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Por Lea Cardenas

     Infelizmente, tinha acabado por descontar no Marc a frustração que estava a sentir com todo aquele assunto do meu pai e não falei decentemente com ele durante os últimos dias. 

    De qualquer das maneiras, eu consegui resolver todos os meus assuntos pendentes no curto espaço de tempo que me foi concedido. 

     Ainda que eu saiba o quão errado foi da minha parte, estive com a Kaylee e a Jéssica nesta sexta-feira. Saímos para beber uns copos e para nos divertir-mos numa festa que acontecera na casa de um amigo nosso. 

     Não me sentia muito desejada, confesso. Contudo, quando contei que me mudaria para Dortmund daí a três dias, as suas atitudes mudaram drasticamente. Parecia que, de repente, elas precisavam loucamente de mim em Barcelona e existiam múltiplos motivos para que eu não pudesse abandonar a cidade. 

      Claro que eu não acreditei numa única palavra. Sabia perfeitamente que elas não me queriam ver feliz junto do Marc e era por isso que estavam a tentar prender-me. Mas... Se nem o meu pai me conseguiu afastar dele, não seriam elas a consegui-lo.

      Mudei o assunto várias vezes nessa noite e, mesmo com todos os pequenos problemas, consegui divertir-me bastante. Posso ter sido um pouco irresponsável em relação à quantidade de álcool ingerida mas, em momento algum, me aproximei de um ser humano do sexo oposto com outro tipo de intenções.

      Não por ser comprometida mas porque, a esta altura do campeonato, só me importo com uma criaturinha do sexo masculino e ela está a catorze horas de distância de mim e daquela festa. 

     Quando regressei a casa, nessa sexta-feira, recusei-me a mandar mensagens ao Marc. Eu estava claramente alcoolizada e não queria preocupá-lo ou fazer com que ele criasse múltiplos macaquinhos naquela sua cabeça dramática. 

     Apenas lhe respondi na manhã seguinte, alegando ter ido dormir mais cedo por estar cansada da nova rotina que tinha adquirido. Claro que ele acreditou e disse que não havia qualquer problema em relação a isso... Eu não merecia aquele rapaz

       No fim de semana, aproveitei para arrumar o meu quarto e colocar as coisas em pequenas caixas. Honestamente, não tencionava regressar para lá independentemente de as coisas resultarem entre mim e o jovem espanhol. Eu tinha vinte e quatro anos. Estava mais do que na altura de sair de casa dos meus pais e ir em busca da minha vida. 
      Estava na altura de me preocupar em construir uma família — o que, cá entre nós, era algo que eu queria muito — e, antes disso, encontrar um bom trabalho e uma boa casa, reunindo todas as condições necessárias para que todos fossem felizes. Eu aspirava poder dar aos meus filhos tudo o que eles precisassem — e que não precisassem, afinal, eles também tinham o direito de ser mimados de vez em quando—, uma vez que eu não tinha tido bem essas oportunidades. 
       Imaginem que as coisas entre mim e o Marc corriam bem. Os nossos filhos seriam lindos! Poderiam ter os olhos verdes do pai, o meu nariz e os lábios dele também. Seriam morenos como a mamã e quase tão altos quanto o Bartra. Carregariam os nossos sobrenomes: Cardenas Bartra Aregall. 

      O quanto eu queria que isso acontecesse...

Worthless || Marc Bartra ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora