Notinha: Acima, tanto como na maioria das mídias, são fotos da árvore Araucária que é comum nas regiões mais frias, então no meio oeste Catarinense é parte do cenário. Onde ambientei esta história.
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Lucas aborda o jovem desconhecido que o olha preocupado e receoso antes de lhe responder:
— Tinham me dito pra trazer um repelente, mas não achei que tinha tanto mosquito.
— É borrachudo. Vamos lá em casa que te dou.
Lucas tinha um tom autoritário no seu jeito de falar que parecia estar impondo algo. Mesmo assim o rapaz desconhecido o seguiu, tentando puxar uns assuntos naqueles cinquenta ou sessenta metros até o sobrado de madeira.
— Senta! Vou lá em cima buscar. — Essa era a forma hospitaleira do jovem Lucas, ainda mais com aquelas pontadas de ciúmes de Pedro. Subiu e desceu correndo as escadas, entregou o produto spray e indagou algo ao jovem. — Você é irmão da Ana do Diego né? É Davi teu nome?
— Nossa, tô famosinho, haha. — Davi tinha um jeito delicado de se comportar e semblante tranquilo, deixando Lucas mais a vontade para iniciar uma conversa.
— Ah, eu sou o Lucas, moro aqui no sítio com o Pedro.
— Ah tá. — O tal Davi demonstrou não saber de quem se tratava, mas continuou a conversar com Lucas, contando sobre eventos recentes de sua vida, o amor que não tinha sido correspondido e agora estava mais esperançoso. No meio da conversa arrancou uns risos de Lucas que o interrompia dizendo que Davi falava muito rápido e metade das coisas ele não tinha ideia do que era. Então Pedro aparece na porta e arranca a camisa com naturalidade, recebendo dois olhares, um fascinado e tímido de Davi e outro felino, quase predador de Lucas que chega a cruzar os braços. Completamente sem maldade o macho fortão e bruto põe o pé dentro de casa e diz:
— A nenê da Karine me sujou, me traz uma camisa limpa, guri.
— Toma banho antes, tá suado e fedendo a fumaça.
— Oh piá chato. Me traga logo, tô cuidando da carne.
— Depois eu converso contigo.
Pedro enfiou a camisa que recebeu de Lucas e saiu cabreiro pensando no que ia aturar mais tarde.
Passou o almoço com Lucas sentado quase colado no Pedro e Pedro pisando bonitinho perto do rapaz. Chegou a picar a carne do prato de Lucas, beijou a bochecha dele pra mostrar que já tinha dono e até perguntou-lhe no ouvido:
— Lucas, tá tudo bem né? Tá quieto, amor do Pedro.
— Eu tô de boa. Mas não tira a camisa na frente de outro cara nunca mais ou eu te soco.
— Mas eu ando por aí sem camisa o verão todo.
— Só que o verão todo só tem eu que gosto de macho aqui. E o Paulinho agora, mas ele te respeita.
— Ah, era ciúmes? Você acha que precisa disso? Não tenho nenhum motivo pra olhar pro lado, sabia. Você é a pessoa mais importante da minha vida. Mais importante, entendeu. Pensa nisso como uma verdade e não como uma frase feita. Te respeito muito.
— Eu sei, desculpa. Mas é que você é um machão tão... — Lucas sorri e cochicha — gostoso, peludo, tão quente.
— Sou todinho teu. — Sem preocupação e distraidamente, Pedro beija Lucas na boca pela primeira vez em todos os anos que estavam juntos em frente às visitas, seu Werner, Bruno, Mariana e todos aqueles mais próximos. Nada que parecesse com uma cena de novela, apenas um gesto necessário de carinho.
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Te carreguei no colo...
RomanceFinalizado! Romance ambientado no Meio Oeste Catarinense. Afeição pode se transformar em afinidade. A afinidade pode se tornar uma paixão. Romance adulto. Contém descrição de cenas de sexo entre homens. LGBT. Se você estiver lendo esta história em...