Conheci um cara na sala de bate papo. Entrava com nick de Escovadinho. Ele passou o maior sufoco, desses que não se deseja ao maior inimigo. Ele mora numa pensão no centro que é mais cheia que cadeia pública de delegacia de subúrbio. Dessas que para sentar tem que pedir licença pra não sentar no colo alheio. Outro dia, ele acordou com mau estar. Levantou, não é bem o termo, porque ele dorme em pé escorado por uma vassoura. Pelo jeito, o angu do Gomes da noite anterior não desceu muito legal. Ele notou isso, quando foi soltar um gasoso e molhou a cueca. Aí perguntou para o colega do lado: "Oh Eufronário, peido pesa? "Eufronário fez cara de fedor e respondeu: "não". Ele notou que tinha se dado mal e falou: - "Ihhhhhhhhhhh amigo, acho que me caguei. " Mas o pior ainda estava por vir, ele começou a sentir aquela erupção sub barrigal que mais parecia uma revolução. Tudo indicava que o fígado, o baço e o intestino estavam saindo na porrada. Foi aí que começou a sina do Escovadinho. Tinha que correr para o banheiro, pois além dos coleguinhas do pastoso já estarem querendo sair, tinha aquele troço quente, melado e estranho descendo pela perna. Imagine o que pode ter acontecido. Não? Logo que chegou ao corredor, porque o banheiro era comunitário, tinha uns 30 na frente. Escovadinho começou a sentir então, o que toda mulher quando vai dar à luz sente. Isto é, calafrios e contrações. Mas o pior era aquela estranha sensação de que o neném estava para chegar e eram múltiplos. Toca a prender. Trancou tudo. Ele começou a sentir que o bilau começava a encolher assustadoramente. Ele pensou: " já é pequeno, se encolher não acho nunca mais." E as contrações aumentando. Ele já pálido, o sangue indo completamente embora. Escovadinhoestava virando o cagadinho. E a fila não andava. Ele começou a rezar. Na reza, já apelou logo para todos os santos, porque se fosse falar um por um não ia dar tempo. No caminho encontrou até um santo protetor das caganeiras. Ele dizia assim: "Meu santo segura o coco que não tô aguentando". E o futum se alastrando. Era impossível não ser notado e todo mundo começou a olhar pra trás. Além de suado o escovadinhoestava ficando roxo e segura a bosta, e tranca o c... Ele já estava tão torto que a perna direita estava do lado esquerdo e vice-versa. Era a visão do inferno. Por fim, chegou a vez dele. A porta do banheiro se abriu e ele vislumbrou aquele assento branco, macio. Lindo e limpo chamando. Vem escovadinhoooooooooooo, vemmmmmm. Ele começou a levitar e leu a frase que estava escrita na parede logo acima do seu objeto do desejo: "A maior felicidade da vida é chegar aqui a tempo". Falou para si mesmo: "vai ser agora." Chegou a chorar de alegria. Nesse instante a portuguesa dona da pensão, deu uma porrada na porta, fechando-a e gritou. Vão todos trabalhar seus gajos vagabundos, a hora pra usar o banheiro já se encerrou. O escovadinho começou a rir compulsivamente, soltou a pressão e se cagou ali mesmo.
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Histórias que Ninguém Conta
HumorOs textos contidos na obra são a forma do autor ver com bom humor as mais variadas passagens por ele observadas. O trabalho não tem como objetivo arrancar gargalhadas, mas antes de tudo tirar sorrisos e transformar momentos de leitura em algo leve...