Capítulo 11

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Parece que estou morta. Não sinto minhas pernas à mais de três horas. Minhas pernas estão com uma leve pinicação, me fazendo parar quase todo tempo para ver se é algum inseto.

Passei as mão pelo cabelo novamente tirando as gotas de suor que se formavam a todo instante; minha respiração estava descompassada; minha garganta implorava por nem que fosse uma gota de água fresca, ela queimava.

Tinha sim uma garrafa de água em minha mochila mas guardaria quando parasse para descansar, do que adiantaria beber agora e continuar andando para mais tarde sentir vontade e não poder beber?

O sol já havia se posto, mas ainda sim havia filetes de luz no céu escuro. Meus pés estavam doendo à horas, e perdiam por ar puro; minha cabeça estava latejando.

A única coisa que eu queria era encontrar o posto de gasolina para talvez encontrar algo que me ajudasse a ir mais rápido para Mildruse.

A noite caía rapidamente e o frio vinha junto dela, abraçando Emma. Emma apenas queria que esse terrível pesadelo acabasse logo; ela só queria está nos braços de Carl nesse momento, ela não queria estar com frio ou muito menos com fome.

Só haviam dois enlatados, e teria que guardá-los para mais tarde. Gostaria de comê-los em um local seguro, mas pelo visto passaria a noite em cima de uma árvore.

Fui em direção ao acostamento, me sentando no chão duro e apoiando minhas costas em uma árvore bem atrás de mim.

Respirei fundo deixando todo meu corpo relaxar. A noite caiu de uma forma tão rápida que desconfiava que o mundo não estivesse girando ao meu favor.

Olhei para os lados em busca de algo. Não havia Errantes e isso era bom, talvez pudesse passar a noite no chão.

Engatinhei até o meio do asfalto tirando a mochila de minhas costas e fazendo a mesma de travesseiro.

Quando pus minha cabeça em cima da mochila senti todos os músculos de meu corpo relaxar de uma forma tão grandiosa que não gostaria nem de respirar para não sair da posição.

Estava sendo iluminada pelo brilho da lua cheia. O céu estava estrelado e isso era bem bonito; uma simples paisagem me deixava tão fascinada que era realmente incrível.

Isso tudo me fazia lembrar de meu pai, e de como ele valorizava esse meu dom.

“ — Sabe filha… — Meu pai chamou minha atenção,me fazendo tirar os olhos da câmera. — Você tem um dom para fotos! — Falou com um largo sorriso no rosto. Sorri tímida.

— Obrigada! — Agradeci o elogio,voltando a atenção para câmera onde a foto que tinha acabado de bater pairava. Estavam em um parque onde crianças brincavam, e era fácil ver beleza nessa típica tarde de domingo.

— Não minha Filha, você costuma ver beleza onde não tem! Onde pessoas passam e não percebem… — Meu pai falou se aproximando — Não deixe que as pessoas estraguem isso… Você promete? — Perguntou meu pai passando o dedo suavemente pela minha bochecha esquerda, concordei dando um abraço apertado. “

Na época não sabia o que ele queria dizer com aquilo, mas hoje eu entendo. Não deixaria este mundo cruel me machucar, não poderia.

Me lembro perfeitamente desse dia. Ainda posso sentir seu toque contra meu rosto. Passei a mão pela minha bochecha esquerda, como se alguma forma ainda pudesse estar junto com meu pai. Limpei as lágrimas que caíam.

— Eu prometo papai… — Sussurrei. As lágrimas pesadas que teimava a cair de meus olhos deixavam uma sensação fresca pelo meu rosto. Ainda com a mão sobre minha bochecha esquerda, fui tomada pela choro incessante.

Um Último OlharOnde histórias criam vida. Descubra agora