O ambiente escuro, mesclado com a música alta, inalar aquela fumaça artificial por horas, enquanto seus amigos se divertiam horrores na pista de dança, fazia com que aquele fosse o local perfeito para deixar o garoto incomodado. Mas ainda assim havia um fator que não mantinha tudo cem por cento desagradável, cujo o específico jogo de luzes coloridas o tornava ainda mais deslumbrante aos olhos de Mark.
❝Seus olhos seguem como um holofote, dois olhos como o Sol. Vá em frente, mantenha distância de mim Logo você vai vir❞
Os olhos da pessoa que ele havia se interessado eram instigantes, pareciam brilhar, e as luzes coloridas ressaltavam ainda mais a beleza dos orbes, que se assemelhavam a pedras preciosas. Ele pensava em aproximar-se sorrateiramente, contudo, quando o fazia era como se fossem imãs de mesma polaridade o impedindo de chegar mais perto.
❝Aquele jogo que você está disputando, meu bem Você já ganhou Eu preciso saber O que você precisa? O que você gosta?❞
O menino queria sentar-se por perto do ser que roubara sua atenção, perguntar o que gostava, o que precisava, descobrir seus interesses em comum e quem sabe, talvez, conseguir seu número. Porém optou por observar atento cada movimento que aquela criatura enigmática fazia.
A viu levando o copo de cristal aos lábios avermelhados para depois tomar um gole da bebida colorida e ele percebeu que estava mordendo os seus próprios. Com as mãos gélidas e trêmulas, tomou coragem, decidiu que nada mais o impediria de aproximar-se, sentou-se ao lado da personificação de seus desejos e iniciou o diálogo com um singelo "Oi".
❝Você pode fingir que não o quer agora Mas eu li os sinais da sua cabeça até os dedos dos pés Sim, você não precisa dizer uma palavra porque seu corpo fala. Seus lábios são uma conversa Esse rosto é uma música Se é minha imaginação Me pare se eu estiver errado❞
Conversaram bastante, Mark conseguiu descobrir seus interesses em comum e do que aquela pessoa gostava. O próximo passo seria conseguir pelo menos seu número, mas o que ele queria mesmo era beijá-la com a mesma intensidade do nervosismo que estava sentindo antes.
Tentou o seu melhor nas investidas, todavia ainda não possuía experiência o suficiente para cumprir o objetivo da maneira que queria. O ser que o havia enfeitiçado indicava querer o mesmo, mas fingia que não, o que deixava o rapaz confuso, pois pelo menos ali naquele momento, mesmo que a pessoa estivesse o negaceando, sua linguagem corporal o dava certeza de que ambos se desejavam igualmente.
❝Sim, você pode tentar esconder isso, mas você sabe que não pode negar Seu corpo fala❞
