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— Ei, não me empurra! — reclamei, enquanto migrava toda a força que tinha para as minhas costas, com o propósito de impedir que minha amiga me empurrasse para fora da sala. — Não quero ter que rejeitar mais uma confissão. — choraminguei.

— Se eu pudesse eu iria no seu lugar, juro, mas não acha que é pior deixar ele esperando e não aparecer? — falou ela parando de me empurrar de repente, quase causando uma queda minha.

— Não, não acho, minha fama de coração de pedra não é à toa. — retruquei, o que fez minha melhor amiga arregalar levemente os olhos.

— Ou você vai rejeitar esse garoto de maneira descente, ou eu conto para o Taemin que foi você que matou a tartaruga dele na quarta série. — ameaçou, cruzando os braços.

— Você não ousaria, não teria coragem... — respondi indignada.

— Quer apostar? — respondeu, arqueando uma sobrancelha.

— Tá, eu vou. — apontei para ela — E você sabe que o lance do Michelangelo foi um acidente. — me virei e segui para o telhado batendo os pés, ao mesmo tempo em que ela vinha atrás para confirmar se eu realmente iria fazer o que pediu.

 Subi as grandes escadas que levavam até o local e chegando lá encontrei um garoto o qual trazia uma carta em mãos, logo minha amiga fechou a porta que havia ali, com o propósito de nos dar privacidade, me aproximei do menino e fiz minha melhor expressão de tédio e esperei para que ele falasse algo.

— E-então... S/n... eu sempre gostei de você, por favor saia comigo. — disse o garoto o qual não fiz questão de saber o nome fazendo uma breve reverência e estendendo a carta para mim.

— Me sinto muito feliz que goste de mim, mas não posso aceitar seus sentimentos. Sinto muito. — retribuí a reverência e fui embora.

 Eu odiava receber confissões, pois eu não poderia retribuir os sentimentos da pessoa em questão, a pior parte era ter que rejeitar.

— E aí? Como foi? — indagou a menina.

— Horrível, você sabe que eu odeio fazer isso. — respondi e fui sentar em minha carteira e abaixei a cabeça para cochilar as últimas duas aulas antes de ir para casa.

《Quebra de tempo》

 Mais um dia como todos os outros, as folhas caem, o frio se faz presente, namorados expressando seu amor no meio do corredor, aluno novo indo para a secretaria... Pera... Aluno novo?
Eu conheço aquele menino, já o vi em algum lugar.
Estava parada no corredor quando sinto alguém empurrar minhas costas.

— Por quê você sempre faz isso? Eu não sou um guindaste sabia? — ouvi a voz da pessoa que deduzi ser minha amiga.

— Você está me empurrando porque quer. — ri da situação.

— Que seja, você soube que vai entrar um aluno novo na nossa sala? — perguntou.

— Eu o vi na secretaria, não consegui identificar o rosto, porém me pareceu familiar. — respondi fazendo uma expressão pensativa.

— Massa, na aula a gente vê quem é... — completou.

 Caminhamos para nossa classe e nos sentamos em nossos respectivos lugares e esperamos o professor chegar com o aluno novo.
Alguns minutos se passam e logo vemos os dois pela janela.

— Bom dia turma, hoje nós temos um novo integrante em nossa sala, sejam legais com ele e o ajudem quando for necessário. Pode se apresentar querido. — o professor colocou seu material em cima da mesa e fez sinal para o garoto prosseguir com a apresentação.

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