05 - Aquele com a lista de motivos

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Eu estava voltando para casa.

De carona.

No carro dele.

E com ele.

Eu só posso estar ficando louca, realmente.

Aproveitando que já estava, dei uma boa olhada ao redor. Seu carro era limpo em comparação ao que o meu seria se eu tivesse um. E estranhamente, o carro não tinha cheiro de suor masculino como eu pensava. Não que eu tivesse pensando qual o cheiro que seria o carro do Colleman. Ele tinha cheiro de hortelã e estranhamente gostei daquilo, e no retrovisor tinha uma medalha pendurada mostrando que aquele carro era realmente o carro de Thomas Colleman, o capitão da equipe da natação.

Eu queria perguntar de qual competição havia sido aquela medalha, mas me controlei. O meu motivo de estar ali era apenas um: pegar carona para chegar mais rápido em casa, já que ninguém merece caminhar metade de uma légua até chegar em casa e não me tornar amiguinha de Thomas Colleman, o garoto que eu passei anos detestando. Mas meus planos foram estragados por ele.

— Você ainda mora no mesmo lugar?

— Sim. — Me limito a falar e olho para o lado de fora do carro. Era perto das cinco da tarde e o sol ainda permanecia em seu lugar brilhando fortemente e dizendo que não sairia de lá tão cedo.

— Sabe, já que vamos passar os próximos dois meses nos vendo quase todos os dias, talvez devêssemos ao menos manter um bom diálogo, Aisha.

O olho com minhas sobrancelhas erguidas e o encaro. O que esse garoto estava falando? Ele estava delirando ou algo do tipo? Thomas percebe que eu o estou encarando e tira seu olhar da estrada e olha rapidamente para mim.

— Não me olha assim. — Ele fala e vira na avenida que dá acesso à minha casa.

— Assim como?

— Como se você fosse capaz de me matar apenas com o olhar. — Bem que eu queria. Tenho vontade de dizer, mas me calo novamente. Olho para a tela do meu celular em busca de alguma coisa que me salvasse daquela tortura, mas ela mantém-se sem nenhuma notificação e nenhuma mensagem.

— Você pode ao menos falar comigo normalmente, sabe? — Ele começa novamente. — Não vai cair nenhum pedaço do seu corpo se você falar comigo educadamente e não com todo o sarcasmo que você tem.

Vejo o virar na minha rua e vejo que falta poucos metros a minha frente para eu me ver livre daquele sofrimento. Mas depois que Thomas resolve se calar, a frase de um personagem de um dos meus seriados favoritos me vem à mente. Sarcasmo é a minha única defesa.

Colleman para em frente à minha casa e vira-se de frente para mim.

— Por que você parece me detestar tanto Mitchell?

Tento não olha-lo enquanto tiro o cinto de segurança e pego minha mochila que estava no chão do seu carro. Mas ao me virar para tentar sair, vejo que a porta estava travada e sou obrigada a olha-lo, já que eu não conseguia destravar por conta própria.

— Então?

— Você pode destravar a porta, por favor? — Peço e respiro fundo.

— Só quando você me responder.

Thomas me olha nos olhos e me sinto perdida, fora de mim. Fecho meus olhos e me lembro de todos os motivos que me fizeram odiar Thomas Colleman.

— Eu tenho meus motivos. — Falo e me inclino sobre ele para apertar o botão que destrava a minha porta e saio rapidamente dali. Subo os degraus da varanda da minha casa e entro que nem um furacão, mas não subo diretamente para meu quarto. Me dirijo até a janela da sala e vejo por uma das brechas das cortinas brancas da minha mãe o momento que ele arranca com o carro e eu posso finalmente respirar direito. 

 

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