Como era bom dormir com Caio, ele me fazia muito bem. Ficam-os a noite toda dormindo juntinhos, abraçados. Eram 6:30 da manhã quando o despertador tocou pela primeira vez. Na semana anterior, eu o havia programado e por engano marcado a opção de tocar todos os dias. Caio, com seu típico sorriso matinal, acordou e me beijou . Apenas senti e me deixei tomar por aquele amor.
-Não é meio cedo pra acordar em um Domingo, senhor Gustavo? - começava, rindo enquanto me beijava outra vez. Me virei e nos olhamos até que ele continou. - Bom Dia. - soltou outro sorriso. Eu não resisti e o beijei outra vez. É impressionante como aquele menino me fazia entrar em chamas. Uma vontade de abraçar, de beijar, de ficar junto me dominava instantaneamente quando eu o via. Nada mais parecia importante, era só eu e ele. Em meio a sorrisos, beijos e carícias, Caio e eu nos sentamos de frente um para o outro na cama. Eu estava ansioso para pôr fim a angústica e ter aquela conversa sobre Caroline.
-Caio, ontem você me disse que tinhamos que ter uma conversa sobre a Caroline. - não sei explicar, mas sentia um frio na barriga. Um mix de medo e aflição.
-Sim, nós temos que ter essa conversa, mas é meio chata Guga. - coçando a cabeça em sinal de nervosismo, ele começava. Fiz uma cara de "continue" e ele assim fez. - Lembra do que falaram no hospital? - eu o respondi que sim, lembrado de como ele havia mudado e como ficara chateado ao ouvir aquelas pessoas conversando sobre garotos gays. - A Caroline sabia que esse meu medo de ser taxado é meu ponto fraco. Então ela me subornou, disse que se eu não namorassemos, ela espalharia nosso segredo pra todo mundo. - meu medo e meu enjoô aumentaram. Caio teria aceitado fazer aquilo simplesmente por medo? - Então eu aceitei, não por mim, mas por nós dois. - pronto. Ao ouvir aquilo meu mundo desabou de vez. Medo, angústia e uma pitada de ciúmes transbordavam. Acho que eu até exalava isso.- Eu vim pedir desculpas. Quero continuar com você, eu gosto de você, eu te quero perto, te quero pra mim, só pra mim! - ele me abraçava chorando, dizendo que queria apenas me proteger. Eu o abracei devolta e ficamos assim por um tempo.
Não nego que agora eu estava indiferente com ele. Era muta coisa pra processar de uma só vez. Como ele podia ter aceito aquilo? A Caroline era uma grande biscate. Uma raiva inexplicável tomava conta cada segundo mais de mim. Eu gostava dele, queria o bem dele, queria ele só pra mim.
-Eu não entendo você. Eu até entendo que não goste e não queira ser taxado disso ou daquilo, mas aceitar namorar com ela é demais. - eu o respondia, agora me afastando dele. Dava pra semtir o sentimento de tristeza, culpa e decepção no rosto do meu amor.
-Eu fiz por nós dois Gustavo, por nós dois! - a esse ponto ele já estava desesperado. - Poxa, eu amo tanto você! tanto! Eu morro de medo de te perder, de algo ruim acontecer. Ontem eu tomei todas que pudia porque estava com medo de vir te contar a burrada que fiz. E eu não estava errado. Você não me entende. - ele começava a repetir isso várias vezes enquanto chorava. Seu rosto já estava inxado de tanto chorar. A voz rouca, as mãos tremendo. Eu não aguentei e o abracei. Enquanto isso pensava no que ele disse, que me amava. Era a primeira vez que ele tinha me dito algo como aquilo, e querendo ou não eu estava feliz por ouvir. Era o que eu queria ouvir há tempos, mesmo que fosse em uma situação como aquelas.
-Se acalma Caio. - eu falava abraçado a ele. E foi isso que ele fez. Mais calmo, ele secou as lágrimas e continuei. - eu te entendo. Não gosto nada disso, mas entendo o que fez. - pude perceber uma cara de felicidade e um ufa saindo da boca dele.
-É por isso que eu amo você. - ele me falou sorrindo e me roubando um outro beijo. Dei um sorriso amarelo, afinal de contas eu ainda estava chateado com ele pelo que fez.
Continuamos assim por mais um tempo. Eu estava escorado na parede atrás de minha cama e Caio cochilava no meu peito enquanto eu fazia cafuné nele. Na minha cabeça, um milhão de pensamentos se passavam. No meu peito, ciúme, amor e angústia se misturavam. Apenas suspirei e voltei a olhar pra ele como há pouco. Caio era lindo, cabelos sedosos e bagunçados, rosto lindo e um corpo daquele jeito que me atraía. Não que ele fosse um deus grego, mas ele era tudo que eu sempre desejei. Ao fundo pude ouvir o celular dele vibrar e ao olhar vi que era uma mensagem da Caroline.
"Bom Dia Amor"
Aquilo me enfureceu. Era mais ciúme do que eu podia suportar.
-Caio, acorda. - eu falava ao chamá-lo. Ele acordou e me olhou. - Você disse que me ama, certo? - eu o questionava. Durante seu cochilo eu pude pensar que se eu o amo tanto quanto eu sentia e queria que ele fosse só meu, teríamos que fazer alguma coisa. - Eu quero que você seja só meu. - ele me olhava, meio que sem entender.
-Sim, eu te amo Gustavo. E não é fácil pra mim dizer isso pra você, pra um garoto. Você foi o primeiro por quem eu senti isso. Você é bonito, é sexy, me chama atenção. Eu te quero mais perto, te quero na minha vida. Eu tenho medo, sabe? Tenho medo dela ou de qualquer outra pessoa fazer alguma coisa e nos separar, de causar confusão na nossa família e isso nos impedir de nos vermos para sempre. A Marina é meu apoio, sempre foi. Mas eu tenho medo dela não entender sobre nós e me proibir, ou me mudar de escola sei lá. - eu ouvia atento a tudo que ele falava. Mais feliz e tranquilo, eu dei as mãos pra ele e dei um selinho naquele garoto lindo. - Eu não gosto da Carol, nunca gostei. Não sinto atração por ela, não consigo tocá-la sem pensar em você. Quando eu a beijo, fecho os olhos e imagino que é você. Sinto nojo dela. - quase sem fôlego ele terminava. Podia ser
-Então vamos fazer alguma coisa. Você tem que arrumar alguma coisa pra dar o troco e ter ela em suas mãos também Caio. Vamos fazer ela sentir na pele o que você sente. - ele estava feliz como há dias atrás. Naquele momento, sem nenhuma palavra dele, pude ver que meu apoio era fundamental pra ele.
-E como faremos? - ele perguntou empolgado.
-Ainda não sei. Mas ganhe a confiança dela, tenta descobrir alguma coisa daqual ela não tenha orgulho e daremos o troco do jeito certo. Mas nós não vamos fazer nada além disso, tá? - eu o avisava. Por mais que eu estivesse com raiva dela, ia contra os meus princípios chantagear alguém como ela estava fazendo.
-Vamos cortar esse assunto, depois a gente pensa nisso. - agora ele estava sentado em cima de mim, no meu colo enquanto passava as mãos pela minha barriga e peito. Pegando em meu pescoço, me puxou contra ele e me deu outro beijo daqueles apaixonados, ardentes e com amor, igual ao que dávamos há algumas semanas no início do nosso relacionamento. Eu pude sentir o mesmo fogo da paixão que eu senti antes, mas sabia que ainda era cedo pra algo além do que já tínhamos. Éramos inexperientes, e assim como ele eu gostaria que aquele momento fosse único, mágico. Sabíamos disso, mesmo sem nunca ter conversado a respeito.
Depois de muitos beijos e carícias, olhares safados e risadas, deitamos juntos mais uma vez. Caio deitou em meu peito e dormimos juntos daquele jeito. Ambos sem camisa, ambos cúmplices, felizes. Tudo que queríamos era não pensar mais nos problemas, e no que teríamos de fazer. Amanhã seria segunda feira, e já botaríamos nosso plano em prática.
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Entre Nós - [Romance Gay]
Підліткова літератураVocê acredita no Amor? Acompanhe Gustavo na descoberta do amor, e na difícil tarefa de lidar com um relacionamento gay. Descubra que todas as formas de amor são válidas e que independente da condição natural de cada um, todos podem ser felizes.