Treze

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Esse capítulo terá cenas repetidas do anterior, poque será na visão do Joshua. E ainda não foi revisado, como sempre, então ignorem os erros ortográficos.

Boa leitura.

Joshua Cooper

Sabe quando você parece estar em um limbo, vivendo aquela mesma vida medíocre de sempre e de repente, como mágica tudo se transforma em uma verdadeira confusão, que parece ficar cada vez pior, e para ser bem sincero você nem sabe exatamente como foi parar ali?

Quando as luzes azul e vermelha da viatura cegaram os meus olhos e um policial me encurralou no muro, onde eu supostamente pixei insultos horríveis contra o prefeito, e algemou minhas duas mãos como um verdadeiro criminoso, eu só conseguia pensar no quanto eu estava fodido e no quanto queria a minha mãe. Era surreal e assustador estar dentro de um carro de polícia e ser tratado como um lixo, o tipo de coisa que você nunca imagina passar, nem em um milhão de anos.

O delegado me fez muitas perguntas, pelas quais eu quase não podia responder, caso contrário estragaria tudo. Não era para ter acontecido aquilo, me odeio por ser tão lerdo e não conseguir correr sem tropeçar nos cadarços do meu tênis. Eu realmente não fiz nada, nem tinha coragem o suficiente para segurar a mochila com os sprays, mas não podia entregar a minha Crazy, seria muito pior perde-la de novo.

- Garoto, sua mãe chegou - essas foram as palavras mais reconfortantes e assustadoras, que eu havia escutado naquele dia. Meus olhos não paravam de lacrimejar e ter minha mãe ali parecia acalma-los, porém ela não estava sozinha.

- Mãe! - travei meus pés pouco antes de me agarrar em seu pescoço, ela parecia furiosa e desesperada, ao lado de Robert Young e Uno Salvatore, que me encaravam como se eu fosse um coitado estúpido. Aquela cena nunca sairia da minha cabeça, os dois de mãos dadas.

QUE PORRA ERA AQUELA?

Tâo unidos como se fossem um casalzinho nojento,cúmplices da pena que sentiam por mim. E pena é o pior sentimento que você pode ter por alguém, eu não precisava disso.

- Calminha, garoto! Seu filho foi pego fazendo vandalismo no muro da casa do prefeito.

- ELE FEZ O QUÊ? VOCÊ TÁ FICANDO MALUCO, MULEQUE? EU ME ARREGACEI TODA PARA COLOCAR VOCÊ NO MUNDO E É ASSIM QUE VOCÊ ME RETRIBUI? PICHANDO A CASA DOS OUTROS? - A minha mãe cuspiu todo o desgosto que estava sentindo e meu peito doeu, não sabia o quanto ela era importante para mim até ver a decepção em seus olhos e aquilo me fazia querer morrer.

Acredite.

Era mil vezes preferível a morte.

- Queira me acompanhar, por favor. Traga um copo de água com açúcar para a senhora, Jarbas.

- Sim, senhor.

O barulho dos nossos passos ecoavam até o fim do corredor. Equanto eu caminhava com os punhos cerrados enfiados nos bolsos da calça, o novo casalzinho ridículo me seguia, ainda com os dedos entrelaçados. Se o Young estava tão afim daquela esquisita, porque não disse antes e me poupava de toda aquela coisa que meu subconsciente me obrigou a fazer com ela?

- O que foi que você fez, seu babaca? - Ele atravessou a minha frente, me obrigando a parar de andar.

- Não é da sua conta.

Odiava quando o Young me olhava como se fosse o dono da razão, o príncipe certinho, que todo mundo ama e idólatra, aquilo me deixava com muita raiva.

- Procuramos você por toda parte, quase sofremos um acidente de carro. Você assustou todo mundo e ainda corre o risco de ser preso - Uma voz fina e tão familiar, que já não escutava há um tempo, voltou a atormentar meus tímpanos. Não importava qual era a situação, Uno Salvatore estava sempre lá e isso era irritante. Ela era a última pessoa, que eu queria que me visse detido pela polícia. Seu olhar inocente e infantil me deixava mil vezes mais envergonhado do que eu já estava, não a queria por perto, não naquela hora.

GAROTA ARCO-ÍRISOnde histórias criam vida. Descubra agora