No Interior

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BECA

A vovó me recebeu com muita alegria, juntamente com a tia Olga irmã do vovô que já descansava no Senhor, que morava com ela. A tia Olga era bem velhinha, muito engraçada e sempre tinha um caso interessante pra contar. A vovó é uma senhorinha alegre, que sempre liderou grupos de irmãs de oração e nunca aceitou a condição de idosa: dinâmica, gostava de cozinhar e criar receitas diferentes, fazia visitas para enfermos em casa ou no hospital, visitava orfanatos, asilos, estava sempre pronta a servir quem precisasse.

Eu me senti muito bem e percebi que ia me divertir muito ali porque a mocidade da Igreja dela era enorme e todos os jovens eram divertidos.

Nem tinha chegado direito e já recebi um monte de notificações dos amigos no celular, da minha prima Raquel e claro da minha irmã Sara.

Sara: Becaaaaaaa, já chegou?

Beca: Acabei de chegar maninha.

Sara: Dá um beijão na vovó e na tia Olga por mim.

Beca: Serão dados

Sara: Não esqueça o que conversamos hein.

Revirei os olhos. Ela não tinha jeito mesmo. Insistiu comigo para não ficar tímida, interagir bastante com os jovens e me abrir para conhecer pessoas novas. E nada de ficar pensando nele.

Beca: Claro, claro. Seria melhor com vc aqui.

Sara: Eu estou ai. Só não pessoalmente kkkk

Beca: kkkkkk

A gente conversava muito sobre tudo e sobre nada. Ela ficou mais empolgada que eu quando soube que eu ia vir pra cá. E me contagiou com o entusiasmo dela. Amo muito a minha irmã.

Em uma semana eu já havia me enturmado, o que deixou a vovó muito feliz, pois como dizia ela, era bom jovens andarem juntos. Entre todos aqueles jovens, teve um que me tratou de uma maneira diferente. Ele era muito louro, olhos azuis, muito expansivo e se chamava Ariel.

_Então_me assustei com a minha avó falando ao meu lado enquanto eu estava perdida em pensamentos_já te falei que teremos convidado no almoço de hoje?

_Não vó, quem?_estava curiosa. Sempre tinha alguém diferente na casa da minha avó.

_Um amigo da igreja. Você já deve conhecer_soltou e saiu andando me deixando com a minha curiosidade.

_Vó, não faz isso comigo_fui atrás dela. A campainha tocou e voltei para atender. Pelo menos iria satisfazer logo a minha curiosidade.

Assim que abri a porta a primeira coisa que vi foram os olhos azuis, lindos. Meu Deus, que olhos são esses? Fiquei admirando um tempo, até que meus olhos baixaram para o sorriso. Arregalei ainda mais meus olhos!

I_Terminou a inspeção?_disse sorrindo o Ariel

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I_Terminou a inspeção?_disse sorrindo o Ariel.

_Ah..bem, desculpe. Eu me distrai._tentei disfarçar. Ele deu uma risada.

_Claro, confesso que me distrai também. Não vai me convidar para entrar?

_Sim, sim, desculpe novamente.

Ele entrou e como sempre tomou conta do ambiente. A vovó mesmo tendo ouvido a campainha demorou um pouco para vir cumprimentá-lo na sala. Enquanto isso a gente conversava na sala.

_Então, Rebecca né?_confirmei com a cabeça._sua avó sempre me convida para almoçar. Gosto muito dela.

_Ela é muito especial._senti um sorriso nascendo no meu rosto._muito especial mesmo.

_Sim, é muito especial._ele dizia me olhando, mas não parecia falar da minha avó. Deixa de bobagem.

Ele abriu a boca para falar mais alguma coisa e a minha avó entrou na sala. Com muito respeito, ele se levantou e lhe deu um abraço.

_Querido, que bom que você pôde vir! Não sabe como me alegra._deu uma olhada para onde eu estava_já vi que estava se entendendo bem com a minha neta._Vó, pelo amor de Deus!

_Sim._o sorriso dele se ampliou ao olhar para mim._muito bem.

Senti meu rosto queimar e não sabia o que dizer. Sara, o que você diria minha irmã? Sorri sem graça para eles. Não ficamos mais sozinhos e eu fiquei mais a vontade conversando com ele. Ele era um ótimo rapaz, com 24 anos e terminando a faculdade de Direito. Eu não o conhecia antes, porque ele estudava fora e sempre que eu ia lá ele não estava.

Conhecia seus pais da igreja, eram ótimas pessoas. Ele era bem expansivo e conseguia me deixar a vontade.

Ele era realmente muito amigo da minha avó, que sempre o convidava para almoçar com a gente. A tia Olga ficava com os olhos brilhantes ao nos verem juntos, esperando sair dali algum romance. Ela chegou até a me falar sutilmente sobre um compromisso e eu fingi não entender. Eitas tias casamenteiras.

Alguns dias depois, quando voltávamos da Igreja, ele disse que queria conversar comigo.

Tudo bem. Se ofereceu para me levar à casa da minha vó e eu aceitei. Fomos conversando amenidades, rindo um pouco, mas ele parecia evitar o assunto que havia mencionado.

Então, em frente à casa de minha avó, ele fez o pedido.

Eu me surpreendi pelo modo como ele se dirigiu a mim, esperando o momento propício para dizer:

_ Rebbeca, eu nem sei como dizer isso, mas é necessário que as coisas se esclareçam entre nós. Todo mundo, inclusive você, sabe do que eu sinto e eu não quero me apressar. Não quero fazer algo que não seja da vontade de Deus. Por isso, convido você para orar comigo, para saber de Deus se Ele aprova que fiquemos juntos.

Por um momento eu não soube o que dizer. Por fim, disse:

_ Olha Ariel, eu gosto muito de você e me sinto a vontade ao seu lado. Mas no momento eu não sei se é a hora de um compromisso, mas se é pra orar, oremos. Afinal, nunca se sabe qual é a vontade de Deus para nós.

Ele pareceu satisfeito e isso me deixou satisfeita.


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Ariel na área. Será que ele conseguiu fazer ela parar de pensar no Isaac? o que vai dar esse pedido?

Aguardemos.

Bjs





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