Capítulo 16

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>> Carl Grimes <<

Medo nunca foi a palavra que eu pensei que me definiria, mas como muitos dizem tem um certo dia para tudo, e talvez, pela primeira vez estava sentindo medo. O medo é um inimigo muito cruel, talvez muito pior do que o homem que pairava em minha frente enquanto dizia as suas rude palavras para meu pai.

O medo, ele te destrói, pouco a pouco, até que você percebe que não sobrou nada, amor, esperança ou felicidade. Foi exatamente isso que aconteceu com meu pai, foi movido pelo o medo e raiva juntando-se com pessoas que não conhecia e acabou que lhe passaram a perna. Isso me dá raiva; meu pai confia muito nas pessoas, mas isso não é o problema, digo, meu pai não é o problema. Eu deveria ter desconfiado, deveria ter percebido antes.

Poderia dizer que meu corpo estava uma completa incógnita, se não fosse pelo o medo que corria em minhas veias, pude sentir o frio na barriga quando comecei a prestar a atenção no que Negan falava.

—... Vou fazer com uma boa forte tacada, tentar fazer de uma vez, porque gosto dele. — Soltou uma leve risada que poderia dizer que era digna de um vilão. E talvez fosse.

Levantei meu olhar, olhando para o horizonte e tudo que via era um completo caos, um verdadeiro pesadelo. Não tinha esperança desde que Negan matou Enid, Glenn e Abraham em uma noite só, não nos poupou de sua crueldade.

Quando isso aconteceu senti que dali em diante só um verdadeiro milagre poderia mudar tudo. Mas como uma pessoa sem esperança poderia acreditar em milagres?

Voltei a analisar o horizonte quando cabelos castanhos me chamaram atenção, aquela mesma silhueta que reconheceria até mesmo depois de mil anos, não acreditava no que estava vendo.

Pisquei e logo sua silhueta sumiu. Olhei em volta e não via ela. Havia sido uma grande ilusão, e então senti novamente o mesmo vazio que poderia dizer que já era um amigo.

— Eu vou matar o Carl, e depois, Lucille quebrará suas mãos —, Negan sorria vitorioso.

— Eu já disse, eu vou te matar, vou matar todos vocês... — Encarou Negan, olhando o nos olhos. — Talvez não hoje, nem amanhã, mas nada que você fizer vai mudar isso... — Então se aproximou como se fosse contar um segredo. — Vocês já estão mortos — Negan possuía um semblante amargo.

Eles ficaram se encarando por alguns segundos, e esses segundos me fizeram perceber que meu pai de alguma forma, aprendeu a lidar com Negan.

Carl sentiu orgulho do pai, mesmo que fosse morrer ali, naquele momento, ele estava feliz. Seu pai, como o mesmo havia dito, talvez ele não matasse Negan hoje, nem amanhã, mas logo esse dia chegaria.

Negan levantou carregando consigo um sorriso psicopata nos lábios. Caminhou para trás de Carl tirando o chapéu do mesmo. Levantou os braços em um movimento brusco.

Carl estava pronto para ir, onde quer que fosse, mesmo não acreditando em céu ou inferno, ele estava pronto. Mas isso não aconteceu.

Um rugido o impediu de continuar, tiros cortaram o céu.

Uma verdadeira batalha começou tal como em um bom filme de ação. Carl e Rick aproveitaram a oportunidade e pegaram suas armas de volta. Os capangas de Negan ao ouvir o rugido fugiram, talvez Negan agora comece escolher melhor seus aliados.

Todos estavam ali, O Reino e Hilltop lutando para salvar Alexandria, era comovente, uma verdadeira cena digna de lágrimas.

Em meio a esse caos, Negan desapareceu, mas até onde eles sabiam esse era o menor dos problemas. Apesar dele ser uma verdadeira ameaça eles não podiam simplesmente focar só nele e esquecer do resto.

Um Último OlharOnde histórias criam vida. Descubra agora