Capítulo 3

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Oi, meus anjos?
Estou em trânsito, mas dei um jeitinho de postar esse aqui. Espero que aproveitem.
Boa leitura!

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Sonhei. Sonhei a noite inteira e acordei atordoada. Troquei o meu jogo de cama e coloquei o sujo na máquina antes que minha mãe visse. Sabia que ainda assim ela me encheria de perguntas, pois ela adorava lavar e passar minhas roupas. Motivo pelo qual eu andava sempre organizada.

Olhei o relógio e ainda eram 6:00 am. Tinha ido deitar cedo na noite anterior e sonhado a madrugada inteira com aquele sorriso, aquele rosto e... Aquele corpo também. Engraçado é que Luna, meu xodó, não apareceu no sonho nenhuma vez sequer. Acho que meu inconsciente tratou de separar bem as coisas para que eu não acordasse com ainda mais nojo de mim.

Como eu podia fantasiar com a mãe de uma das usuárias do serviço que meus pais ofereciam? Era errado. Era impossível. Mas eu não tive controle sobre o teor do sonho. Nele, Ariana era adicta aos meus lábios e eu não era a mosca morta que sou. Só de imaginar aqueles lábios contra os meus, partes negligenciadas do meu corpo gritavam em manifestação.

No banho travei uma batalha épica entre a minha consciência e meus instintos com a mão ao redor do membro incomumente rígido e pulsante, mas optei por um banho frio em vez de um alívio proporcionado por minhas mãos. No que eu estava me transformando? Em uma adolescente cheia de hormônios? Pensando bem, talvez, fosse o caso. Eu nunca havia passado por essa fase para superá-la.

Após o banho me vesti de forma costumeira como fazia aos sábados. Top esportivo, regata larga por cima, minha segunda pele, uma cueca apertada e um shortinho mais folgado. Cabelo preso e nos pés chinelos brancos. Sábado pela manhã era reservado para a faxina da casa por Dona Sinuhe e à tarde meu pai gostava de fazer um churrasco ou simplesmente nos reunir no quintal para conversar, dizer poemas e tirar minha mãe para dançar. No meio tempo entre essas duas atividades eu mexia em minha moto ou fazia algum reparo e limpava meu carro.

O Reanult Fluence fora um presente de formatura que ganhei de meus pais. Era um carro caro para alguém com a minha faixa salarial. Eles escolheram o modelo porque acreditavam que eu poderia seguir no ramo do Direito, e aquele carro tinha cara de um veículo para a Dra. Camila. Muito grata tratei de cuidar muito bem do automóvel e, agora, mesmo depois de 5 anos de uso o Fluence de cor preta parecia recém saído de uma concessionária.

Shawn e Juno sempre tiravam sarro do meu zelo. Diziam que eu iria acabar com a água do planeta. Grande besteira! Ciência e consciência andavam de mãos dadas comigo e eu utilizava um dispositivo de lavagem que reduzia em 70% o consumo de água na lavagem. O dia fluiu normalmente e ao final eu estava sozinha no meu quarto com a minha companheira netflix. Te amo, Netlflix. Obrigada por me fazer companhia nos fim de semana.

No domingo levantei com o pé direito e aceitei o convite de Shawn para correr. Paguei os 3km que prometi e voltei para casa de energia renovada. Depois do almoço meu pai e eu nos uniformizamos de América e partimos para o estádio. Eu adorava passar um tempo com meu pai. O admirava e me espelhava muito nele.

- Uma cerveja para mim, um refrigerante para mi bebita!

- Pai!

- Que foi? Você continua sendo o meu bebê, Camila.

- Só por que eu não gosto de cerveja? - Tomo um gole do refri.

- Não, flaca. Porque você nunca saiu do meu lado. Entendo que você seja retraída e tímida, mas você dispensa qualquer saída com Shawn e Ashley pra ficar comigo e sua mãe. Você é o meu, bebê. - Beija a minha cabeça e volta os olho para o campo.

Tomo mais um gole da minha bebida e quase cuspo o líquido ao ver o gol perdido pelo atacante. O jogo termina em 0x0, mas eu estou feliz. Tive um bom tempo com o meu pai, e apesar do empate meu time segue líder da competição. Estou manobrando o carro na garagem quando vejo Shawn pelo retrovisor.

Under the MoonlightOnde histórias criam vida. Descubra agora