Capítulo 29 - What time is it?

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(3/3) E chegamos ao fim da maratona.

É gol, meu anjos, assim meio de chiripa, mas é gol :x

Boa leitura!  

÷

Ariana Pov

Preparei, mas não ataquei. Com toda a correria do fim do ano e a mudança brusca em minha vida profissional, Camila e eu vinhamos conduzindo a nossa relação da forma mais leve possível e sem pressão alguma com relação à nossa "pendência".

A verdade é que com Camila eu podia viver um namoro que não vivi na adolescência, mas com a vantagem de poder aproveitar os benefícios da vida adulta. Estar com a motorista era jovem e leve, fácil, por melhor dizer. O que não significa que eu tenha esquecido do que estava pendente. Sempre tive uma vida sexual ativa, que se iniciou bem cedo e o meu apetite sempre esteve acima da média.

Bem acima da média.

A questão é que quando eu penso em Camila eu não penso somente em sexo, mesmo quando o pensamento se resume a ela me fodendo sem nenhuma gentileza. Não é só sexo, mesmo quando é. Me entende? É sexo, mas é também vontade de sentir. De senti-la, de sentir junto com ela, de cuidar, de me entregar, de ensinar. De amar.

É isso que almejo conseguir com Camila. Dela e com ela. Pertencer, tomar posse de seu corpo como ela tomou do meu sem se dar conta. E foi com todos esses pensamentos que consegui superar esses últimos dias de TPM, embarcando meu bebê pra casa do pai, com Scooter no meu pé, umas cólicas descomunais e por último a papelada de transferência do meu velho carro.

- Adeus, redfox, você foi guerreiro companheiro. - Disse antes de sair do veículo pela última vez. Bati a porta e caminhei em direção ao cartório para legalizar a transferência. - Espero que o dinheiro que recebi por você dê para pagar ao menos as taxas obrigatórias do outro.

Ri de mim e para mim mesma antes de me concentrar nos papéis. Troquei algumas mensagens com Camila e pedi para que ela me esperasse no apartamento. Depois desses dias mais afastada eu queria dar a ela um pouco mais de atenção e quem sabe até tirar mais uma casquinha dela enquanto o nosso grande momento não chegava.

[...]

Saltei do Uber antes que o motorista começasse mais uma de suas histórias sobre sua juventude e caminhei rapidamente em direção à portaria. Jimmy, que além de porteiro do prédio é um amigo, logo me deu o recado.

- Boa noite, Ariana, Camila pediu para que você a encontrasse no terraço.

- No terraço, Jimmy? - Ele assente. - Aconteceu alguma coisa? - Meu instinto desconfiado já aflora. - Ela veio de carro ou de moto?

- Carro.

- Certo, obrigada, Jimmy. - Ele pisca e volta a encarar o monitor.

Entro no elevador e antes que a porta feche por completo os entojados dos meus vizinhos o interceptam. O casal, sem graça, de olhos verdes me cumprimenta apenas com o olhar e ao lembrar do que Camila me disse sobre os dois outro dia decido os ignorar completamente. Eles saem do elevador no quinto e eu decido ir direto ao terraço e descobrir o que Camila está fazendo lá.

Meus olhos com certeza entregaram a minha total surpresa ao me deparar com o lugar todo arrumado e a música baixinha que ressoava baixinha vinda de sua tão querida caixa bluetooth dela. Camila estava de costas, mas parecia acompanhar a melodia de The look of love numa versão de Diana Krall, uma de nossas favoritas.

Levei a mão a boca quando percebi do que se tratava aquilo. Camila estava me dando um sinal claro que o momento que tanto esperávamos não chegaria, nós deveríamos criá-lo. E foi isso que ela fez. Mexeu em seu celular para trocar a faixa e ao virar-se seus olhos finalmente encontraram os meus. Linda. Absolutamente linda. Simples, como quase sempre, mas exibindo seu melhor sorriso e calçando um belo tênis como de costume.

Under the MoonlightOnde histórias criam vida. Descubra agora