Capítulo 9

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  Aqui vou eu, para a aula de química, estou bastante nervosa, vou estar com o Taichi pela primeira vez depois daquilo, acho que vou finalmente ver-me livre do casaco dele, será que ele simplesmente não deu pela falta dele ou só não me queria encarar... Ele passou o dia inteiro a evitar-me, no inicio ainda tentei mentalizar-me que não, mas depois de ele ter virado costas ao almoço era impossível negar que me estava a evitar, o que será que ele ia dizer... 



  Os meus pensamentos viram-se interrompidos mais uma vez pela entrada do Taichi na sala, ele estava com um olhar sério, aquele olhar deixava-o um pouco mais atraente, os seus lábios pequenos e grossos pareciam-me cada vez mais apetecíveis e chamativos, não conseguia parar de o encarar, os olhos dele não se cruzaram com os meus nem por um momento, isso deixou me triste e por alguma razão foi como se me parti-se o coração, tudo o que eu queria era abraça-lo e tentar consola-lo, tentar fazê-lo sorrir e nem que apenas por um momento, esquecer os seus problemas.



  -Vamos dar procedimento ao trabalho de grupos. - anunciou o Sr.Chung.



  O trabalho, vou ter finalmente oportunidade de falar com ele, de estar perto dele, talvez ate de me aproximar um pouco. Ao mesmo tempo estava em pânico, não sabia o que dizer, e iria me sentir constrangida por estar tão perto dele. O Taichi virou a sua cadeira e arrastou-a até à minha mesa, o meu coração disparou ao ver a cara dele, ele sentou-se na outra ponta da mesa, o mais longe possível de mim, bem diferente da última vez. Ele não tirou os olhos do trabalho nem por um segundo, e não me disse uma palavra durante a aula inteira, no meio do silêncio estava evidente que ele não queria falar, muito menos comigo, respeitei isso, sei o que ele está a sentir depois de tudo, não quero relembra-lo dos seus problemas.



  A aula acabou, podia finalmente ir para casa e afogar os meus pensamentos com um longo e relaxante banho. A Jiwoo despediu-se de mim e foi para casa, eu fiquei a arrumar as minhas coisas na sala e reparei que ainda tinha o maldito casaco pendurado nas costas da minha cadeira... com todo aquele constrangimento não falei sequer no assunto do casaco. Depois que acabei de arrumar as minhas coisas saí da sala, caminhei um pouco cabisbaixa pelo corredor em direção à porta de saída enquanto segurava o seu casaco, cheguei ao jardim da escola e lá estava ele... Eu não podia chegar a casa com o casaco de um rapaz, o meu pai iria encher-me de perguntas. Caminhei em direção a ele e quando cheguei perto parei para o observar, ele estava com as duas mãos na cabeça e parecia estar bastante irritado, hesitei um pouco mas convenci-me que em alguma hora eu iria ter de falar com ele, com isto toquei no seu ombro e ele voltou-se para trás.



  -O que foi? - gritou com um tom bastante irritado.

  -Só vim devolver-te o casaco... esqueceste-te dele de manhã, ou também não reparaste nisso?- respondi com um tom igualmente irritado.

  -Como assim? Porque não mo devolves-te mais cedo.

  -Como querias que o fizesse se me tens estado a evitar o dia inteiro!

  -Eu não te evitei.

  -Então depois do que aconteceu hoje como explicas o facto de não ter falado nem olhado para mim o dia inteiro? E como explicas o que fizeste ao almoço.

  -Porque é que eu haveria de ter falado contigo? Relativamente ao que aconteceu de manhã só precisava de algo com que me divertir e não te pareceste importar. Não tenho motivos para falar contigo, não precisas de ficar iludida. Mas sinceramente estou arrependido por tê-lo feito, não valeste lá muito a pena.



  Após as primeiras palavras eu já me tinha desfeito no choro, ele realmente está a dizer a verdade? Ele apenas me usou... Como é que eu me iludi tão facilmente...

Pétalas de CerejeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora