Joshua CooperDizem que a alegria do palhaço é ver o circo pegar fogo, nesse momento eu sou o próprio palhaço desejando no fundo do meu coração que um incêndio aconteça, assim pode ser que tenhamos um encontro descente como pessoas normais.
Odeio lugares lotados, principalmente quando a maior parte das pessoas é composta por crianças gritalhonas, daquelas que te irritam pelo simples fato de existir. Há muitas delas por todos os lados, correndo, berrando, chorando. É uma verdadeira amostra grátis do inferno, e o demônio é o locutor que anuncia o início daquele martírio.
Francamente, a palavra perfeita para me descrever é decepcionado. Eu estou bastante decepcionado com tudo isso. Não é possível que com tantas opções interessantes e agradáveis, Uno me trouxe para o lugar mais patético da cidade. Tivemos que sentar em uma arquibancada improvisada com lascas de madeira morfada, fazia um calor absurdo, o barulho não permitia nem que as minhas reclamações fossem ouvidas.
Talvez fosse proposital, uma espécie de vingança da parte dela, por causa do passado. Deixou que eu alimentasse expectativas e me frustou tão rapidamente, que sou capaz de chorar na frente de todos.
- Eu estou tão empolgada - Uno disse enquanto batia palminhas frenéticas - Dizem que o mágico desse circo é fenomenal, você também está empolgado?
- Nem um pouco.
- Pare de ser rabugento, tenta se divertir um pouco. - Ela estava quase tão elétrica quanto os pirralhos ao nosso redor. De repente, eu me senti um paizão velho levando sua filhinha para ver o circo. Um verdadeiro absurdo, ninguém deveria sentir-se assim no primeiro encontro.
- Por que você fez isso? - questionei tentando expressar minha pequena revolta.
- Isso o quê? - Ela nem ao menos estava a me olhar. Não conseguia desviar a atenção de um grupo de equilibrista, que se apresentava no palco principal.
- Me trouxe para esse lugar no nosso primeiro encontro. O que você tem contra a jantares, ou cinema, qualquer coisa menos patética, que um maldito circo?
- Josh, eu gosto de me divertir, achei que seria legal experimentar uma coisa diferente. Jantar e cinema, é tão monótono.
Eu queria que ela se divertisse comigo. Eu realmente queria. Mas, esperava que esse desejo fosse mútuo e era evidente o meu descontentamento com aquela situação que Uno me impôs. Não estava nada animado, sem contar com a dificuldade que era de me aproximar dela em um ambiente tão desagradável.
- MERDA! - berrei aos quatro ventos quando uma coisa pequena e pesada atingiu meu pé. Havia um garoto plantado na minha frente, com um saco de pipoca em mãos, a me encarar como se fosse gente grande. - Por que você pisou na porra da meu pé?
- Porque você está sentado no meu lugar, seu panaca.
Era exatamente isso que me faltava acontecer, um fedelho me violentando e me chamando de panaca. Ótimo. Maravilha.
- Esse lugar é meu desde o momento em que cheguei aqui. - ergui meu pé dobrando o joelho e tentei massagear por cima do sapato a parte dolorida onde certamente ficaria com um hematoma gigante para que eu me recordasse daquele dia fatídico.
- Se você não sair, eu vou falar com a minha mamãe.
- Aproveita e conta para ela, que pisou no meu pé.
- Josh! -Uno me repreendeu, despertando do transe e finalmente prestando atenção em outra coisa que não fosse aquela apresentação estupida - O que houve?
- Seu namorado está no meu lugar.
O moleque era quase tão minúsculo quanto Uno Salvatore, no entanto conseguia atingir a minha pouca paciência como uma bola de canhão. Eu destesto crianças, lidar com elas em uma noite de sábado que prometia bastante coisas boas, era o sinônimo de pesadelo.
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GAROTA ARCO-ÍRIS
Humor"Nada como uma garota de cabelo cor de rosa e nome esquisito, para balançar a vida de uma amostra grátis das trevas" Josh tinha como principal objetivo ignorar todas as pessoas ao seu redor. Uma vida inexplicavelmente chata, o fazia odiar todo e qu...