Algum tempo depois...
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Prestes a completar dezenove anos, Lucas optou por trocar de curso ainda incerto, pois achava cedo para escolher ou decidir-se por uma carreira, comparado com antes quando estava tão crente que professor poderia ser uma boa profissão. Talvez fosse, mas ele nunca chegou a saber.
Foram as pessoas mais próximas que observavam seu jeito e a forma organizada de trabalhar, que sugeriram que ele poderia se dar bem na função de administrador ou qualquer área que envolvesse cálculos.
Lucas não amou muito o primeiro semestre de Administração. Trabalhando com Pedro percebeu que seu curso era um complemento ao que ele fazia, a parte teórica daqueles processos. Ao findar do segundo semestre, estava certo que aquela poderia ser uma opção muito válida para o futuro.
Invernos iam e vinham, chegou o verão que antecedeu os vinte anos do rapaz que completaria em março. Lembrava cada vez menos, o menino levado que aproveitou muito a infância para quebrar objetos, brigar na escola, ralar joelhos e cotovelos, responder os adultos e ser teimoso. Pedro era paciente, mas não faltavam discussões, dois emburrados, perdões e amadurecimento. Enfim, a relação buscava ser o mais perfeita que uma relação pode ser, sendo saudável. Eram companheiros, confiavam muito um no outro, cresciam juntos. Pedro era bronco com Lucas e Lucas era reinento com Pedro. Mas tinham um fator que equilibrava: cumplicidade.
Era verão e a véspera do natal, traria visitas do litoral, Diego irmão de Mariana e Ana Alice, sua noiva. Diego estava na reta final de seu curso de Engenharia Civil e com isso, recebeu uma proposta para trabalhar na empreiteira que Pedro abrira.
― Eu tive que abrir um CEI, contratar engenheiro, arquiteto, um monte de gente. Se é pra contratar gente, pensei em te dar uma oportunidade.
― Mas Pedro, mal tô me formando e fazendo estágio.
― Se forme e depois venha. Tem escritórios aqui também que posso indicar pra você começar. Tá querendo casar? Espere um pouco.
― Nem fala isso na frente da baixinha que ela me soca.
― Sei bem o que é isso. Gente pequena tem até a maldade mais concentrada.
― É... o Lucas?
― Sempre! O manda chuva. Então, mas estamos bem. A vida é minha e não aceito gente dando pitaco. Gosto dele, gosto demais.
― O cunhadinho é também... ― Diego deu um sorriso meio sem jeito. Por dentro estava cheio de felicidade com a proposta. Se Ana não aceitasse, viria sozinho mesmo, pois sua família desembolsara valores astronômicos com sua faculdade e ele tinha intenção de crescer com isso.
― Diego! ― Lucas vinha com o bebê de Mariana no colo. Uma criança especial que tinha síndrome de Down e era muito agitada. ― Vai com seu tio, tô cansado, tu pesa muito.
Pedro deu uma risada ao ver o sufoco do namorado magricelo. Depois de entregar Rafael nos braços de Diego, Lucas estalou as costas.
― Que foi meu guri? Tá treinando?
― Pedro, nem inventa. ― Lucas e Pedro não tinham intenções quanto a adoção de filhos, mas curtiam muito as crianças dos parentes que vinham visita-los. Inclusive na semana entre Natal e ano novo, Jacira e o marido viriam para visitá-lo por uma semana e Paulinho, já tinha intenção de alugar um lugar e arrumar emprego para ficar por ali mesmo.
Ana Alice e Mariana estavam na cozinha preparando arroz e maionese para o almoço, enquanto reclamavam da preguiça masculina depois que o namoro fica sério. Uma reclamava que o namorado era pão duro, outra reclamava que o marido estava engordando muito rápido, mas ambas também comentavam sobre o quão pacientes seus homens eram quando passavam por aquele período tenso que assusta os machos.
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Te carreguei no colo...
RomanceFinalizado! Romance ambientado no Meio Oeste Catarinense. Afeição pode se transformar em afinidade. A afinidade pode se tornar uma paixão. Romance adulto. Contém descrição de cenas de sexo entre homens. LGBT. Se você estiver lendo esta história em...