Capitulo 99

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POV EMILLY

Uma forte chuva começou e um acidente com dois carros, parou toda a via. Um trânsito lento se formou eu apertava com força o banco do carro e tentava me controlar, eu estava desesperada.

- Porra - Diego bateu com as mãos no volante- Quanto tempo será que vamos ficar parados aqui ? - não tinha certeza se ele falava comigo, ou sozinho.

- Pra onde estamos indo Diego ? - eu falava entre soluços.

- Emy, fica calma tá bom ? Eu amo você, nunca faria mal nenhum pra você, eu sou o pai dessas crianças... nós vamos ser felizes juntos. - ele passou a mão direita por de trás do banco e tentou acariciar meu rosto, mas eu desviei. Ele riu baixo.

- Até quando você vai fugir dos meus toques ? Eu vou fazer você chegar ao céu, você vai implorar pra eu te tocar de novo- ele falou debochado e se virou novamente- Vamos porra! - ele buzinou forte pros outros carros, o que fez com que andássemos um pouco pra frente.

Um guarda de trânsito apitava sem parar, obrigando todos a continuarem parados, acho que era um sinal do céus, para eu convencê-lo a desistir dessa loucura.

- Diego pelo amor de Deus, tu sabe que eu não sinto nada por ti, tu sabe disso, tu não pode forçar nada, eu sei que tu gosta de mim, mas por favor não me força a ficar com você, as pessoas vão sentir minha falta e vão se dar conta que eu sumi- ele ignorou minha fala e ficou calado, logo começou a cantarolar uma música extremamente irritante.

Fechei os olhos e pedi a Deus e a minha mãezinha que cuidassem de mim, que não deixassem ele fazer nada comigo e que o Marcos me encontrasse logo.

POV MARCOS

- Tá certo, obrigada viu - Mayla falava no telefone e logo desligou. Ela se sentou no sofá e passou a mão no rosto- Ainda nada, ninguém a viu, eu não sei mais pra quem ligar. O pessoal que fez a reunião com ela disse que ela disse que iria de uber, pois tinha marcado um compromisso com a assessora- Mayla dizia com a voz trêmula.

- Viu só Mayla, ela não da bolo em ninguém. Aconteceu alguma coisa, eu tô sentindo- eu levantei e as lágrimas já corriam desesperadas pelo meu rosto.

- Fica calmo meu rapaz, estamos todos nervosos e isso não vai adiantar, vamos pegar o carro e ir atrás Dela. Confia que vai dar certo- Seu Volnei tentava ser forte e nos acalmar, eu e a Mayla não tínhamos condições de nada, eu mal conseguia pegar no celular.

- Tu tem razão seu Volnei, vamos procurar por ela, se não encontrarmos vamos chamar a polícia.- Ele concordou e pegou as chaves do carro. Mayla colocou um tênis e veio com a gente.

Ele sentou no banco do motorista e eu no banco do carona, Mayla sentou no banco de trás e chorava muito, isso me deixava mais nervoso ainda.
Seu Volnei dirigia pelas ruas, estava chovendo bastante, eu indicava o caminho de onde seria a reunião dela, enquanto tentava ligar novamente pra ela. Mais uma vez eu não consegui. Apoiei minha cabeça na janela e chorei, chorei muito, meu coração doía só de pensar que a minha nenê podia estar em perigo, eu não tinha ideia de onde ela poderia estar.
Mayla acariciava meu ombro e eu segurei sua mão como apoio.

- Ela vai ficar bem meu filho, nós vamos encontrá-la - seu Volnei dizia em um tom baixo, ele tentava me tranquilizar mas não adiantava.

- Eu não sei mais viver sem ela, ela precisa estar bem, eu não vou aguentar se alguma coisa acontecer- eu dizia entre lágrimas.

- Nada vai acontecer, ela está bem, confia que ela está bem- seu Volnei dizia, enquanto cortava caminho pelas ruas.

POV EMILLY

- Diego, por que tu tá fazendo isso comigo? Se tu me ama me deixe ser feliz - Falei mas ele continuou em silêncio- Nós sempre fomos tão amigos, eu sempre te tratei como um irmão, eu até acreditei que tu não seria capaz de fazer aquela armação toda, Di, tu não tá bem, tu tá fora de si, eu posso te ajudar, a gente procura ajuda e...- ele gritou comigo, interrompendo minha fala.

- Chega Emilly! - ele berrou, e o carro andou mais um pouco- Você não entende que eu te amo ? Eu não tô louco, eu tô muito bem, eu só não vou perder você pro velhote, eu não preciso de ajuda e nem você precisa, vamos ser muito felizes juntos, longe daqui - ele falou olhando pro relógio, estava nervoso pela demora que estava para andarmos.

Ficamos em silêncio, minha respiração estava cada vez mais acelerada, parecia que eu tinha corrido uma maratona, o ar me faltava, sentia fortes dores na barriga e quando olhei por entre minhas pernas, uma poça de água se formou em baixo de mim.

- Diego ! - chamei a atenção dele em um tom alto.

- O que ? - ele respondeu revirando os olhos e olhando pra mim.

- A minha bolsa estourou- ele olhou para as minhas pernas e arregalou os olhos pra mim completamente apavorado - Por favor Diego, eu esqueço tudo isso, esqueço polícia, eu estou disposta a esquecer tudo, mas pelo amor de Deus, pelo o que tu diz sentir por mim, salva os meus filhos, não nos deixe morrer aqui, eu não vou aguentar ter os dois aqui dentro. - eu chorava em desespero, não tinha a menor chance de eu ter meus filhos naquele carro.

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