Tô afim de comer olho-de-porco hoje?
Vou num açougue.
Vou num restaurante.
Lá tem variedade de carnes.
Mas que eu quero mesmo é olho-de-porco.
Procuro dentro do açougue. Procuro dentro restaurante.
Vasculho dentro açougue. Vasculho em restaurante.
Vejo carne gorda,
vejo carne magra.
Eu como carne gorda,
eu como carne magra.
Fico decepcionado. Nada de olho-de-porco. Tô com desejo de comer olho-de-porco.
Ando pela cidade à noite.
Alguns açougues, restaurantes estão
a espreitar-me.
Há carne fresca, há muxiba.
Açougues têm carne fresca. Restaurantes carnes frescas. Não oferecem olho-de-porco no cardápio. Fico decepcionado.
Depois de tanto procurar,
enfim, vou ter que me contentar com açougue que só vende muxiba.
A se fazer o quê?
Já comido muxiba,
tenho que deixar este
nobre pensamento:
" Vale mais muxibas como comidas do que carne fresca
cheia de teias de aranha. Pelo menos no meio de tantas muxibas. Terá sempre um olho-de-porco pra fora pronto pra receber um espeto."
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PORNEIA DESVAIRADA
PoesiaATENÇÃO: Este livro não é adequado para pessoas beatas, sensíveis e politicamente corretas. As patuscadas rolam soltas nestes textos, em que nada ficam a dever aos sites e revistas proibidas da internet ou aos lendários "catecismos". Diversos mo...
