claro

1.7K 189 69
                                    

— Steve. Por que parece que você foi atropelado por um caminhão cinco vezes seguidas? — as palavras de Natasha despertaram o soldado de seu transe.

Havia alguns dias desde que Tony e ele se viram — talvez semanas, mas quem liga? Já era tão evidente que tudo acabaria daquela forma. E tão rápido. Steve realmente não conseguia entender como fora tão ingênuo de achar que os dois poderiam dar certo daquela vez.

— Devo estar ficando doente. — afirmou, os olhos azuis fitando a mesa. Natasha revirou os olhos.

— Você não me engana com esse papo, Steve. O que aconteceu entre você e o Tony?

— Nada. — respondeu, desconfortável. Natasha continuou a encará-lo séria, mas seu olhar era preocupado. Steve, erguendo o rosto para a ruiva, finalizou: — Eu ando trabalhando muito ultimamente, deve ser isso.

— Então pare e descanse um pouco. — aconselhou, apesar de não ter comprado as desculpas do maior. Preferiu não pressioná-lo, uma vez que ele poderia resolver qualquer coisa que estivesse lhe afligindo sozinho.

Steve observou-a caminhar até a porta em silêncio, soltando um longo suspiro ao ficar só na sala. Tony não havia aparecido desde o “acontecido” e ele estava genuinamente preocupado com o paradeiro do gênio, uma vez que apesar da idade ele normalmente agia feito um adolescente inconsequente.

Mas, se houvesse acontecido algo, ele saberia — ou não. Steve respirou fundo, passando uma mão pelos cabelos. Ultimamente seus pensamentos estavam deixando-o louco.

— Capitão. — outra voz despertou-lhe dos devaneios, fazendo-o virar-se para dar de cara com Fury. Ele possuía um olhar sério, como o de Natasha, e também preocupado. Aproximando-se de Steve ele disse, cruzando os braços: — Fui informado de que está havendo problemas no paraíso. — Steve limitou-se a soltar um projeto de risada, que falhou no meio do caminho e saiu como um som estranho de seu nariz.

— Paraíso? Uma palavra muito forte. Especialmente- enfim, não é importante. Já disse que só estou cansado. — as palavras pareciam deslizar de sua boca, sem fazer sentido algum. Nick continuava encarando-o impassível, mas deixou um pequeno sorriso pairar em seus lábios.

— “Especialmente” se referindo a você e Stark? Talvez. Mas não dizem que algo é tão ruim só pra se tornar algo maravilhoso? Melhor do que bom? — Steve olhou-o em silêncio, então suspirou.

— Onde você anda lendo essas coisas?

— Não é esse o foco, soldado. — Fury sentou-se à sua frente, lançando-o um olhar resignado. — Seus problemas não tem a ver comigo até o momento em que isso afeta a equipe.

— Mas...

— “Mas” o quê? Você quer dizer que o que aconteceu ontem em Amsterdã foi somente um erro de equação? — o tom de Fury era irônico, mas não desenhoso. Steve suspirou.

— Eu... Fury, eu sinto muito por ontem. Eu fiz de tudo pra conseguir, mas...

— Mas, sua cabeça estava no último lugar em que viu Stark. Tudo bem, Capitão, eu respeito a sua situação. E espero que respeite a minha também, por isso preciso que você tire uns dias pra pensar no que aconteceu ontem. Se isso entre vocês continuar afetando a equipe, receio ter que tomar medidas drásticas.

Steve assentiu, em silêncio. Não havia o que falar, novamente. Ele tinha de resolver as coisas com Tony enquanto ainda não havia acontecido algo pior do que os eventos de ontem. Céus, como era difícil.

Mais tarde, no mesmo dia, o soldado decidiu obedecer às ordens do mais novo e voltou para casa — a pé, como havia saído. Ultimamente uma pequena caminhada mantinha sua mente de explodir e ele acabar batendo sua motocicleta “sem querer”.

BABACA | 𝘀𝘁𝗼𝗻𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora