Capítulo 06

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Não estava acreditando no que estava acontecendo. Como que isso aconteceu!? Eu estava logo atrás deles e parei para matar o cervo, e pumf... Eles sumiram!

O que eu vou fazer agora? Eu posso ir para Mildruse, ou voltar para casa, ou procurar por eles. Eu decidir procurar por eles.

Tentei refazer o caminho,mas parecia que cada passo que eu dava eu adentrava a mata e me perdia cada vez mais. É, era realmente isso que acontecia de fato.

"Pense Emma, pense, eu sei que você consegue!" penso, dando leves socos na minha cabeça com a intenção de vir algo que me ajudasse "Não seria um problema dormir algumas noites sozinha" penso.

Algo estranho rodeava meu corpo, como se fosse um problema... Um medo talvez. Só de pensar na possibilidade de passar uma noite sozinha já me dava calafrios.

Depois que encontrei Rick no hospital ficamos juntos até hoje, claro que passamos dificuldades, mas nada que fizéssemos ficar distantes assim.

Continuei caminhando, chutando algumas pedrinhas no caminho. O sol não ajudava. Limpo minha testa com as costas da mão soltando um leve suspiro. Me arrependo de ter me esquecido de pegar água!
"Como você pode ser tão burra?" penso.

— Sinceramente? Eu não sei! — Respondo aos meus próprios pensamentos. "Argh! Foi aquele cowboy de novo,não foi?" Penso.

Balanço a cabeça negativamente. Foi ele? Não, acho que não, estava tão anestesiada com a ideia de ajudar que acabei falhando.

Um cheiro de carne podre invade meu nariz. Pego minha arma, já com o silenciador, e me movimento em círculos em posição de "ataque". Grunhidos ficam cada vez mais alto. Não um, mas vários!

Olho ao redor e em um movimento rápido, jogo o cervo primeiro e começo a subir em uma árvore tomando cuidado para não escorregar, já que os Errantes se aproximavam. Sento em um galho grosso o bastante para aguentar meu peso. Uma horda de Errantes, eles me viram e agora estão ao redor da árvore que estou, não dá para escapar!

— Pelo visto passarei um bom tempo aqui! Falo bufando frustrada. Me encosto no tronco da árvore. Me refresco com um pouco da brisa que bate em meu rosto, estaria tudo ótimo se não fosse esse cheiro de carne podre.

Os Errantes continuam na grande tentativa de me pegar, solto uma risada nasal. As vezes tenho pena deles, eu sei que um dia eles foram como eu, como Carl, como Rick, como Judith! Eles já foram como nós...

Mesmo que eu não tenha sido culpada por isso, eu sentia a necessidade de pedir desculpas... "Como sou tola!" penso.
"Pedir desculpas não vai trazê-los de volta!" penso, me revoltando comigo mesma. Bufo frustrada.

Gostaria de saber como isso tudo foi acontecer, me refiro ao apocalipse, um erro? Talvez. Talvez estivessem procurando a cura para alguma doença, uma mosca acabou entrando no laboratório e pousando em cima, e saindo voando e espalhando o vírus, um vírus letal, que pode acabar com a raça humana.

Fico pensando, quantas pessoas sobreviveram? Somos só nós em Alexandria? Tem outro grupo de refugiados? São muitas perguntas para qual eu não tenho resposta.

A mochila não deixava o tronco da árvore me machucar, abro a mesma e vejo que Carl botou uma corda, pego a mesma, fecho a mochila e boto atrás de mim novamente. Boto a corda envolta da minha cintura e logo em seguida na árvore, dando um forte nó. Pronto, não correria nenhum risco de eu cair em quanto dormia.

Relaxo o corpo, suspirando pesadamente, e adormeço.

(...)

Acordo assustada quase que caio, se não fosse a corda eu estaria de cara no chão neste momento. Respiro lentamente, tentando controlar meu coração que quase faleceu.

Um Último OlharOnde histórias criam vida. Descubra agora