Capítulo 6

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  Spring Day BTS, foi a música que interrompeu os meus sonhos e que anunciou que iria começar um novo dia. Levantei me da cama, dei play na minha playlist de k-pop e comecei a vestir-me, coloquei uma saia preta que me vinha mais ou menos pelo meio da coxa, e uma blusa branca que o meu pai me tinha oferecido quando regressara da sua viagem à França, desci para tomar o pequeno almoço com o meu pai e sai de casa. 



  Era cedo, faltava pouco mais de uma hora para as aulas começarem, decidi ir até ao parque e dirigi me de novo à cerejeira, estava a aproximar-me quando reparei que estava alguém sentado debaixo da mesma, aproximei me para ver quem era e lá estava ele, Taichi, ele estava imóvel e o seu olhar dirigia-se fixamente para o chão, não lhe conseguia ver o rosto mas eu sabia que era ele, aquele cabelo brilhante e negro dizia-me que era ele. Taichi parecia estranho, decidi ir até ele para tentar perceber o que se passava, sentei me a seu lado e consegui ouvir o seu choro. Ele virou um pouco a cabeça para tentar perceber quem estava do seu lado, quando viu que era eu voltou a dirigir o seu olhar para o solo enquanto tentava enxugar discretamente as lágrimas.



  -Está tudo bem?- disse eu um pouco envergonhada.



  Não obtive qualquer resposta, aproximei me um pouco dele e coloquei a minha mão sobre o seu joelho, não queria ter feito isso mas percebi que não era o momento indicado para estar tímida. Ele não tinha qualquer reação, apenas continuavam a cair lágrimas pelo seu rosto. Do nada ele coloca uma de suas mãos sobre a minha que se encontrava em cima do seu joelho e eu pergunto novamente.


  -Está tudo bem?- eu sabia que não, aliás era evidente, mas não conseguia pensar em qualquer outra coisa para dizer.

  -Sei que não me conheces muito bem e talvez não te sintas a vontade para  falar comigo sobre os teus problemas, espero que não fiques chateado mas só quero tentar ajudar-te.- finalmente disse algo mais racional.

  -Sabes... Compreendo que não queiras falar, eu não te quero incomodar, muito menos neste momento, mas também não te quero deixar sozinho, apesar de não te conhecer, magoa-me ver-te assim.

  Estava realmente a magoar-me imenso vê-lo assim, não conseguia pensar em outra coisa a não ser o porque de ele ter ficado assim, será que acabou com a namorada, ou teve algum problema com um amigo? Só me vinha à memória a imagem daquele sorriso que por alguma razão fazia o meu coração acelarar descontroladamente. Passou mais de meia hora e ele continuava sem dizer uma palavra, a minha mão continuava em seu joelho, e a dele mantinha-se apoiada na minha, eu decidi tirar de lá a minha mão e apertar a dele firmemente. Com isto ele olha para mim com a cara avermelhada e um pouco inchada do choro e abraça-me com força. 



  Foi um abraço longo, apertado e enquanto me abraçava, tentava soluçar algumas palavras que por conta do choro não consegui perceber, depois de alguns minutos o nosso abraço acaba, e ele olha para mim um pouco envergonhado, eu não consigo evitar acabar corada com aquilo, eu realmente não esperava que ele o fizesse.  Enquanto o meu olhar estava direcionado à relva e a minha cara estava vermelha, sinto a mão dele no meu ombro como se pedisse pela minha atenção, olho para ele, ele coloca a mão no meu rosto enquanto me olha atentamente, como se analisa-se cada detalhe do meu rosto, aproxima-se um pouco de mim, eu fico ainda mais corada e envergonhada e acabo por fechar os olhos apertando-os com força.



  Nisto sinto os seus suaves, macios e doces lábios a tocarem nos meus, nesse momento a minha mente ficou vazia, não conseguia pensar ou reagir, os meus lábios mexiam-se quase que por impulso, o beijo estava a ser calmo, carinhoso, e o sabor doce dos seus lábios em sintonia com os meus deixou-me nas nuvens.

Pétalas de CerejeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora