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Marc Bartra

  Tinha acabado de ganhar coragem para abandonar o meu carro e dirigir-me até à Tribuna. O Mario já tinha dito que a Lea estaria lá e esse é o principal motivo pelo qual eu estou tão nervoso. Já estraguei as coisas com a Lea uma vez e certamente não quero cometer esse erro novamente. 

   Enviei uma mensagem ao meu colega de equipa a dizer que estava a dirigir-me para o local onde eles se encontravam. Ainda faltavam cerca de quinze minutos para o início do jogo e o Estádio já estava cheio de gente, o que dificultava o meu caminho até à Tribuna. 

   Fui obrigado a trocar algumas palavras com o segurança— uma vez que não possuía um "cartão VIP" e ele decidiu fazer de conta que não fazia a mínima ideia de quem eu era — e assim que comecei a passar pelas pessoas que já se encontravam sentadas nas suas respectivas cadeiras, fui capaz de reconhecer a rapariga por quem estive apaixonado durante mais de seis anos. A Lea conversava com o Mario alegremente e fui capaz de ouvir a sua gargalhada de longe — jamais esqueceria aquele riso histérico tão característico dela

   Mas quanto mais me aproximava, mais nervoso me sentia. Porquê que eu estava assim? E como é que era suposto eu agir naturalmente se estava tão hesitante em relação a tudo. A situação estava tão grave que eu cheguei a duvidar se estaria "bonito o suficiente" para ela. Claro que eu estou bonito o suficiente! 

Eu sou bonito o suficiente.

  Fui caminhando em direção aos lugares onde eles se encontravam sentados e quando o olhar da Lea se cruzou com o meu, uma sensação estranha invadiu os meus sentidos. Era um misto de sentimentos muito familiar. 

   Nós ficámos a olhar um para o outro durante alguns segundos e como não fomos nada discretos, o Mario virou-se para trás, seguindo o olhar da minha ex-namorada.

  — Oh, estou a ver que já se viram. — Tentou aliviar o clima, levantando-se para me cumprimentar. Estiquei-lhe a minha mão e ele esticou-me a sua, apertando-a em seguida. Depois, virou-se para trás e apontou para a rapariga que o acompanhava.  — Marc, esta é a Lea e Lea, este é o Marc. 

    Tanto eu como a jovem hesitámos em dizer algo. Ela parecia estar tão nervosa quanto eu mas não retirou o olhar de mim por um único segundo, o que, a meu ver, já era algum progresso tendo em conta ela ter-me dito que jamais conseguiria olhar para a minha cara depois do que eu lhe tinha feito.

— Podem cumprimentar-se, vá. Ninguém aqui vai morder ninguém, penso eu. — O meu colega de equipa voltou a tentar brincar com a situação, dando-me um leve empurrão nas costas para que eu me aproximasse mais da Lea. Em seguida, cruzou os braços e ficou a observar-nos atentamente. — Estou à espera... 

     Seja lá o que ele está a tentar fazer... Está a resultar. A Lea riu-se discretamente, parecendo estar menos nervosa e hesitante em relação à minha presença. 

— Bom, então, olá, Lea. — Proferi, ainda um pouco hesitante em relação ao que estava a fazer. 

— Olá, Marc.— Foi a sua fez de dizer, levantando-se para poder ficar quase à minha altura. 

   Sim, quase. Porque a Lea media pouco mais de 1,54m e eu tinha um metro e oitenta e três centímetros. 

  — Continuo à espera que se cumprimentem. — O jovem alemão decidiu, novamente,  intrometer-se na situação.— Para que fique mais claro, são dois beijinhos, sim?

 — Obrigada, Mario, tinhamo-nos esquecido dessa parte! — A Lea exclamou, em tom de brincadeira, fazendo com que um sorriso totalmente estúpido surgisse nos meus lábios. 

  — Exato, obrigada Mario. — Entrei também na brincadeira. 

  Aos poucos e poucos reconstruiria a confiança que a Lea tinha perdido em mim.  

 Aproximei-me do rosto da jovem e depositei um beijo sobre uma das suas bochechas, sentindo os seus lábios deixarem outro na minha face. Ouvi as palmas irónicas do Mario que, embora estivesse a brincar, deveria estar orgulhoso de ter conseguido convencer a teimosa e casmurra Lea Cardenas a vir até aqui. Era gratificante tê-la novamente comigo ainda que fosse apenas como uma conhecida. Eu sabia que conseguia fazer com que ela se apaixonasse novamente... Isto se ela alguma vez deixou de estar apaixonada por mim. 

  Depois movemos os nossos rostos e voltámos a cumprimentar-nos. O alemão continuou a bater palmas e a dizer, em alemão, o quão orgulhoso estava dos progressos que tínhamos feito nos primeiros dez minutos juntos. 

   Deu-se início à entrada dos jogadores para começarem a aquecer antes do início do jogo e tanto eu como a Lea e o  Götze nos sentámos para não atrapalhar as pessoas que estavam na Tribuna e que queriam ver o jogo também

 — Então, pronta para ver o Borussia Dortmund ganhar?— Inquiri, virando-me para encarar a Lea que parecia estar encantada por se encontrar no Estádio do Bayern de Munique a ver um jogo na Tribuna VIP da Allianz Arena. 

— Não porque quem vai vencer será o Bayern.— Respondeu, cruzando os braços.

— Então, que ganhe o melhor. — Ripostou o Mario, mostrando ter plena confiança na nossa equipa.  

Worthless || Marc Bartra ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora