9. bad dreams

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Ps: Música na mídia!

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Eu relaxei no sofá e me encostei na Babi.
Bárbara: Amiga, fica calma tá?
Larissa: Isso, você precisa ficar bem
Manuella: É, Gabi, você tem que ficar bem mesmo
Gabriella: Eu já volto - disse. Elas assentiram e eu levantei. Saí da sala e fui pra área a da piscina. Tirei toda a roupa, ficando apenas de calcinha e sutiã, e entrei na água. Me encostei na borda e afundei, quando não consegui mais segurar voltei pra superfície. Não consegui segurar e comecei a chorar, aquilo estava me consumindo. Sem saber se ele estava bem ou se sobreviveria. Doía tanto saber que ele estava no hospital, passando por uma cirurgia e eu sem poder fazer nada. Passei as mãos pelo cabelo e deslizei até o pescoço. O choro saía descontroladamente, mas baixo. Afundei e fui até o piso da piscina. Sentei e abracei minhas pernas. Chorei como nunca havia chorado na vida. Só queria que ele ficasse bem. Era tudo o que eu queria, que ele saísse dessa. Essa dor estava me consumindo. Senti uma mão me puxar e fomos pra superfície.
Manuella: Você ficou maluca? Tá tentando se matar? - gritou comigo.
Gabriella: Claro que não! - me defendi.
Manuella: Você é doida, Gabriella! Doida! - gritou e me puxou pra fora da piscina. Nos secamos e entramos. Subimos sem falar com ninguém, tomamos banho, separadas, e depois fomos pro closet. Coloquei uma regata azul bebê, uma camisa azul escura por cima, uma calça jeans preta e uma sapatilha preta. Sequei meu cabelo e deixei solto mesmo. A Manu colocou uma blusa de manga comprida vermelha, uma calça legging e um all star branco, secou o cabelo e deixou ele ondulado mesmo, que é o natural dela. Descemos após ela me dar inúmeras broncas e pedir pra mim parar de ser irresponsável.
Kelly: Tá tudo bem? - perguntou quando nos sentamos no sofá.
Manuella: Sim, está - disse apenas. O telefone tocou e minha mãe veio atender.
- IDL -
Melinna: Alô?
Oi, Fe, e aí?
Sei, entendi, e foi tudo bem na cirurgia?
Que ótimo, graças a Deus! Já estão voltando?
Entendi, tudo bem. Até, beijo
- FDL -
Ela desligou o telefone, e olhou pra nós, ficou em silêncio apenas encarando.
Gabriella: Fala alguma coisa, mãe - pedi.
Melinna: Ele tá bem, foi tudo bem na cirurgia - contou. - Eles estão voltando já já, o médico só vai receitar um remédio pra dor, anti-inflamatório, essas coisas e já estão vindo
Gabriella: Vou poder ir ver ele?
Melinna: Claro que vai
Gabriella: Ainda hoje?
Melinna: Vamos ver - disse e voltou pra cozinha.
Bárbara: Viu? Ele está bem, fica tranquila
Larissa: Isso, não tem mais porque se preocupar
Manuella: Elas tem razão, simplesmente relaxe - disse. Eu deitei no colo da Babi colocando as pernas no colo da Manu e relaxei. Meus pensamentos voaram, era quase como um sonho. Me vi andando de bicicleta pela primeira vez, vi a Barbie nascendo, vi o Xandinho nascendo, vi o acidente da Mari, me vi quebrando a perna com 7 e 9 anos, me vi escorregando do corrimão da escada e o meu pai me segurando quando eu tinha 6 anos, vi minha e meu pai voltando quando eu tinha 12 anos, lembrei da noite com o Menor e dele me jogando no rio, do Pietro matando os traficantes drogados, me vi batendo na Nandinha, lembrei das brigas falsas com o Pietro e nossa noite no Rio de Janeiro, lembrei do meu pai me batendo duas vezes, da dor, do sangue, do vazio que eu senti quando o Pietro foi embora, e da tristeza quando ele não voltou, vi o rosto da Manu, da Babi e da Lari, vi o rosto da minha mãe e da minha tia. Não sei porque minha cabeça tava projetando essas memórias. Levei um susto e um sobressalto que quase caí do sofá, olhei em volta e tava tudo escuro. Manu, Babi e Lari estavam ali me olhando.
Bárbara: Tá tudo bem? Acho que teve um pesadelo
Larissa: Você falou alguns nomes, e se mexeu bastante
Manuella: Você tremeu em alguns momentos - completou. Sentei no sofá e me encostei. Respirei fundo, estava um pouco suada.
Gabriella: Tudo bem, foi só um sonho ruim
Bárbara: Percebemos... Ele já voltou - disse e eu olhei pra ela na mesma hora.
Gabriella: Vou lá!
Manuella: Amiga, são quase meia-noite
Gabriella: Não importa
Larissa: Deixa ela! Vai, Gabi - disse. Sorri agradecida pra ela. Levantei, coloquei minha sapatilha e saí de casa. Desci correndo e abri o portão, nem me preocupei em fechar. Atravessei a rua e abri o portão da casa dele. Subi e abri a porta da sala, respirei fundo e entrei.

***

Foto na mídia: Kelly Moreira (Ke)

Mulher de Traficante (TEMP 2) COMPLETAOnde histórias criam vida. Descubra agora