Capítulo 11

35 9 2
                                    

  Tinham-se passado dois dias depois daquilo, o Taichi não me disse uma palavra e eu também não tive coragem de o fazer. Cada vez que eu olhava para ele as minhas lágrimas lutavam para aparecer, a Jiwoo e o Ryu perguntaram me várias vezes o que se passava comigo, eu não consegui dizer nada, não queria ouvir sermões nem queria que ninguém soubesse que eu tinha sido mais uma das vitimas do Taichi. 



   Apesar de eu ter estado distante, a nossa amizade em apenas 3 dias tornou-se algo que eu nunca tinha tido, a Jiwoo mal me conhecia mas contava-me absolutamente tudo e confiava bastante em mim, o Ryu... bem ele gabava-se constantemente e estava sempre a discutir com a Ji, mas nada de problemas, eles tinham muitas "discussões de brincadeira" acho que o Ryu é assim mesmo, ele gosta de chamar a atenção das pessoas e tinha uma implicação especial com a Ji, eles são melhores amigos há anos e tudo é levado na brincadeira entre eles, sinceramente eu acho que a Jiwoo gosta dele, o sorriso na cara dela quando o Ryu aparece é evidente, acho que eles formariam um belo casal.




  Fui dar uma volta depois da aula, decidi ir até ao parque, era definitivamente o meu sitio favorito para pensar, nos últimos dias passei lá a maior parte do tempo, se bem que só me fazia lembrar do que tinha acontecido e só me fazia pensar nele, decidi não deixar aquele sitio apenas porque me trazia lembranças, afinal, era o meu lugar favorito. Cheguei ao parque, estava a dirigir-me à cerejeira e vi que estava lá ele... de novo o Taichi estava lá, parecia estar a chorar novamente. Eu não iria deixar a mesma coisa acontecer, nem iria permitir que as visitas dele aquele lugar fossem frequentes, eu sei que se trata de um sitio público mas é o meu local favorito, apenas o facto de estar lá acalma-me e eu não o poderia fazer se ele estivesse lá.

 


  Aproximei-me um pouco, ele parecia estar realmente mal, fiquei bastante preocupada, não tinha coragem de falar com ele por isso apenas decidi sentar-me e escrever, apenas tentar fingir que ele não estava lá a inundar-se em lágrimas... 


  Depois de alguns minutos assim, eu não aguentava mais, não conseguia estar ao lado dele muito menos daquela maneira, o facto de ele saber que eu lá estava mas continuar a ignorar-me tal como nos últimos dias estava a irritar-me.



  -O que fazes aqui? Estás a espera que apareça mais alguém com quem te possas "divertir"?- não aguentei o silêncio, e a raiva pelo facto do mesmo cenário se estar a repetir pela segunda vez deixou-se escapar.

  -E tu? Não deverias estar com o Ryu ou algo assim?

  -Ryu?

  -Sim, o Ryu, vocês parecem-me bastante íntimos, eu vi-o naquele dia abraçado a ti... Não queria acreditar na altura mas o Ryu não fala de outra coisa ultimamente, está sempre a falar da "rapariga maravilhosa" que quer convidar para sair.



  Cada palavra que saía da sua boca fazia a confusão que se formava há dias na minha cabeça lentamente desaparecer... Agora entendo o porquê de ele ter virado costas naquele dia quando ia falar comigo, entendo o porquê de ele me ter ignorado, mas será que o que ele me disse... aquelas palavras frias, será que também foram pelo facto de estar magoado ou ciumento, ou foram mesmo verdadeiras...


   Estava de novo confusa mas ainda mais do que antes, será que ele realmente me usou? Sinto-me iludida. Nesta mistura de pensamentos, depois das palavras dele serem anunciadas na minha mente mais uma vez, eu percebi outra coisa, a rapariga de quem o Ryu falava, depois dos últimos dias estou certa que essa rapariga é a Jiwoo, a maneira como eles olham um para o outro e a maneira como sorriem quando estão juntos entrega-os. 



  -Nesse dia... nesse dia eu tinha acabado de conhecê-lo, eu estava tão preocupada a procurar-te para te entregar o maldito casaco que nem reparei no que ele estava a fazer... Além disso, a rapariga de quem ele tem falado, estou certa que é a Jiwoo, ultimamente eles tem estado tão... estranhos... a maneira como eles olham um para o outro entrega-os completamente, o olhar de desejo nas faces deles é evidente.



  Ele simplesmente saiu... No mesmo segundo em que terminei aquela frase ele levantou-se e saiu a correr mais uma vez... Sinto me como se estivesse a ter um deja vu...


Pétalas de CerejeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora