até você, capitão américa

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Tony chegou à base da S.H.I.E.L.D às pressas e a qualquer pessoa que via pela frente, ele perguntava onde estava o Capitão. Depois de tentativas frustradas e respostas nada prestativas, finalmente encontrou Natasha. Ela estava conversando com Clint em um dos corredores e ao ver o gênio completamente transtornado, disse:

— Stark, parece que viu um fantasma. O que aconteceu?

— Você sabe do Steve? — Tony foi direto ao ponto, tentando não parecer tão nervoso. Natasha e Clint trocaram um olhar silencioso que fez o menor quase subir pelas paredes.

— Steve está no andar de cima, eu acho. — ela respondeu um pouco receosa diante da expressão nada convidativa de Tony. — Stark, aconteceu alguma coisa?

— Me digam vocês. — Tony decretou, mas saiu sem esperar resposta.

Ao chegar ao andar de cima, caminhou por pelo menos três corredores até encontrar sinais de vida humana naquele bendito lugar. Um barulho foi ouvido de uma sala na esquerda, contudo, e Tony imediatamente fez seu caminho atrás do som. Ele entrou na sala e se deparou com Steve em pé, de costas para a porta. Ele usava roupas casuais e possuía uma pasta cheia de papéis nas mãos. Alguns segundos se seguiram até que Rogers percebesse a presença de Stark no cômodo. Tony sentia seu coração bater forte, quase a ponto de ser ouvido facilmente por Steve. O Capitão virou para a frente, dando de cara com o gênio que possuía os lábios entreabertos e os olhos confusos — mas, ao mesmo tempo, muito certos do que estava acontecendo.

Fury realmente sabia de alguma coisa.

Mas como?

O silêncio que crescia entre os dois era tão gritante que fazia a cabeça de Tony doer. Os olhos de Steve pareciam tão brilhantes e indecifráveis como da última vez em que os viu, porém agora preenchidos com uma pequena porção de confusão. Stark não se atreveria a dizer nada, se era isso que Rogers esperava. As palavras lhe escapavam na presença do loiro e ele não conseguia achá-las, tamanho era o seu nervosismo.

— Tony. — disse Steve, aproximando-se do menor calmamente. Ele havia posto a pasta sobre a mesa e suas mãos agora repousavam em seus bolsos.

— Steve. — respondeu Stark, tão emocionado com as próprias palavras que quase esquecera da gravidade da situação. Steve pareceu surpreso também, mas nada que abalasse sua expressão autoritária.

— Algum problema? — Tony ficou em silêncio por alguns segundos, ponderando se a frieza de Rogers tinha algo a ver com sua última conversa ou o fato de ele estar ali sem ser convidado.

— Não. Nenhum. Digo. Na verdade, Fury me chamou pra resolver algumas coisas. Disse que estaria aqui. Não aqui, aqui. Mas aqui. No prédio. — terminou com um aceno de cabeça para dar ênfase o bastante em sua explicação vergonhosamente mentirosa e Steve percebeu cada detalhe, mas achou melhor ficar em silêncio. Mas Tony queria falar. Ele precisava falar. — E ele também disse que você estava muito machucado. Por isso eu vim. Correndo — voando, na verdade. É. É isso. — Tony finalizou sua sentença com um longo suspiro e cruzou os braços, olhando para Steve de cabeça erguida e tentando manter toda a calma que conseguia no momento. Aquela era a hora. Já bastava de fugas e mal-entendidos.

— O quê?

— Pois é. Foi exatamente isso que pensei quando te vi aqui. De pé. Completamente bem. Fiquei feliz por você estar bem, mas Fury mentiu pra mim. E não sei o porquê. Quer dizer, eu sei o porquê. Mas...

— Tony. — Steve o interrompeu, pousando a mão em seu ombro. A atitude fora tão inesperada que Stark tomou um susto, mas não se afastou. De fato, ele chegou ainda mais perto e olhou nos olhos de Rogers, esperando que ele continuasse. O loiro, por sua vez, havia ficado um pouco desconcertado com a aproximação repentina do menor, mas também não mudou sua posição. Com um tom baixo, quase que doce, ele disse: — Fury disse que eu estava machucado?

BABACA | 𝘀𝘁𝗼𝗻𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora