Aisha e Thomas não se davam bem. E isso qualquer pessoa que passasse mais de dois minutos com eles no mesmo lugar perceberia isso... Mas o que poderia acontecer se eles fossem obrigados a passarem quase dois meses juntos?
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Quando sai de casa mais cedo, eu sabia que alguma coisa iria acontecer. Não por que sou vidente e tenho uma bola de cristal, mas por que por algum milagre meu pai estava tomando café no lugar de seu suco matinal – que incluía várias frutas e virava uma gororoba não muito aceitável. – Ele tinha a sua frente uma xícara com café preto dentro e uma torrada – sem sua geleia de morango -.
Também não tive que passar dez minutos tocando a buzina em frente da casa de Brianna para ela poder sair. Quando cheguei, ela já me esperava do lado de fora com suas coisas em mão. E consequentemente não chegamos atrasada na escola e na primeira aula que dividíamos juntos.
Então quando Caleb começou a importunar Alice, eu sabia que eu deveria fazer algo.
— Por que você não deixa ela em paz?
Sabia que tinha que fazer algo por que eu já estava irritado que em toda aula de Inglês, ele levantava sua horrível bunda da cadeira e ia até o lugar da pobre garota apenas para implicar com ela; Apenas por prazer.
— Tomando as dores dos outros, Aisha?
Me perguntou com aquela sua expressão de peixe morto no rosto.
— E se eu tiver? O que que tem?
Falei levantando meu nariz me sentindo a nova mulher maravilha, defensora dos oprimidos, mas a verdade é que eu me sentia um rato morrendo de medo e pronta para correr de tudo aquilo. Alice nos olhava enquanto tentava se afastar de nos dois e pedia para que parássemos com isso e o restante da turma apenas olhava.
— Você quer trocar de lugar com ela? Por que eu tenho ótimas coisas para fazer com você. — Caleb falou aproximando-se de mim e tremi dos pés à cabeça, mas ele parou no meio do caminho quando uma bolsa de lápis voou até a cabeça de Caleb de algum lugar e ele virou-se furioso para olhar quem havia feito aquilo.
— Quem jogou isso em mim? É a revolta dos perdedores, é isso?
Tentei olhar por cima dos seus ombros e vi Brianna branca como leite ao lado do seu parceiro de Inglês que havia tomado meu lugar graças ao nosso amado professor que fez questão de nos separar por que segundo ele nós vivíamos fofocando sobre a vida dos outros. E isso não era nem um pouco verdade; Tudo bem, talvez um pouco.
— Ei cara, deixa elas em paz! — Ouvi Thomas – o garoto mais irritante do mundo – falar atrás de mim. Mas Caleb pareceu não ouvi-lo e virou-se na direção de Brianna.
— Foi você? — Perguntou apontando o dedo para minha melhor amiga. — Você vai me pagar, garota! — Falou indo rapidamente até ela. Nesse meio tempo a única coisa que me passou na cabeça foi o que eu fiz. Corri gritando e me joguei em cima das costas de Caleb, puxando seus cabelos loiros com toda a minha força e gritando: — Não meche com minha amiga!
E tudo o que se seguiu foi uma confusão de gritos que não conseguia entender direito.
Enquanto eu estava nas costas de Caleb, girando por toda a sala, com ele batendo mesas e cadeiras indo até mesmo próximos o bastante das grandes janelas que tinham na sala, comigo gritando e puxando seu cabelo, ele tentava me tirar de cima dele. Sentia mãos na minha cintura tentando nos separar, até que alguém foi mais forte que eu e me arrancou de cima do garoto a tempo de ver Thomas dando um soco nele fazendo-o cair que nem uma arvore podre no chão. E só o que foi ouvido depois foi a voz do professor de inglês chegando na sala, por que claro, nessa confusão toda ele não estava exercendo suas atividades de professor.
