Capítulo 2

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- Olá. Posso falar contigo? - Hunter estava a falar comigo, não posso acreditar. Controla-te, Wendy. Ele é apenas um rapaz, um rapaz mesmo lindo e popular. 

- Ah...acho que sim - as minhas mãos estavam a tremer e a minha voz estava rouca, mas tentei controlar a voz para que não parecesse que estava nervosa. 

- Daqui a dois dias, vai haver uma festa em minha casa e eu estou a convidar todos, por isso, queria saber se gostavas de ir? - Sorriu e, pela primeira vez, vi que ele tinha um sorriso mesmo lindo mas não tão lindo como o do Harry. 

- Claro que sim...quer dizer, acho que estou livre nesse dia. - Se eu tivesse um espelho à minha frente, tenho a certeza que via a minha cara toda vermelha. Não sei como é que ainda conseguia falar, cada vez mais me enterrava. 

- ótimo. Vemo-nos por aí. - Antes de se afastar deu-me um beijo na bochecha. 

Paralisei completamente. O meu corpo não se mexia, a única coisa que consegui fazer foi colocar a minha mão na cara, no local onde Hunter me dera o beijo. Acho que isto era um bom princípio, agora as minhas espectativas eram maiores. Isto era um sinal de que poderíamos ser amigos, acho eu. Mas e se o Harry tiver razão e o Hunter só queres ser meu "amigo" para fazer o mesmo que fez a todas as outras raparigas?  

Comecei a andar em direção à minha sala. Cada vez mais pensava naquilo que acontecera com as outras raparigas. Fui contra alguém e deixei cair os meus livros. 

- Wendy, onde é que estavas? Desde que saíste da sala nunca mais te vi. - Emma ajudou-me a apanhar os livros. Fiquei calada até entrarmos na sala e, no momento em que me sentei, desembuchei tudo. 

- Saí da sala com o Harry e fomos até ao jardim a conversar. Depois ele foi-se embora e eu fiquei sozinha. Estava a vir para a sala quando o Hunter me chamou. Convidou-me para a festa dele, eu aceitei e depois ele beijou-me. - Disse muito rápido que se Emma não estivesse a ouvir atentamente não perceberia nada do que eu estava a dizer. 

- Ele beijou-te? - Perguntou, boquiaberta. 

- Na cara - apressei-me a dizer, não queria que ela pensasse que ele me tinha dado na boca. Emma sorriu para mim - O que foi? 

- Gostas dele, dá para perceber pela tua cara. - Explicou. 

- A sério? Pelos vistos não sou muito boa a esconder os meus sentimentos. 

O professor entrou na sala, depois de todos já se terem sentado, e começou a dar a aula. Recebi uma mensagem no meu telemóvel e, como não estava em silêncio, ouviu-se por toda a sala. Senti o olhar de todos em mim e pedi ao professor se não se importava que eu fosse lá fora. Sorte a minha, este professor era simpático e deixou-me. Saí da sala e peguei no meu telemóvel. A mensagem era do meu pai e dizia: "A tua irmã já nasceu e é linda". Uma sensação de felicidade percorreu por todo o meu corpo. Ah, é verdade, a minha mãe estava grávida de nove meses e estava prestes a ter uma menina. Agora, tenho uma irmãzinha de quem posso cuidar. Há anos que desejava ter irmãos e finalmente esse desejo realizou-se. Mandei uma sms ao Harry a dar as boas notícias e logo recebi outra. "Parabéns... Já agora, porque é que me mandaste uma sms dentro da sala, não costumas fazer isso?" Disse que depois da aula falávamos e voltei para dentro da sala. 

-:-:-:- 

- Estás pronta para ver a tua irmã? - Perguntou Harry. Estávamos no carro dele em direção ao hospital. Liam e Niall vinham connosco e estavam ansiosos por ver a minha irmã mas não tanto quanto eu. Atrás de nós vinham o Louis e o Zayn.  

- Acho que sim. Estou tão animada. Sonhei toda a minha vida com este momento. - Sorri, sentindo cada vez mais borboletas na minha barriga.  

Entramos no hospital e dirigimo-nos ao quarto onde a minha mãe se encontrava. O meu pai estava sentado ao lado da cama, agarrado à mão da minha mãe. Olhava para o chão e parecia que estava a chorar. A minha mãe estava com os olhos fechados, acho que estava a dormir. Aproximei-me da cama e, no momento, em que o meu pai olhou para mim, senti uma dor no coração. Nunca tinha visto o meu pai a chorar. Olhei em redor para ver onde estava a minha irmã, mas não havia sinal de bebé.  

- Pai, onde está a menina? Aconteceu-lhe alguma coisa? - Perguntei preocupada. 

- Ela está bem. - Disse - o problema é a tua mãe. 

- O que é que ela tem? - Olhei para a minha mãe e não via sinais nenhuns que me dissessem que ela estava doente. 

