Capítulo 11

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Ela foi vestida para matar. Linda de se matar e morrer dentro daquele vestido justo. Os cabelos estavam diferentes, os cachos pareciam perfeitamente forjados e davam a ela um ar ainda mais sexy.

Eu, por insistência de minha irmã, fui com uma camisa de mangas longas, porém mais curta no comprimento, o que deixava parte da minha barriga a mostra. Sofia argumentou que não sabia para quê eu fazia tantos exercícios se mantinha o resultado deles escondido. Não tive como rebater. De resto era o de sempre, jeans de boa lavagem e um tênis maneiro.

- Você não perde essa mania de andar com o cinto de forma incorreta, não é? - Atentei para o fato de que Ariana passava a alça transversal por baixo do braço.

- De forma incorreta. - Zombou com a voz aguda.

- Em caso de colisão seu corpo seria projetado contra o painel e a lesão não seria das mais leves.

- É por isso que eu estou de carona com a melhor motorista. Nenhuma colisão vai acontecer. - Sorriu. - Me dá um desses teus chicletes bons?

- Pega aqui no console. - Apontei com o queixo enquanto girava o volante para fazer uma curva mais fechada.

Estacionei num estabelecimento privativo na rua ao lado da boate e logo Ariana desceu arrumando o vestido e mascando o chiclete. Me entregou a carteira e um batom, pois segundo ela, hoje não era dia de bolsa e ela só queria curtir. Guardei em meus bolsos e assisti ao seu caminhar cadenciado a minha frente.

Quase tropecei numa poça e estraguei meu tênis branco quando ela começou a dançar na calçada já ouvindo a música que tocava dentro da casa noturna.

- Sou eu quem usa salto e você é quem tropeça. - Riu e eu apenas neguei com a cabeça.

Na recepção dissemos os nosso nomes e logo após o pagamento nos foi entregue uma pulseira. Parte do valor da entrada era convertida em consumação. A minha parte seria consumida em água ou transferida para Ariana, já que pelo andar da carruagem a dela não iria durar muito.

Quando entramos ela já começou a se mexer no ritmo da música enquanto eu observava o ambiente. Era um clube moderno e bem frequentado. As instalações eram novas e futuristas, eu teria muito o que observar aqui. Tive plena certeza disso quando Ariana, já com um drink na mão, desceu até o chão bem na minha frente ao som de uma música bem sensual.

Acenei com a cabeça e a incentivei a continuar, mas logo em seguida fui ao bar iniciar a minha interessante e hidratante consumação de água.

Aproveitei para espiar o cardápio. Haviam muitos drinks com nomes diferentes e uma carta de bebidas cujos nomes eu nunca havia visto. Eu não bebia, mas me interessava por preparação de drinks. Às vezes me arriscava a fazer alguns para os meus pais. Me perguntei se Ariana levaria a mal o fato de que eu escolhesse um para ela. Arrisquei.

- Mulher maravilha. É como eles chamam. - Ofereci o copo decorado ostentando o líquido azul da superfície até a metade e vermelho na parte inferior.

Ela agarrou o drink e abriu os lábios lentamente, prendeu o canudinho entre eles e sugou com vontade o líquido. Tudo isso me olhando fixamente. De certo queria me matar. E não faltava muito para conseguir.

- Delícia. - Ela disse ao final.

- Não quer saber do que é feito?

- Não. Coisas boas não se questionam, apenas devem ser apreciadas. - Piscou e voltou a dançar.

Ariana estava disposta e com um firme propósito de se esbaldar. Alguns caras se aproximaram dela durante a música, mas ela deixou claro que só queria dançar. E dançou. Não sabia que ela dançava tão bem. Também pudera, todos os programas que eu sugerira até então não contavam com bebida e música agitada. John deveria saber desse seu talento. Por que eu estou mesmo pensando nele agora? Talvez porque no fundo eu o invejasse por ter tido uma chance com ela, mais ainda por saber que o que ele perdeu eu jamais perderia.

Under the MoonlightOnde histórias criam vida. Descubra agora