5 - Oversight

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POV JADE THIRLWALL

- Hoje o dia está ensolarado! É um dia ótimo para passear com os amigos, fazer um piquenique com a família, ou apenas se divertir com seu animal de estimação - a mulher na televisão falou, com uma falsa animação.

- Por favor, você pode trocar de canal? - pedi a Danielle, que riu antes de colocar na Disney Channel.

- Isso tudo é mau humor por ter que ver Perrie hoje? - ela perguntou, se arrumando melhor no grande sofá em formato de L. - Você sabe, isso pode ser falta de sexo. Lembro como você tinha um humor bem melhor antes.

Com cuidado para não derrubar minha tigela de cereais, atirei uma almofada na morena. Algumas - muitas - vezes Danielle era inconveniente, e adorava falar sobre o fato de eu não ter um namorado, mas eu continuava a amando.

Ela sabia disso, claro. E usava esse fator contra mim.

- É sério, só porque vocês não terminaram muito bem não quer dizer que você precisa ser uma vadia o dia inteiro.

Soltei um suspiro. Afinal, depois de todo aquele tempo, eu não havia contado a Danielle o verdadeiro motivo de eu nunca mais ter falado com Perrie.

Porque, bem, o nosso término não foi a última vez em que nos vimos.

Mas eu não iria contar aquela história agora, já que estava um pouco atrasada. Deixei a tigela em cima da pia e peguei meus sapatos.

- Só para a sua informação, eu a tratei muito bem ontem - disse eu, colocando o celular na bolsa.

Danielle tirou os olhos do celular e sorriu para mim.

- Não vá fazer merda, Thirlwall.

Não a respondi, mas sei que tudo que eu já fiz em minha vida amorosa parecia uma merda completa.

Mas, ultimamente, minha vida parecia decolar cada vez mais. Meu single de estreia era uma das melhores vendas do ano, número um do iTunes em muitos países, e muitos críticos especializados diziam que mal podiam esperar pelo lançamento de meu álbum. Eu estava trabalhando arduamente para este - já tinha cinquenta músicas escritas, então teria que decidir quais se encaixariam melhor na história que eu contaria em meu primeiro álbum.

Afinal, tudo que eu fazia tinha uma história. Meu primeiro single contava como eu estava cansada de tudo que era imposto sobre eu, e tudo que passou estava acabado. Aquele era um lead-single, mas provavelmente seria a última música do álbum. A primeira eu já havia decidido: Dreams falava sobre dar tudo de mim para alcalçar meus sonhos, e mesmo assim ter de passar sobre obstáculos para chegar até eles.

Tudo isso parecia indo bem demais, incluindo os filmes e séries em que eu estava sendo chamada para participar. Desde que fiz minha primeira atuação, o que não faltou foi roteiros e papéis para analisar e escolher. Eu estrelaria minha primeira série pela Netflix em seis meses, de uma de minhas sagas de livros favoritas.

Mas, claro, sempre para um belo dia de verão há uma chuva para refrescar, e essa chuva se chamava Perrie Edwards.

Quando Scooter me contou de seus planos de uma parceria para nós duas, eu não poderia estar mais apavorada. Não sabia como encarar Perrie depois do ocorrido, já que, bem, nunca nos encaramos depois daquilo, porque Perrie nunca soube encarar seus erros. Então, pela reunião inteira, eu simplesmente não a encarei, nem dirigi uma palavra a ela.

Provavelmente aquilo não era a maneira mais adulta de lidar com as coisas, mas eu nunca me importei com isso.

Então Perrie decidiu que precisávamos nos encontrar para começar a criar a canção. Ela estava errada? Claro que não, mas eu certamente não estava pronta. Como (em minha cabeça) eu não conseguiria a encarar sozinha, decidi que o melhor lugar seria a minha gravadora.

Behind The Flashes | JerrieOnde histórias criam vida. Descubra agora