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Depois da agradável surpresa à Universidade, Amélia regressara a casa um pouco cansada. Ao abrir a porta, encontra Alice a olhar para a parede com um ar assustado. Amélia olha também para a parede para ver se tinha algo de estranho mas não viu absolutamente nada. Ao achar que a empregada estava a ficar maluca, pergunta-lhe:

- Porque é que está a olhar para a parede  Alice?

- Porque está ali uma aranha! Eu ando à horas a ver se a apanho mas ainda não consigui...

- Deixe estar a aranha Alice, ela já se vai embora.

- Como é que sabe?

- A aranha não pode ficar aqui presa para sempre, aqui ela não tem como sobreviver e vai acabara por morrer.

- Ai menina mas eu tenho medo destes bichos, nem me diga nada! 

Amélia riu-se com a figura que Alice estava a fazer e foi para o seu quarto. Alice tocou-lhe no braço antes de Amélia subir as escadas e perguntou-lhe:

- Então e vamos deixar a aranha por aí à solta?!

- Sim, o que é que queria fazer?

- Podia deixá-la no jardim...

- Ai ai Alice... Está bem eu deixo-a no jardim não se preocupe.

- A sério? Obrigada menina senão esta noite nem dormia!

Amélia pega na aranha e vai para o jardim onde iria libertá-la. Amélia adorava animais e sempre quis saber mais acerca destes bichos da natureza. Desde pequena que sonhava ter um animal de estimação mas seus pais nunca permitiram. Era preciso muito trabalho e dedicação para cuidar de um animal, já para não falar dos disparates que podia cometer. Amélia, ao deixar aranha, senta-se num banco de jardim e fica a ver as maravilhas que tinha no seu jardim. Passado um bocado, Amélia adormece por estar tão cansada depois de andar pela Universidade inteira e recordar os momentos que passara lá com os seus colegas. De repente, Amélia acorda e passa a mão pela cara. Ao passar a mão vê que está molhada e fica a pensar:

- Será que choveu?

Amélia toca no cabelo e no vestido mas estavam secos. Quanto tempo ela estivera a dormir no banco de jardim para lhe acontecer algo de tão estranho? De repente, ela olha para trás e vê uns movimentos atrás dos arbustos. Amélia levanta-se e vai com muito cuidado ver o que estava por detrás daqueles arbustos. Ao espreitar, vê um pequeno cão que estava com o pelo sujo e mal tratado. Amélia, com pena, dá uma festinha no cão para ganhar confiança nele. Ela teria de ter calma pois, poderia ser um cão raivoso mas não parecia ter mais de um ano de idade. Amélia tirou o seu casaco e tapou o cão que parecia estar com muito frio e levou-o para dentro de casa. Ela não poderia deixá-lo lá fora, apesar de saber que os seus pais iriam provavelmente zangar-se a sério, mas no fundo, era o mais correto. Ao voltar para dentro de casa, sobe rapidamente as escadas para que não pudesse cruzar-se com alguém. Ao acabar de subir as escadas, vai para o seu quarto e vê que a porta está aberta. Amélia, ao espreitar, vê Alice a arrumar-lhe o quarto. Ao ver a empregada no seu quarto fica a pensar:

- Só me faltava esta!

De repente, o pobre cão assustado, chora, fazendo com que Amélia fique ainda mais preocupada:

- Por favor não chores... - Disse Amélia, acabando por pôr o cão numa cesta.

Alice, ao ouvir o choro, sai do quarto e, ao ver Amélia por ali, pergunta-lhe:

- Ouviu isto menina?

- O quê? - Pergunta Amélia disfarçando.

- Não sei parecia ouvir alguém a chorar... Sempre conseguiu libertar a aranha?

- Sim, também não era um trabalho difícil.

- O que é que trás nessa cesta?

- Ah são... Flores que apanhei no jardim.

- Olhe já acabei de arrumar o seu quarto, estava uma bagunça! - Disse Alice indo-se embora.

Depois de Amélia ver que a empregada tinha descido lá para baixo, respirou de alívio e entrou no quarto. Estava muito diferente do que tinha deixado hoje de manhã, estava mais organizado e parecia até ter outra disposição. Amélia pousou o cão no chão e ficou a pensar:

- E agora? O que é que eu vou fazer contigo?

O cão olhava para ela com aqueles olhos tristes e inocentes o que deixava Amélia com ainda mais pena do cão. Ela queria ficar com ele mas o sentimento de culpa estava a aumentar sabendo que os seus pais iriam dizer que não. Era impossível ela esconder o animal, iriam acabar por descobrir que andava um bicho de quatro patas cá em casa. Mas agora, isso não importava a Amélia, ela sentia-se feliz ao lado dele e assim já não estava sozinha.

Amélia olha para a janela e vê os seus pais a saírem da carroça, o que queria dizer que tinham chegado. Amélia põe as mãos na cabeça e diz:

- O que é que eu faço agora?! Como é que eles vão reagir a isto...

O cão vai para junto de Amélia e toca-lhe com a sua pequena patinha. Amélia olha para o chão e vê o cão como se estivesse a chamar por ela. Ela pega no cão e leva-o lá a baixo para mostrar aos seus pais que tinha capacidade de cuidar dele. Amélia desce as escadas e vai recebê-los. Diana, ao ver o cão pergunta:

- O que é isso que tens nos braços? Isto que eu estou a ver não é verdade, pois não?

- Desculpa mãe mas é que, eu quero mesmo ficar com ele e eu tenho capacidades para cuidar bem dele.

- Nós já falámos à cerca disto Amélia! Eu não quero animais cá em casa.

- A mãe nunca vai mudar pois não?

- Esse cão não vai ficar em nossa casa, nem pensar!

- Queres mesmo que o abandone? Ele tem o direito de ser bem tratado.~

- Oh filha, os cães vivem muito bem sem as pessoas e o lugar deles é na rua.

Depois de sua mãe lhe dizer isto, Amélia olha para o cão com o pressentimento de que o tinha de deixar.

A Minha Motivação |livro 1|Onde histórias criam vida. Descubra agora