O Reencontro - Isaac

1.7K 209 16
                                    


Quando a Sara foi embora, eu senti na pele o que o JM havia sentido quando eu falava constantemente da Beca.

_ Imagine_dizia ele sonhador_ nós nos casando com as irmãs, no mesmo dia, na mesma hora...

Ele ficou realmente encantado e chegou a ir a casa dela para conhecer a família, essas coisas e sempre me chamava para ir junto, mas me enchi de compromissos até o aniversário da tia Delli. Se eu me esforçasse, conseguiria ir, mas não o fazia e ele não entendia. Até que tive que abrir o jogo.

_ JM, eu não quero deixar nada confirmado até o aniversário da tia Delli, quando iremos nos encontrar. Ela não sabe que eu vou, entendeu? Aliás, nem imagina que eu faça parte de sua família._expliquei tudo para ele, que entendeu e me ajudava nas desculpas em casa da Beca.

Eu estava ansioso com o dia do nosso reencontro, imaginando mil e uma coisas, de como reagiríamos, o que diria a ela, não sabia, só sabia que seria um dia muito especial para ambos. Tinha adicionado a Sara nas redes sociais e então conseguia seguir parcialmente a Beca, não queria logo me conectar a ela para não assustá-la.

Por vezes quase peguei o telefone para ligar pra ela, mas resisti. Queria aguardar para nos falarmos pessoalmente. Eu sentia dentro do meu coração que ela pensava em mim, que sentia o mesmo tumulto interior, queria crer nisso.

Todos os dias pedia ao Senhor para agir, para acalmar meu coração, me desiludir, mas cada dia que passava eu a queria mais e mais. Estava impregnada na minha pele. Eu fechava os olhos e podia ver seu sorriso, seu olhar curioso, ouvia a sua voz nitidamente...e a vontade de tocar seu rosto, seus cabelos...ela é tão linda!

Tenho que parar com isso! Desse jeito eu não consigo manter meu propósito de esperar até o aniversário da tia Delli. Senhor, que este dia chegue logoooo!

Então, o dia chegou.

Eu já estava acostumado a fazer e desfazer mala, mas dessa vez era diferente. Me levantei cedo e tomei apenas um café preto, tava muito ansioso. Fomos no carro do meu pai, ele e minha mãe na frente e eu e o JM atrás. Estava muito cansado, mas não consegui sequer cochilar durante a viagem, nem conversar. A maior parte do tempo fiquei alheio à conversa no carro.

Chegamos em casa da tia Delli ainda pela manhã e a família da Beca ainda não havia chegado. Minha tia estava muito alegre e a tia Olga sempre simpática. A Elisa, filha da tia Olga, também estava presente juntamente com seu filho, o Samuel, de três anos e seu marido, o Sérgio. A mesa do café da manhã ainda estava posta e tinha tantos quitutes gostosos que não resisti.

Enquanto saboreava as delícias do café da manhã, chegou o Marconi com sua família. A Raquel estava linda e ficou surpresa ao me ver. Percebi que ela estava muito embaraçada e a cumprimentei normalmente, demonstrando que não guardava nenhum sentimento negativo em relação a ela.

Quando a tia Delli nos apresentou como parentes, notei seus olhos se arregalando, surpresos.

_Isaac, somos parentes!_disse por fim_ quem poderia imaginar!

_Sim. Além de amigos, somos primos._sorri e ela começou a ficar mais a vontade na minha presença.

Conversamos ainda um bom tempo e meus olhos a todo momento iam em direção a entrada, mas ninguém chegava. Até a tia Delli começou a ficar preocupada. Eu aguardava ansiosamente a chegada da família da Sandra, filha da tia Delli e mãe da Beca. Eles só chegaram duas horas depois.

Quando ouvi o barulho de um carro chegando, senti meu coração acelerar. Levantei, sentei de novo, tornei a levantar, me encostei na parede e tentei manter a calma. Primeiro entraram os pais dela e um rapaz que eu imaginei ser o Pedrinho, irmão delas, do qual já havia me falado o JM. Atrás vieram a Sara e a Beca. Senti meu coração falhar uma batida. Ela estava diferente, mas ao mesmo tempo era como se não tivesse passado tempo algum.

O que Deus uniu ||Degustação||Onde histórias criam vida. Descubra agora