O nickname era chamativo, Loir@Gat@, com arroba e tudo. Perguntas de praxe, telefone, encontro no Barra Shopping, afinal a moça morava na Zona Sul. Quando chegou ao local HomoSapiens, esse era o nick do rapaz, deu de cara com um monumento. Parecia que DEUS estava de bom humor quando a fez. Linda, Loira, corpo perfeito, pele queimada de sol, olhos verdes. Reproduzo agora o diálogo que se seguiu:
—Muito prazer, João.
—Muito prazer, MerryChristmas.
—Diferente seu nome.
—Que nada, bem comum. Maria Cristina, mas prefiro usá-lo em americano é mais charmoso.
—Você quer dizer em inglês?
—Não, americano mesmo. Não gosto dos ingleses eles perseguem o Irã.
—Essa é nova para mim.
—Você não esta sabendo? Só porque o Irã quer a separação da Irlanda.
—Ira?
—Deve ser mesmo. Eu também ia ficar irada se quisessem separar o meu apartamento do prédio onde moro.
—Assim fica difícil.
—Também acho, dei uma olhada no mapa e pra eles separarem a Irlanda da Inglaterra eles vão ter o maior trabalhão. Isso se não afundarem a Irlanda. Ela ta presa na Inglaterra, vai que eles separam e ela afunda.
Ele resolveu mudar de assunto.
—Gosta tanto de Americano. Já esteve nos Estados Unidos?
—Ainda não, Mas antes de conhecer os Estados Unidos, quero ir ao Havaí.
—Quer conhecer as praias?
—Não menino, meu interesse maior é conhecer onde se fabricam as Havaianas, aquele chinelinho que todo mundo adora.
Mais uma vez ele resolveu mudar de assunto, afinal de contas amulher era um monumento a beleza.
—Estuda ou trabalha?
—Estudo. Estou terminando o primeiro grau, mas já estou pensando no que vou fazer na faculdade.
—Legal isso. Pensar pra frente é uma boa coisa. O que pretende fazer na Faculdade?
—Gosto muito de plantação, roça, área rural, campo. Pretendo fazer Hortopedia.
—Não entendi. O que tem a ver Ortopedia com Plantação?
Ela deu um sorriso condescendente e falou.
—Você é muito burro menino. Como vou cuidar de uma horta se não souber o que fazer?
—Ai.
—Ta sentindo alguma coisa?
—Não, estou bem.
—Se não fosse tão difícil, bem que eu tentava medicina.
Ele ia falar umas besteiras, mas olhou as coxas dela na micro-saia e mudou de opinião.
—Olha, com esse rostinho angelical e esse seu jeitinho carinhoso, você seria uma ótima pediatra.
Ele falou isso, mas pensou:"Existiriam muitas crianças tomando supositório por via oral". Mas fazer o que. Ela era muito gostosa.
—Pediatra nunca.
—Mas por quê?
—Menino, você acha que ia me sujeitar a ficar cuidando de unha encrava, frieira e chulé?
Depois dessa ele não aguentou.
—Olha, a conversa esta ótima, mas eu preciso ir embora. Se quiser te dou carona.
—Adoraria, mas você não sabe onde eu moro.
—Você falou no bate papo da sala que morava na zona sul, portanto só pode ser no Jóquei.
—Como adivinhou?
Ficou sem resposta.
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Histórias que Ninguém Conta
HumorOs textos contidos na obra são a forma do autor ver com bom humor as mais variadas passagens por ele observadas. O trabalho não tem como objetivo arrancar gargalhadas, mas antes de tudo tirar sorrisos e transformar momentos de leitura em algo leve...