamente porque conhecia bem demais as minhas amigas, e sabia que elas pirariam de vez apenas se mencionasse a frase "Park Jimin invadiu a minha casa", ou pior ainda, "Park Jimin prometeu que transformaria a minha vida na escola um inferno caso não cumprisse o combinado".

Quando chegamos perto de Eunji, ela estava junto com uma estudante, provavelmente a mesma que falava com ela na sala.

— Então, você vai devolver o colar? — Minho já chegou perguntando na cara dura.

— S-sim... eu vou. — Eunji estava nervosa, e dava para perceber de longe.

— Sabe... eu te entendo, se gostasse de alguém e tivesse achado uma de suas coisas, gostaria muito de ficar com ela. — resolvi conversar com ela, e por incrível que pareça ela estava concordando com o que eu falava. — Mas... tenho certeza de que o certo seria devolver. — completei, porém a reação dela agora foi se espantar. Parecia até que tinha visto um fantasma.

— M-mas eu sou muito tímida... -- explicou, dessa vez parecia triste.

— Então, você quer minha ajuda? — perguntei, e não deveria ter feito isso.

— Sim! Mas... como? — ela perguntou. Eu ainda estava surpresa de a ver levando toda a situação na boa, principalmente comigo.

— É... como? — Minho me olhou confuso.

— Bom, você pode simplesmente deixar na mochila dele, como se o colar tivesse aparecido do nada. - ela parecia estar confusa com o que eu falei, e Minho mais ainda.

— Mas... eu quero que ele saiba que fui eu quem achou. — Eunji disse e olhou para o chão, envergonhada.

— Então deixa um bilhete... — Minho completou.

— Exato! — falei animada. — E que você faça isso ainda hoje de preferência, pois quanto mais cedo devolver, melhor será. — completei. Melhor será mesmo, assim eu não levo a culpa depois.

— Aí droga... — Eunji reclamou, enquanto revirava a sua mochila. Durante esse tempo, eu e Minho olhávamos para ela, sem entender absolutamente nada. Até que... — Onde está o colar?! — seus olhos já estavam lacrimejando.

 — Onde está o colar?! — seus olhos já estavam lacrimejando

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