Capitulo 2

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POV MARCOS
Acordei, suado, cheio de lembranças na cabeça. Tive um sonho com a Emilly, não era um sonho erótico, como eu queria que fosse, era um sonho aonde eu tentava falar com ela, as palavras não saiam, ela ficava cada vez mais distante, o desespero tomava conta, ela fugia de mim, de novo. Não sonhava com ela há pelo menos 2 meses e agora voltei a sonhar, não quero isso.

Peguei meu celular, precisava distrair minha cabeça, entrei no Twitter, queria dar bom dia aos meus fãs, os verdadeiros. Não tenho muitos como antes, aquela multidão que se arrastava jurando amor por mim, me abandonou há uns 3 meses atrás, quando acabou o novo bbb, eles já tinham um novo favorito pra seguir. Sabe o que é o mais engraçado? Os fãs que sobraram, que ainda me dedicam tanto amor e carinho, são justamente aqueles que eu um dia tratei mal, aqueles que eu não queria por perto, os mallys. Mesmo depois de tudo o que eu falei pra eles, eles ainda me amavam, tinham tanta gratidão por um simples olá que eu dava e o mais louco de tudo, ainda acreditavam que eu e a Emilly voltaríamos. Loucos né ? Ou talvez eram muito esperançosos, mas não deixava de ser loucura, ela tava com outro, ela tinha me esquecido, tava lá com aquele jogadorzinho, tudo bem eu não me importava mais, ou pelo menos dizia que não. Na verdade isso tudo é culpa minha, eu inventei aquele namoro com a Babi pra chamar atenção dela, pra finalmente aquela boca falar algo, não funcionou, ela continuou calada e eu a afastei ainda mais. Eu praticamente a joguei pros braços de outro... cara que loucura, eu não fiz nada disso, ela foi porque ela quis, ela está com ele porque ela quis, eu não vou me martirizar por isso, azar o dela.

Levantei, fiz minha higiene, me troquei e vou trabalhar, hoje o dia será puxado, tenho 3 rinoplastias e consultas sem fim, não reclamo, o trabalho é tudo o que eu tenho.

Chego na clínica e já avisto Juliano, com uma cara assustado em frente à TV.

- E aí mano, o que houve ? Por que essa cara assustada ? - disse perto dele.

Olhei pra TV, a manchete era grande " Emilly Araújo, termina namoro com o jogador Joclécio Amancio", aumentei a TV, precisava ouvir aquilo, um sorriso escapou dos meus lábios. A notícia continuou " jota é flagrado aos beijos com a ex como todos sabemos, mas o que vocês não sabem é que ele foi gritar em sua casa hoje de manhã, temos uma filmagem gravada por um vizinho", me deparei com aquela cena, mas só via ela, tão linda, cada dia mais linda, saio dos meus pensamentos e desligo a TV, foda-se, eu não me importo com ela.

- Ela ainda mexe com você né ? Não nega, da pra ver nessa cara aí mano, foi um feitiço que ela te jogou, ela não vale nada, você sabe- Juliano disse, aquela hora com aquelas histórias de novo, não aguento isso.

- Chega Juliano! Já te pedi pra não falar mais dela pra mim, nem estamos mais juntos, esquece ela cara. Vamos trabalhar tchê- disse irritado subindo as escadas.

O dia passou bem devagar, pelo menos estava trabalhando muito, o que não me dava tempo pra pensar nela, até o momento que a consulta foi com uma fã nossa. É incrível como depois de 1 ano, eles ainda torcem pra que fiquemos juntos, ela dizia como era lindo nosso amor, que sabe que nos amamos, COMO É QUE ELA PODE FALAR SOBRE NOSSOS SENTIMENTOS ? Eu só sabia ouvir, eu já não a acusava mais de traição, eu sabia que ela não tinha feito comigo, descobri a verdade, tarde demais, então achei que devia guardar pra mim, ela já sofreu tanto, não era justo trazer isso à tona outra vez.

A fã me entregou um presente, uma foto nossa na festa gaúcha, rindo com a testa colada em um quadro preto simples, ri com aquela foto, lembrei das imagens que vi quando sai, minha bunda pra todo o Brasil, que desastre. Não o joguei fora como fazia com os presentes que me lembravam ela, esse eu guardei, em minha gaveta. Hoje eu vejo que foi um erro jogar todos eles fora, era um jeito de demonstrar carinho, eu não enxergava isso, idiota.

Me despedi dela e desci para ver minha agenda, como programado amanhã viajo ao rio, tenho consultas e cirurgias por lá. Me despeço de todos e vou pra casa.

Chego em casa, como sempre ninguém me espera, nem ao menos um cachorro, eu era tão acostumado a ser sozinho, depois da Emilly eu sinto tanta falta de ter alguém, desde que fiquei com ela não tive nada sério com ninguém, só beijos e transas que não significavam nada. Eu era solitário, eu via isso, eu não era feliz, me afundava no trabalho pra me sentir melhor, não dava, ao chegar em casa eu sentia um vazio.
Arrumei minhas malas para o Rio, resolvi pegar em cima do guarda roupa minha bagagem de mão, notei uma caixinha que caiu, abri e avistei o lenço da mãe da Emilly, a calcinha, eles estiveram comigo todo esse tempo e não na privada como disseram. Cheirei ele e as lembranças voltaram, a dor voltou, lembranças das acusações que fiz a ela no último encontro em Porto Alegre, de tudo. Chorei de tristeza, de saudade, resolvi tomar uma providência depois de tanto tempo. Eu vou atras dela quando chegar no Rio e ela vai me ouvir, ah se vai.

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