Te desejei...

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Um "eu te amo" vindo de Pedro, não era novidade porque geralmente nos aniversários ou momentos assim, estando a sós ou no meio de visitas, ambos sempre trocaram esses carinhos e o mais velho sempre dizia essas palavras.

O jovem coração sentiu-se muito amado pelos que ali estiveram presentes, pois cada um deles havia se preocupado em descobrir que doce ele gostava e também fizeram uma "vaquinha" para lhe dar um celular novo, pois seu último aparelho era um usado que Pedro havia descartado. Então Lucas estava radiante enquanto durou. 

Mas bastou estarem sozinhos para ele perguntar:

— Pedro... o que você tinha pra me falar? Fala logo! Antes de eu ir, achei que tu ia terminar tudo.

— Terminar o que? Ah Lucas, nem ferveu a "panela" e tu já quer tirar do fogão? Se partir de ti, eu respeito, mas... Porque essa pergunta?

— E como que eu não ia perguntar? A gente mal se beijou umas vezes e só!

— Tem casal que namora anos sem acontecer.

— Tu aguentaria?

— Hã?

— Vou dormir. — Lucas pôs o pé na escada todo aborrecido e Pedro fez um "pssiu", que levou o mais jovem a se voltar. — Hum?

— Não ganho um beijo?

— Pra que? Aí fico... eu... fico estranho e tu me larga! Eu quero tomar banho e dormir. — O rubor no rosto desmentia sua atitude meio petulante, mas ele quis ser firme. Lógico que queria era se jogar no colo ou na cama de Pedro e mostrar o que ele estava perdendo por ser tão devagar, Só não fazia para não parecer vulgar.

Tomou um banho rápido, porque mesmo um bom chuveiro, no inverno não aquece direito. Enfiou-se num pijama de flanela e olhou para seu reflexo no espelho. Sabia que era atraente e que Pedro não resistia a uma provocação. O mais velho queria respeitá-lo e Lucas queria algum avanço da outra parte.

"Merda! Se isso é namoro, quero só ver." Lucas pensou.

— Pedro! — Lucas entrou no quarto de Pedro e o encontrou na sacada de madeira. — Tá fazendo o que nesse frio?

— Tomando um vinho. Tá frio mesmo, guri. Vamo descer e acender um fogo no fogão a lenha, por um colchão e assistir um pouco?

— Tô cansado dessa viagem, você que acende o fogo e leva o colchão. E faz pipoca e quero um vinho também.

— Só! Abusado! Leva o cobertor, então. Ah, e nada de vinho, só ano que vem.

— Já disse que tô cansado, você que leva a coberta também e depois me carrega no colo.

— Não né.

— Mas eu não sou mais o neném do Pedro.

— Não, agora é gato do Pedro. — Lucas abriu um sorrisão e sentou na cama do mais velho de pernas cruzadas só observando Pedro subir e descer com, colchão, manta, cobertor, travesseiro e depois subiu e tentou levantar o rapaz no colo, mas desistiu e deu-lhe uma bronca: — Moleque folgado, não né.

— Tô com tanto frio.

— Desce! — Pedro fingiu um tom autoritário. O jovem desceu correndo e se jogou no colchão esticado sobre o assoalho de madeira, em frente ao fogão onde Pedro acendeu o fogo. — Ei! Larga esse copo, quer beber, pega suco.

— Só tinha um golinho.

— Chega pra lá folgado. Tá pior que essas duas gatas que dormem só aqui dentro depois que castramos, duas folgadas que se espalham no sofá e na minha cama.

Te carreguei no colo...Onde histórias criam vida. Descubra agora