Mulher de Traficante (TEMP 2) COMPLETA

Bônus: Polegar.

Polegar narrando

Foi culpa minha, eu sou muito lerdo. Muito devagar, devia ter tirado ela primeiro, não podia ter escutado ela. Não conseguia encarar o Bobby, muito menos a Melinna. Eles vieram até mim, tava sentado com o Guga, em frente ao quarto.
Bobby: Não se culpe - Sentou ao meu lado enquanto a Melinna se abaixava na minha frente. - Você respeitou o que ela quis, tudo que eu sempre quis que você fizesse
Polegar: É, mas agora ela tá morta
Melinna: Ela não tá morta - Segurou nas minhas mãos. - Não sei nem se ela estaria viva se não fosse por você
Polegar: Não fiz nada, eu tirei o Felipe. Cheguei tarde demais pra tirar ela - Lágrimas rolavam pelo meu rosto.
Melinna: Você a salvou, você respeitou a decisão dela. Ela está viva. Não sabe o quanto sou grata à você - Ela me abraçou e eu retribui.
Manuella: CADÊ A MINHA AMIGA? - Chegou gritando.
Bobby: Precisa disso Manuella? - perguntou. Ela mandou dedo pra ele, que apenas a encarou, e ela abaixou a mão. Me olhou em seguida.
Manuella: POR QUE NÃO TIROU ELA PRIMEIRO? - Gritou chorando. Guga levantou e segurou ela.
Guga: Para de gritar Manuella! Já chega! - Falou sério segurando ela pelos braços. - Ele só fez o que ela queria - contou. Ela olhou confusa.
Manuella: O que ela queria? - Repetiu.
Guga: Ela não deixou ele tirar ela antes de tirar o Felipe.
Ela ficou de várias cores ao ouvir isso. Abraçou o Guga e chorou igual criança.
Jorge: Ela tá acordada, meio sonolenta por causa de remédios - Disse saindo do quarto. - Pode receber visitar, sem muito esforço - Saiu.
Melinna: Você pode ir - Me olhou. - Sei que é você que ela quer ver agora
Manuella: Ela tomou a decisão dela - Disse de repente. - É você que tem que ir lá
Respirei fundo e assenti. Levantei e entrei. Ela estava com vários aparelhos, fechei a porta e me aproximei.
Polegar: Oi - disse. Ela me olhou. - Tá bem? - Ela fez que sim com a cabeça. - Era pra você estar em uma casa segura, e não naquela rua. Foi o Carlos, não foi?
Gabriella: Foi - Ela disse com a voz fraca.
Polegar: Eu vou matar ele
Gabriella: O Pixote... - Disse com a voz entrecortada.
Polegar: Pode ser estranho mas... ele não estava no meio - contei. Ela soltou um sorriso, que logo se desfez.
Gabriella: Ele teve escolha, o que eu quis que ele tivesse... Ele escolheu certo então, já que ele não estava - Falou baixo.
Polegar: Do que está falando?
Gabriella: Uma coisa...
Polegar: Não acredito que isso está acontecendo... Não era pra você estar naquela rua.
Gabriella: Você sabe porque eu estava ali? Eu tive que escolher entre ficar segura e ficar com você. E eu escolhi ficar com você. Porque eu te amo - sussurrou. Meu coração deu um pulo ao ouvir isso. - Não importa o que aconteça, essa foi a minha melhor escolha
Ela apagou em poucos segundos depois de falar. Meu rosto estava molhado em lágrimas. Ela disse. Depois de todo esse tempo... Ela realmente me ama. Eu sempre soube. Ela nunca conseguiu disfarçar. Mas ouvir, ouvir isso dela, foi a melhor coisa da minha vida.