Entrei em casa preparada para mais um castigo da minha mãe. Parei em frente a porta já pensando no que ela iria mandar eu fazer dessa vez. Lavar o banheiro com escova de dente, talvez? Mas o que veio a seguir, não sabia definir se era bom ou ruim.
— Pode ir pro quarto, eu arrumo a cozinha. — Falou enquanto passava por mim em direção a ilha da cozinha. Olhei para ela sem entender nada e olhei ao redor e vi uma das garrafas de vinho do meu pai e um pacote de cheetos aberto.
— Aconteceu alguma coisa? — Pergunto quando dou passos até ela cautelosamente.
Minha mãe sorrir tristemente e balança a cabeça negativamente.
Tinha acontecido alguma coisa!
— Você é a única mulher mais velha que eu conheço que detesta vinho mãe. E você está com uma garrafa aberta e apenas uma taça... — Digo e me sento de frente para ela em uma das banquetas do balcão. Ela estava apoiada do outro lado da ilha com um pequeno corredor sem paredes nos distanciando. — Você brigou com o pai? — Pergunto, mesmo já sabendo a resposta.
— Casais as vezes brigam, filha. — Fala tristemente e a pergunta a seguir escapa da minha boca sem que eu perceba.
— Vocês não vão se separar, não é?
Ela rir e balança a cabeça negativamente de novo e derrama mais vinho em sua taça quase vazia, bebendo logo depois fazendo uma careta e sou obrigada a rir. Ela com toda certeza odeia vinho, mas só bebe quando está com saudades ou com raiva do pai.
— Você anda passando muito tempo com o filho mais novo dos Colleman, não é? — Ela pergunta me fazendo ficar ruborizada, já que minha mente viaja até minutos atrás enquanto eu estava aos beijos com Thomas no carro dele.
— Talvez. — Digo me esquivando a minha mãe abre um sorriso vitorioso.
— Eu só espero que o motivo de você está chegando tão tarde em dias da semana em casa, não seja pelo o motivo que eu esteja pensando.
— Mãe! — Grito tampando o rosto e escuto sua risada.
— Eu detesto aquele menino, mamãe, você sabe.
Apoio meus cotovelos em cima do balcão e seguro meu rosto com as mãos em forma de concha.
— Não é o que seus olhos dizem. — Ela fala enquanto toma de uma vez só todo o liquido vermelho de dentro da taça e se aproxima de mim.
— Mas é o que eu preciso acredita.
Ela sorrir e passa a mão sobre meus cabelos em forma de carinho. Concorda com o que eu digo e me manda subir já que está tarde.
— Ganho uma carona amanhã? — Pergunto quando estou aos pés da escada.
— Claro. — Ela fala de costas para mim enquanto coloca mais uma taça de vinho para si.
— Mãe — Chamo fazendo ela virar-se para me olhar. — Não demora a subir.
Digo e subo para meu quarto e quando me deito na cama para dormir, fico imaginando o que Thomas estará fazendo naquele momento.
Me perguntava se eu conseguiria aguentar até a hora do almoço sem cair de sono em cima da minha cadeira quando Brianna me mandou uma mensagem.
"Só vim ver sua mensagem pela manhã e sai atrasada de casa então não respondi."
"O que vocês fizeram ontem à noite?"
Olhei para Brianna que estava em uma cadeira perto da janela enquanto eu estava perto da porta, já que nossa querida professora fez o favor de nos separar no início do semestre.
"Nos beijamos"
Não precisei esperar uma resposta por mensagem de Brianna, já que eu tenho certeza que o seu grito no meio da aula enquanto a professora explicava o nosso trabalho para a próxima aula.
A professora olhou para Brianna que pediu desculpas e eu me segurava para não rir de sua reação.
"Você vai me contar tudo na hora do almoço"
A espera de Brie não demorou meia hora, já que antes mesmo que a professora pudesse concluir sua última linha de raciocínio o sinal tocou e eu corri tão rápido para fora da sala que eu me senti a nova Flash do seriado. O que fez minha melhor amiga me encontrar no banheiro do terceiro andar, no qual a gente não tinha muito acesso por ser o andar dos alunos do último ano.
Brianna entrou no banheiro como um tufão e foi logo batendo em todas as portas dos reservados para saber se tinha ou não alguém por ali, quando ela abriu todas as seis portas dos reservados eu gritei.
— A gente se beijou!
Mas eu não queria ter gritado, na verdade eu queria ter falado baixo, mas minha expectativa de dividir o assunto com Brie não deixou.
— Oh my God! — Brie gritou também e começou a movimentar as mãos para cima e para baixo como se estivesse perto de ter um ataque do coração. — Me conta tudo, não esconda nada!
E eu contei.
Só não contei como eu ainda queria beijar Thomas até perder o ar.
— E agora? O que vem depois? — Ela me pergunta enquanto desce de cima da pia e fica de frente para mim. — Você vai chegar naquele refeitório e beijar ele no meio da escola toda?
Eu queria. Mas quando chegamos no refeitório nos últimos dez minutos que faltavam para o horário acabar, Lively estava agarrada no pescoço dele como se fosse uma jiboia agarrada em sua presa. No instante que eu dei um passo para ir até a fila para comprar algo para comer, senti os olhos de Thomas sobre mim, olhei para Brie que estava do meu lado com a boca que poderia passar um avião de tão caída que havia ficado me olhou tentando entender o que estava acontecendo.
Sorri para ela e virei a cara para Thomas.
E senti como se Thor tivesse acabado de jogar seu martelo em cima do meu estomago e eu não era capaz de retira-lo dali.
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FORA DO AR
Teen FictionAisha e Thomas não se davam bem. E isso qualquer pessoa que passasse mais de dois minutos com eles no mesmo lugar perceberia isso... Mas o que poderia acontecer se eles fossem obrigados a passarem quase dois meses juntos? ®Todos os direitos reservad...