Como explicar essa sensação tão boa que cresce em meu peito?
Era uma sensação de tranquilidade e felicidade. Eu ainda poderia dizer que sentia os lábios de Carl contra os meus, assim como você sente a mão do seu pai segurando a bicicleta, e quando você olha para trás, ele está tão minúsculo quanto uma formiga, você aprendeu a andar sozinha.
Carl pegou na minha mão entrelaçando meus dedos com os dele, me fazendo sorrir com esse simples movimento, ele sorriu.
— Você ouviu o que ele disse. Você está segura agora, você pode descansar — Eu estava maravilhada com essa sensação de segurança que Alexandria emitia.
Sem previsão nenhuma, apenas fui. Fui em direção a Carl, ficando nas pontas dos pés o abraçando. Ele foi pego de surpresa, visto que por alguns segundos ficou sem entender, sem saber o que fazer. Logo envolveu minha cintura com seus braços.
Ficamos assim por algum tempo. O silêncio do quarto era a nossa música preferida. Aos poucos eu fui sentindo seus braços se apertando em volta da minha cintura, e só assim eu pude ouvir o seu choro.
— Carl? Por que está chorando? — Me solto do abraço, olhando para seus olhos azuis agora escuros. Ele fungou limpando as lágrimas com as costas da mão.
— Emma... Eu achei que você estivesse morta, eu juro que se meu pai tivesse deixado eu teria ido atrás de você, eu juro... — Eu não deveria estar sorrindo naquele momento tão difícil para ele, mas eu estava.
— Carl, eu estou aqui e é isso que importa, o que acontecerá amanhã é apenas um detalhe — Nunca estive tão certa das minhas palavras. Ele me olhou nos olhos sorrindo fraco.
— Como eu sentia sua falta Emma... — Me puxou para um abraço de lado, apertando meu pescoço apenas por ser alguns centímetros mais baixa que ele.
Nada disse, não era necessário. Meus olhos apesar de cansados, transmitiam toda a minha felicidade de estar em casa novamente. Ele segurou minha mão enquanto saímos do cômodo.
Ainda havia tanta coisa para ser dita,para ser esclarecida, para ser perguntada que não sabia por onde começar. O sol resolveu aparecer queimando meu olhos, fazendo com que eu levasse uma das minhas mãos até os mesmos.
Eu caminhava de cabeça baixa, evitando olhar o estrago que se encontrava em Alexandria. Tantas pessoas inocentes foram mortas apenas por vingança, isso certamente me dava raiva.
Fui surpreendida com um abraço apertado de Maggie. Assim que vi que era ela não hesitei em abraçá-la mas logo notei sua barriga levemente avantajada, não pude conter minhas lágrimas de felicidade.
— Maggie! — Neste momento, já havia um grande círculo ao meu redor de pessoas que queria saber do meu paradeiro.
— Oh Emma! Você está machucada! — Falou notando meus arranhões no rosto, passando a mão suavemente pela mesma. Eu não ligava nem um pouco para isso.
Daryl apareceu ficando entre mim e Maggie logo me abraçando forte, sem dizer uma sequer palavra. Eu estava surpresa com isso, Daryl não era uma pessoa muito sociável.
— Por favor, não suma de novo... — Falou se afastando, onde eu pude ver seus olhos marejados, onde eu percebi que eu era muito mais importante do que achava.
Levei minhas mãos aos olhos novamente, limpando as lágrimas que ainda teimavam em cair. Carl apertou suavemente meus ombros me "dando" forças.
— Entre Emma, logo vamos fazer uma reunião e quero que todos participem — Dessa vez foi Maggie sorrindo fraco. Era fato, muita coisa havia mudado e eu teria que me acostumar novamente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Último Olhar
RomanceDepois de acordar de um coma, causado por um acidente de carro, Emma, uma garota de apenas 12 anos se vê sozinha num mundo caótico. Ela encontra Rick e assim eles juntos e o restante do grupo, tentam achar uma maneira de sobreviver ao mundo pós apoc...