#07 - Jantar, Pt II

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-Vem, vamos pra sala ver a Marina. Ela já está te esperando. - falava me puxando. Eu estava em ponto de pular soltando foguete de tanta felicidade. Mas também ansiedade e medo. Eu percebia que a vontade e o desejo de tê-lo pra mim estava crescendo a cada segundo, e por instantes pensei em agarrar ele ali mesmo na frente de casa, mesmo sendo suicídio.

Ao entrarmos pela porta da sala já pude ver Marina na porta da cozinha com um sorriso de orelha a orelha. A casa dos irmãos não era tão grande, mas abrigava os dois com sobra de espaço. Logo ao entrar davámos de frente com a mesa de jantar marrom e olhando para o lado direito era possível vermos o sofá, a estante a televisão. No canto esquerdo havia a porta para a cozinha, e para os fundos da sala haviam os quartos. 

- Que bom que você veio Gustavo – disse ela, já vindo me abraçar. - A gente não sabia como te agradecer, então pensei em preparar um jantar e o Caio sugeriu depois vermos um filme.

-Isso se você não dormir em meio ao filme, né mana! - disse Caio fazendo minha atenção ser direcionada outra vez a ele. Rimos e ela concordou com a cabeça. Eu não sabia o que dizer, aquele menino me deixava com as pernas bambas. Ele era fofo, o sorriso lindo.. o jeito de falar, de agir, até mesmo o cheiro do perfume dele me cativavam. Eu estava doido de paixão.

-Fico feliz por todo esse carinho comigo, e sou eu quem agradeço. - eu agradecia, muito sem jeito por todo aquele carinho que estava recebendo, principalmente da Marina. - E nem foi nada o que eu fiz, qualquer um teria feito igual ou até melhor. - Caraca, falar isso foi uma puta besteira! Foi o que pensei logo depois de terminar o “melhor”. Para minha sorte, logo Marina riu e disse que isso era bobeira, e foi terminar o jantar. O cardápio seria lasanha e refrigerante, e eu particularmente amo e sempre amei lasanha. Eu e Caio ficamos na sala vendo TV, na hora passava um filme de ação que tento até hoje lembrar qual o nome. Conversávamos sobre vários assuntos: escola, vida, a cidade, o que fazer, o que gostávamos. Estávamos nos aproximando e isso era muito bom pra mim.

Logo Marina anunciou que o jantar já estava pronto e rumamos a mesa. Estava tudo muito bonito, desde a mesa até o modo de servir a comida. Marina cozinhava muito bem e como se é de imaginar, a lasanha estava uma delícia. Durante o jantar, a irmã me contou sobre o trabalho, seus pais super-protetores e a vida que ela e o irmão levavam em Rio Claro. Rimos muito e foi uma janta realmente agradável. Terminado todo o jantar, ajudei Marina mesmo a contragosto a lavar a louça. Caio ficava do lado saracoteando, só dando palpite. Parecíamos crianças e eu estava feliz como não me sentia há tempos.

Depois de terminada a louça, fomos pra sala. Os irmãos haviam alugado dvd's e me pediram pra escolher entre ação, romance e ficção. Como bom apaixonado por ficção científica que sou, lógico que escolhi este e fomos assistir. Caio e eu ficamos no sofá de três lugares e Marina deitou no de dois, e nem passado de meia hora de filme ela já havia dormido. Caio levantou, a acordou e a acompanhou até o quarto. Quando voltou, apagou todas as luzes e só a claridade da TV lumiava todo o cômodo, criando um climinha daqueles bem românticos. Com o sofá de dois lugares livre, ele podia muito bem sentar lá ou até mesmo deitar. Mas não, ele veio e sentou bem do meu lado no sofá de três lugares. Comecei a suar frio, minhas mãos e pés ficaram gelados instantaneamente. Ele estava perto de mim, e juro que por um instante vi um sorriso safado surgir no rosto do cara que eu estava amando. O tempo passava e eu permanecia duro, enrigecido de tanta tensão.

-Relaxa Guga. - falava ele rindo. -Tá ruim assim? - e nessa hora eu pirei. Com cara de safado e um sorriso sacana, ele colocou o braço no meu pescoço e me puxou como se fosse pra um abraço, mas era somente um cafuné, um daqueles de punho fechado onde esfregamos a mão no cabelo do outro. Foi aí que a coisa começou a esquentar.

-Ah, to tenso né. Você tá aí coladinho em mim! - eu não sabia o que falar. Estava em pânico. Sabe o que é o coração sair pela boca? Pois é, eu já tinha passado quilômetros disso.

-Desculpa aí se você não gosta de mim.. - o biquinho que ele fez seguido de um sorriso me fez ter mais vontade ainda de amá-lo. Eu sorri pra ele e voltamos a ver o filme. Eu era inexperiente, não sabia o que falar ou como agir para causar um clima, ou até mesmo provocar um beijo.

O tempo foi passando e o sono vindo. Já era passado das duas da manhã, e mesmo não querendo eu tinha de ir embora.

-Caio, preciso ir. - disse olhando pra ele. Ele já estava quase cochilando também.

-Nem pensar. Você dorme aqui hoje. Já é tarde e você não vai ir pra casa agora. - dizia ele já desligando a Tv, nos fazendo ficar no completo escuro. Eu de pé, fiquei sem saber onde ir. Por fim fiquei parado esperando que ele me guiasse.

-Vem, conheço essa casa toda no escuro. -Falava ele começando a se movimentar. Estavamos há uns dois metros de distância um do outro. Assim que ele andou um pouco, logo aconteceu. Eu estava parado de pé em frente ao sofá e ele veio em minha direção. Batemos de frente, corpo com corpo. Calor com calor. Sua testa bateu em meu ombro e encaixou de uma forma tão gostosa que por alguns segundos ambos ficamos assim.

-Que que você tá fazendo no caminho Guga? - falava ele rindo, dando um tapinha em minha barriga.

-Uai, tava esperando você me guiar. Você não disse que conhece a casa toda no escuro? Então..

-E conheço mesmo, vem. - ele pegou na minha mão e me puxou até o quarto. Ainda de luzes apagas, ele me guiou ate dentro do cômodo e fechou a porta, que pude ouvir ser trancada. Meu coração batia rápido. Será que iria acontecer?

Entre Nós - [Romance Gay]Onde histórias criam vida. Descubra agora