Capítulo 16

26 9 1
                                    

    O que é que tinha acabado de acontecer? Eu definitivamente não estava em mim.


   Depois de sair daquela situação constrangedora eu dirigi-me até ao ginásio da escola para a próxima aula. Ao chegar ao vestiário vi que a Jiwoo já lá estava a trocar-se, fui até ela e ela contou-me todos os pormenores acerca dela e do Ryu. Enquanto nos trocava-mos eu fiquei a ouvir as novidades mas não estava com muita atenção, será que devo contar-lhe acerca do Taichi? Enfim, estava na hora da aula, saímos do vestiário e dirigi-mo-nos ao ginásio. Durante a aula o Taichi não parou de me observar, estava me a sentir um tanto constrangida por ter tanta atenção da parte dele, mas não tive coragem o suficiente para me pronunciar. Estava quase no final da aula e ele ainda não me tinha dito uma única palavra, apenas ficava me encarando com um sorriso no rosto... o quanto eu adoro aquele sorriso, faz me esquecer de tudo a minha volta e focar-me apenas nele, acho que estou a ficar corada, quando penso no Taichi o meu coração dispara. 



   É quase hora de almoço, ainda não tive coragem de contar o que aconteceu à Jiwoo, e muito menos para falar com o Taichi, o que é que me deu para ter feito aquilo? Tudo bem que a culpa não foi minha mas sinto que fui demasiado fácil, que impressão é que ele deve ter de mim depois disto...


   - Yoona? - disse Jiwoo interrompendo mais uma vez os meus pensamentos.

   - Desculpa eu estava distraída.

   - Distraída? Há algo que me queiras dizer? 




   Acho que talvez seja melhor não lhe contar ainda, não quero que aconteça o mesmo da última vez e eu acabe por me magoar.



   -Não, está tudo bem, estava só perdida com os meus pensamentos.



   Não tenho mais coragem para ficar com a Jiwoo hoje, cada vez que olho para ela dá uma vontade de lhe contar tudo o que aconteceu, mas não quero que ela pense que eu sou oferecida, ou demasiado fácil. 


   Saí da escola e fui até ao meu parquinho, o jardim estava cada vez mais bonito, à medida que o tempo vai passando o clima fica mais agradável. Sentei-me junto à enorme cerejeira, peguei no meu caderno e comecei a escrever. Cada verso que escrevia tinha um toque doce, alegre, romântico, cada palavra fazia-me lembrar o seu sorriso, os seus cabelos negros macios, os seus lábios doces, o seu abraço quente e confortável, não conseguia tirá-lo da cabeça, enchi páginas de poemas doces e carinhosos, tudo o que queria era tê-lo. Mais uma vez estou perdida, imaginar a voz dele a soar na minha cabeça, aquela voz doce e melodiosa, estou no céu.

  *SERENDIPITY* 


Pétalas de CerejeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora