09 - Aquele com o olhar

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     Eu ouvia os braços de Thomas batendo contra a água arduamente enquanto eu ficava na sentada próximo a borda da piscina

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     Eu ouvia os braços de Thomas batendo contra a água arduamente enquanto eu ficava na sentada próximo a borda da piscina. Eu, Brianna e ele havíamos saído sorrateiramente da escola após o ocorrido na hora do almoço. Eu não conseguia parar de pensar o quão covarde eu havia sido no meu confronto com Lively, fui tão louca e corajosa na hora de enfrentar Caleb, mas senti minhas pernas morrerem ao ver a líder das fullcats me confrontar.

Sai da minha bolha de pensamentos quando vi Thomas chegar ao final da raia e apertei o botão parando o cronometro.

— Eu não sei dizer se esse tempo é bom ou não, então olha aqui. — Digo e estendo o cronometro em sua direção. Ele se inclina um pouco para fora da piscina e pega da minha mão. Thomas olha para os números marcados na tela e depois joga em minha direção, pego no ar e ele mergulha novamente, quando volta, se apoia na borda e senta próximo a mim.

— É o meu tempo normal, eu preciso melhorar ele se eu quiser ganhar a competição. — Confirmo com a cabeça e tento não olhar para o corpo de Thomas que tinha a parte de cima nua e a de baixo coberta por um tipo de short que ia até próximo aos seus joelhos e era bastante colado. Ele não usava touca então os cabelos molhados respigavam toda vez que ele balançava a cabeça.

Thomas percebe meu olhar fixo dele e sorrir. Passa a tolha sobre seus ombros e enxuga o cabelo.

— Eu deixo você tirar uma foto.

Fala e eu fico sem entender. Como assim tirar uma foto?

— Não entendi.

— Se você quiser, eu deixo você tirar uma foto minha, já que está me olhando tanto.

O encaro como se não acreditasse no que ele havia falado, me levanto rapidamente e tento sair dali o mais rápido possível para ele não ver meu rosto vermelho de vergonha, mas acabo enrolando meus pés nas roupas do Thomas que havia ficado próximo a borda e me preparo para cair de cara na piscina que tem mais de dois metros de profundidade, eu já imagino como minha mãe vai reagir quando tia Aurora falar para minha mãe como eu havia morrido afogada na piscina do marido dela e ele não estava em casa e não pode me salvar. Mas o impacto da água não vem. Apenas o impacto contra o peito nu e molhado do Thomas.

Eu sentia meu coração batendo tão rápido que eu achava pela segunda vez naquele dia que ele iria pular da minha boca. Os olhos do Thomas estavam cravados em mim e sua mão na minha cintura.

— O que eu perdi? — Ouvi a voz da Brianna e virei a encontrando próxima as cadeiras de sol em que estávamos há poucos minutos atrás. Voltei a olhar para Thomas e senti sua mão afrouxar ao redor da minha cintura.

— Sua amiga ia morrendo afogada agora. Essa é a segunda vez que eu salvo a vida dela hoje e ela não me dar nenhum obrigado. — Ele fala em um tom brincalhão, mas não acho nem um pouco engraçado o que ele fala e continuo séria. — Acho que já está na hora de ir. — Ele dis e começa a pegar suas coisas. Senti quando Brianna chegou do meu lado e agarrou meu braço e vimos quando Thomas se despediu de nós e saiu da área da piscina indo em direção ao estacionamento do clube.

— Vem, vamos para casa. — Brie me chamou e saiu quase me carregando, já que se fosse por mim, eu ainda continuaria parada lá, sem entender o que havia acontecido.

Quando chegamos em casa, subimos direto para seu quarto e nos jogamos no chão e enquanto Brianna conversava alguma coisa sobre o acontecido de mais cedo, minha mente oscilava entre pensamentos que ia do Colleman até Lively. Voltei a prestar atenção quando Brianna levantou do chão e foi até o notbook que estava em cima da cama para mudar a música que tocava.

As pequenas caixas de músicas do quarto de Brianna tocavam Natalie Imbruglia fazendo com que nos contássemos o refrão ao todo pulmões. Eu adorava esses momentos com ela, quando nada além das músicas que tocavam em uma playlist no youtube parecia nos preocupar. Quando a próxima música começou, Brie sentou-se colocou a embalagem da barra de chocolate que comia no lixo. Eu ainda não havia terminado a minha, mas a deixei de lado e apoiei minhas costas na cama.

— Eu achei que você ia brigar com a Lively hoje.

— Eu achei que ia sair dali direto para o necrotério — Digo e rio com Brianna me acompanhando. — Você já viu o tamanho das unhas daquela garota? Como ela pode fazer coisas normais com aquelas estacas?

Brie rir ainda mais e a acompanho.

— Se ela encostasse um dedo sequer em você, eu passava por cima dela com sua scooter. Tipo a Regina George atropelada por um ônibus. — Ela fala e começo rir ainda mais, tanto que as lágrimas começam a se formar em meus olhos.

— Ela ficaria maravilhosa com aquela cara toda remendada!

Minha barriga começa a dor de tanto rir e penso em mais alguma coisa para falar da Lively quando a mãe da Brie aparece na porta e nos olha como se tivéssemos fugido da cadeira. Quase tia, só da escola mesmo.

— Por que vocês estão em casa essa hora? Vocês não deveriam estar na escola?

Troco um olhar com Brie e rimos ainda mais, ela nos olha por cima dos seus óculos de grau e aponta para nós. — Quero as duas na cozinha em dois minutos para preparar o jantar e me explicar o motivo de terem matado aula.

Concordamos com a cabeça enquanto tentamos nos acalmar do ataque de risos. Quando já consigo olhar para Brianna sem rir, pego o resto da minha barra de chocolate e me levanto do chão. Me aproximo dela e entendo a mão para ajudá-la a levantar, mas no lugar de pegar minha mão ela me olha e inclina sua cabeça para o lado, como um cachorro adestrado normalmente faz.

— O que aconteceu com você na piscina hoje? — Abro a boca para falar, mas nada sai. Comprimo meus lábios fazendo uma linha com eles e tento entender o motivo de ter paralisado mais cedo na piscina. No começo eu achava que havia sido o medo de cair na piscina, mas no fundo eu sabia que não havia sido aquele o motivo.

O motivo era outro.

— Eu não sei, acho que o medo da água — Minto e ela me olha por alguns segundos antes de segurar minha mão e pegar impulso para se levantar. Percebo que ela não acredita no que eu falo, mas finge que sim, que aquele motivo era o certo. Mesmo sabendo que ele era o errado.

Ela passa por mim e grita algo para sua mãe do alto da escada. Respiro fundo e fecho os olhos afim tentar esquecer aqueles pensamentos, mas no momento em que os fecho, os olhos dele aparecem iluminando tudo ao meu redor. 

 

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