3.

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Desviei o olhar pra Manu depois que a Ane terminou de falar.
Manuella: Ela por acaso disse quem era?
Luane: Não, só que era muito bonito e tava na boca - deu de ombros. Chegamos na praça e eu sentei no banco, a Manu sentou do meu lado e a Ane ficou em pé na nossa frente.
Gabriella: Magrela vadia - xinguei.
Luane: Por que, Gabi?
Gabriella: Era o Pietro, eu vi
Luane: O Pietro? Mas o Pietro não tá no RJ com frescurinha? - perguntou.
Gabriella: Não tá mais, ele voltou. Eu vi tudo, ele também tava bem entusiasmadinho falando com ela
Luane: Nossa, e o que vai fazer?
Gabriella: Nada ué
Manuella: Vai sim!
Gabriella: Não vou não! - rebati.
Manuella: Ah, vai sim, e eu também - disse impaciente.
Gabriella: Não vamos fazer nada, Manu, a não ser que tenha algum motivo - argumentei.
Manuella: Ah, fica quietinha vai - preferi não discutir. Conversamos com a Ane e depois de muitos argumentos, conseguimos convencê-la a ir com a gente. Ela arrumou as coisas, esperamos na rua mesmo e fomos pra casa. Mostramos o quarto das meninas e deixamos ela se ajeitando.
Gabriella: Mano! Ela tá encantadinha com ele - debochei. - É sério isso?
Manuella: Que vadia, te falar viu! - reclamou. Ela foi tomar banho e eu fui atrás da minha mãe. Desci as escadas pulando dois degraus de uma vez e fui pra cozinha, tava bem animadinha com a minha nova ideia. Na cozinha estava minha mãe, minha tia, tia Carla e Núbia.
Gabriella: Oi pra vocês - sorri e sentei na bancada.
Melinna: Oi, filha - me olhou rapidamente e voltou os olhos pra panela. - Tá me parecendo animada - comentou.
Gabriella: E estou mesmo - confirmei.
Carla: E qual o motivo, Gabi?
Gabriella: Quero alguns carros
Patrícia: Alguns? - arqueou uma sobrancelha.
Gabriella: Todo mundo tem dinheiro pra me dar alguns carros - revirei os olhos.
Nubia: Sim, Gabi, mas não acha que está exagerando?
Gabriella: Não, não acho - disse. - Mãe? - chamei.
Melinna: Tudo bem, pode ter quantos quiser, vou falar com o Fernando
Gabriella: Obrigada - sorri de orelha a orelha e minha tia riu. - O que tem de bom aí? - perguntei.
Melinna: Brigadeiro, mas hoje é dia de pizza
Gabriella: Verdade, deixa eu contar pra vocês - elas riram. - A irmã da Maria Clara, que nós não conhecíamos, veio morar no morro com uma amiga
Melinna: Maria Clara tem irmã é? - fiz que sim com a cabeça. - E por que ela veio pra cá?
Gabriella: A Luane disse que a magrela disse que os pais dela morreram. Ela e a Maria Clara se odeiam, mas a Nandinha deixou ela ficar - dei de ombros.
Patrícia: Magrela? - perguntou confusa.
Gabriella: O nome dela, na verdade, é Isabella, mas eu chamo de magrela - expliquei. Minha tia revirou os olhos e minha mãe riu desligando o fogo.
Melinna: Gostei - sorriu. - Ela é bonita? - virou colocando a panela na bancada.
Gabriella: Particularmente? Não achei - dei de ombros.
Melinna: Sei - rimos. Desci da bancada.
Gabriella: Vou dar uma voltinha com a Manu - disse.
Patrícia: Outra voltinha?
Gabriella: Sim, tia, e você - olhei pra minha mãe. - Não esqueça dos meus carros
Melinna: Não vou esquecer - revirou os olhos.
Gabriella: É bom - ela riu debochando. - Tchau - saí da cozinha e parei em frente as escadas. - Manuella vagabunda! - gritei. Ela veio correndo e desceu escorregando pelo corrimão. - Ridícula - rimos. Saímos de casa e fomos pra rua.
Manuella: Onde que a gente vai mesmo? - perguntou. Revirei os olhos.
Gabriella: Tomar um sorvete, açaí ou paleta e depois voltar pra pizza - disse.
Manuella: Ah! - ela suspirou. - Noite da pizza, ele vem
Gabriella: Talvez não, faz meses já, ele perdeu a tradição
Manuella: Não se perde tradição, amiga - me encarou. Respirei fundo.
Gabriella: Tanto faz! Vamos - desconversei. Grudamos os braços e subimos a rua. Olhei pra trás e já tinha uma par de segurança atrás da gente. - Não acredito nisso - revirei os olhos.
Manuella: Como ainda não acostumou?
Gabriella: Não vou me acostumar nunca!
Manuella: Tem que acostumar, amiga. Você além de filha do Bobby, tem a ameaça - argumentou.
Gabriella: Eu sei, Manu, eu sei - suspirei.

***

Foto da mídia: Manuella Lamari (Manu)

Mulher de Traficante (TEMP 2) COMPLETAOnde histórias criam vida. Descubra agora