#16 - Dias Depois..

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Os dias passaram e Caio não me procurou. Caroline havia conseguido o que tanto queria e eu estava um verdadeiro caco. Nunca, nem em meus piores sonhos, eu achei que um dia sofreria tanto pelo tão falado "amor". Já era noite de Sábado, e eu estava deitado em minha cama lendo um daqueles livros de auto ajuda que lemos lá de vez em quando na vida. Nada parecia animador, nada parecia atrativo. Caio ia e vinha em meus pensamentos a cada minuto, e por mais que eu resistisse, ele dominava meus pensamentos. Acabei por pegar no sono.

Acordei com o som do celular que vibrava no criado mudo que ficava ao lado da cama. Iluminando todo o quarto, tateei a cama até encontrar meu iPhone. No visor o nome "Caio" aparecia abaixo da indicação de horário. Eram 02:32 da madrugada. Ainda sonolento atendi:

-Alô?! - um mix de sono, bobeira e medo estavam em minha voz naquele atender. Era estranho, logo ele que não me ligava e sequer olhava em meu rosto durante dias agora me ligava, e logo de madrugada. - Algo de ruim aconteceu. -  pensei, antes que ele respondesse.

-Oi Guuustavo. - respondia, me fazendo perceber o quão embriagado estava apenas por prolongar o "u" do meu nome. Sem que eu o respondesse, ele continuou. - Eu tava pensando em você.

-Mentira, você não fala comigo há dias e nem mensagem me mandou. - respondi enquanto passava as mãos nos olhos.

-Me diz que é mentira olhando nos meus olhos. - ele riu de modo safado ao terminar a frase.

-Você tá bêbado Caio, para.

-Paga pra ver. - ele retrucou ainda rindo.

-Pago. - respondi impulsivamente, já não gostando daquela conversa.

-Abre o portão então. - disse ele, me fazendo tomar um susto.

Apenas de bermuda fui até a janela da sala olhar para o portão. Lá estava ele, parado esperando e tagarelando comigo ao telefone. Rumei ao interfone, e depois de ouvir o estralo do portão fui até a porta abrir pra ele. Eu torcia para que meus pais não ouvissem o som da porta ou do portão. Do contrário, com certeza achariam estranho alguém indo visitar logo a mim de madrugada.

-Oi. - falava ele baixinho, enquanto entrava em minha casa.

-Vem, vamos pro meu quarto. - falava, já o puxando. Ele me seguiu até o quarto, e depois de entrar me certifiquei de trancar a porta.

Caio estava de camisa polo azul claro, calça jeans preta e um sapatênis lindo azul. Provavelmente vindo de uma festa, pois juntando os fatos de estar meio alto, horário e vestimentas, cheguei a essa conclusão.

-Eu já tinha esquecido de como você é bonito sem camisa. - ele começava a falar, já enquanto me tocava.

-Você não tem nada pra dizer Caio? - eu estava realmente chateado com ele, pois afinal de contas, nem chance pra me explicar ele deu. Mas foi inútil, aquele menino da camisa azul não queria falar. Queria beijar, e foi isso que fez. Ele, sem pedir permissão ou sem medo algum, me envolveu em seus braços e me tascou aquele beijo. E que beijo bom!. Eu realmente sentia falta dele, eu realmente gostava dele e aquele beijo reafirmava o sentimento ainda mais.

Nenhuma palavra foi dita. Nenhuma palavra era necessária. Caio e eu nos entendiamos através de nossos beijos, e tudo parecia muito mais fácil assim.

-Eu estava com saudades de você. - começava ele depois de termos nos beijado por alguns minutos. - Tentei ser frio, tentei não te procurar, mas esse sentimento, essa conexão que nós temos é mais forte que eu. Eu sinto que eu preciso de você Gustavo. - seu rosto, antes branco, agora estava vermelho feito pimentão. Não nego que aquilo me deixou emocionado, e talvez a maior prova disso não tenha sido a lágrima que correu do meu olho direito, mas sim o abraço sincero e sem intenções que dei nele assim que a frase terminou.

-Eu amo você Caio. - ainda abraçado nele, eu agora me declarava pro cara que me fizera descobrir o amor. - Eu preciso de voce também. Nada tem graça, nada parece bom sem você. - quando terminei, ele apenas sorriu e me beijou por alguns segundos. Depois, encostando sua testa na minha, perguntou se podia dormir comigo hoje. Eu apenas respondi que sim, e feliz por agora estarmos bem outra vez, arrumava a cama enquanto ele tirava sua roupa.

-Posso deixar aqui? - apenas de cueca, Caio apontava pra uma cadeira que ficava frente à escrivaninha em meu quarto. Sua calça e camisa estavam dobradas uma sobre a outra e ele, em meio a vergonha, me soltava um sorriso.

-Só pode se vier dormir comigo logo. - respondi, enquanto já me deitava. Caio assim fez. Apagou a luz e deitou-se ao meu lado na cama.

-Amanhã temos que conversar sobre a Carol, Guga. - ele jogou a bomba. Sempre tinha uma, pensei. Antes que eu pudesse responder, ele continuou. - Mas só amanhã, hoje eu sou só seu e você é só meu. Vamos dormir. - terminou, enquanto me abraçava para que dormissemos de conchinha.

Minha cabeça ficou a mil. O que será que ele queria conversar sobre Caroline? Será que eles haviam ficado? Eu realmente não sabia o que esperar.

Entre Nós - [Romance Gay]Onde histórias criam vida. Descubra agora