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Passado umas horas, apareceu novamente a enfermeira que desta vez, entrou no quarto com muito cuidado para não acordar Amélia que se encontrava a dormir. A enfermeira, pôs-se de joelhos ao pé da dorminhoca e tocou-lhe no braço com algum receio. Depois de várias tentativas sem sucesso, a enfermeira repete:

- Menina acorde! Tenho ótimas notícias para lhe dar!

Amélia abre lentamente os olhos, suspira e pergunta à enfermeira:

- O que tem assim de tão relevante para me contar? - Perguntou Amélia ao mesmo tempo que se ia levantando.

- A menina pode sair daqui ainda hoje!

- O quê? A sério? Como enfermeira? - Perguntou Amélia ansiosa por finalmente poder sair daquele inferno, apesar de não se lembrar dos momentos horríveis que passara na clínica.

- Tenha calma não se precipite... Antes de se ir embora vai ter que ser avaliada por um psicólogo para termos a certeza de que fica bem.

- Mas porquê agora?

- Bom, nestes últimos dias não detectamos qualquer, digamos "maluquice" em si. Apesar de afirmar ver espíritos, achamos que não é nada de especial.

- Finalmente, chegou o dia que tanto esperava!

- Mas não sai daqui sem me agradecer porque fui eu que convenci-os em tirar a Amélia daqui.

- Muito obrigada enfermeira, por tudo. - Disse Amélia abraçando a enfermeira que nunca a tinha visto tão contente como naquele momento.

- De nada menina, vou ter muitas saudades suas. - Disse a enfermeira deixando cair uma lágrima.

Ao acabarem a conversa muito emocional, ouvem alguém a bater à porta:

Toc Toc Toc

As duas olham para trás e vêem o psicólogo com um bloco de notas na mão muito intimidado com os olhares. Ele suspira e pergunta:

- É a menina Amélia de Carvalho?

- Sim. - Responde Amélia olhando para a enfermeira.

- Pode-me acompanhar até ao meu gabinete?

- Com certeza.

O psicólogo leva então Amélia para o seu gabinete que ficava no fundo do corredor. Amélia ao entrar, sentiu-se observada sem saber porquê. Ela sentou-se à frente do psicólogo que estava fixamente a olhar para ela, o que a deixava muito desconfortável. O psicólogo começou a conversa com uma pergunta que nem ela sabia como haveria de responder:

- Então a Amélia tem um problema com espíritos desde quando?

- Ah não sei mas talvez desde que o meu colega da Universidade morreu.

- Tinha algum sentimento para com esse colega?

- Que eu me lembre não, éramos apenas colegas nada mais.

- Já viu esse espírito quantas vezes?

- Só me lembro de o ver duas vezes e uma foi porque me contaram.

- Ele disse-lhe alguma coisa?

- Muitas e da última vez que conversámos, ele disse que se iria vingar de mim. - Disse Amélia acabando por chorar.

A Minha Motivação |livro 1|Onde histórias criam vida. Descubra agora