- Wendy acho melhor tu te sentares. - Sentamo-nos nos bancos fora daquele quarto e olhei para o meu pai fazendo sinal para ele continuar. - Como sabes, esta gravidez era de risco e a tua mãe tinha de estar em casa a descansar. Hoje, eu fui trabalhar e a única pessoa que te podia levar à escola era a tua mãe. Quando ela chegou a casa, sentiu uma forte dor e telefonou-me. Quando ela teve a bebé, ela desmaiou e ainda não acordou. Os médicos tentaram de tudo mas... 

Naquele momento, lágrimas já escorriam pela minha cara. O meu pai agarrou as minhas mãos e respirou fundo antes de continuar. 

- A tua mãe não acordava e os batimentos do coração estavam muito fracos... 

Vi enfermeiros e médicos a entrar no quarto da minha mãe a correr. Como se não controlasse o meu corpo, levantei-me e fui ter com a minha mãe. A máquina que mostrava os batimentos do coração avisava que o coração da minha mãe tinha parado e só se via uma única linha verde. Agarrei na mão da minha mãe e falei para ela, dizendo que ainda não tinha chegado a hora dela, que ela não podia morrer agora, disse-lhe para ela acordar, que ia ficar tudo bem e que a única coisa que ela tinha que fazer era acordar. O coração dela continuava parado e eu já não conseguia dizer nada, apenas chorava. Senti dois braços a agarrar-me e a afastar-me daquela cama. Lutei com quem quer que me estivesse a agarrar, mas essa pessoa era mais forte. Olhei para trás e vi que era o Harry que me estava a agarrar. Abracei-o e ele fez-me o mesmo. Os médicos estavam a tentar salvá-la, mas ela não estava a reagir. Foi então que apareceu na máquina a hora da morte. O meu pai chorava sentado no banco com os rapazes ao lado a tentarem consolá-lo. Os médicos dirigiram-se ao meu pai e eu ainda consegui ouvi-los dizer que a minha mãe tinha falecido. Nesse momento, senti a minha cabeça ficar pesada e a única coisa que me lembro foi de ouvir alguém chamar pelo meu nome. 

-:-:-:- 

-Wendy acorda, por favor! - Ouvi alguém falar tão baixo que mais parecia um sussurro.  

Abri os olhos, vendo os rapazes à minha volta, e reparei que alguém me agarrava as duas mãos. Do meu lado direito estava Harry a sorrir para mim e do meu lado esquerdo estava o meu pai agarrado à minha mão e com a outra mão livre na minha cara. Tentei lembrar-me que sitio era aquele, mas doía-me a cabeça. Quando olhei para os braços do Liam vi um bebé e, então, lembrei-me do que acontecera. Lágrimas ameaçaram cair pelas minhas faces, tentei contê-las, mas não adiantou de nada. 

- Wendy, por favor, não chores. - Desta vez era o meu pai a falar. - Está tudo bem, a tua mãe não gostaria que estivesses assim. 

- Mas...a mãe...ela...- a minha voz estava muito fraca e eu não conseguia controlar as minhas lágrimas. 

- Ela agora está nos nossos corações. Eu sei que ela vai tomar conta de vocês as duas. - O meu pai tentava acalmar-me e ao fim de algum tempo conseguiu. 

Olhei para Liam e pedi que me desse a minha irmã. Ele estava um pouco indeciso, talvez porque eu estava fraca, mas tinha a certeza que não a iria deixar cair. Olhei para os seus olhos e vi que eram iguaizinhos aos meus. Eu sempre fui muito parecida ao meu pai, fisicamente, mas em personalidade, sempre fui parecida à minha mãe. O meu pai tinha cabelo e olhos castanhos, enquanto a minha mãe tinha cabelo castanho mas os seus olhos eram verdes. Agarrei na mão dela e logo senti uma mão a segurar o meu dedo. Ela era mesmo linda.  

- Pai, como é que ela se chama? - Olhei para ele ainda sentindo o meu dedo preso entre aqueles dedos minúsculos. 

- Não sei. A tua mãe disse que escolheria no momento em que olhasse para ela. - Lembro-me da minha mãe sempre dizer que escolheria o nome desta bebé quando olhasse para ela. Já comigo foi a mesma coisa. Quando nasci, a minha mãe olhou para mim e escolheu o nome "Wendy", segundo ela era o nome perfeito para mim, palavras dela.  

- E que tal: Daisy? - Segui a ideia da minha mãe e o único nome que a bebé me fazia lembrar era "Daisy". 

- Perfeito. - Disseram todos. 

Sorri e olhei novamente para a minha irmã. Ela não iria ter uma mãe que a visse crescer mas teria uma irmã, e eu farei tudo o que estiver ao meu alcance para que ela se sinta bem e feliz ao lado do seu pai e da sua irmã.

Bad Choices // Harry StylesOnde histórias criam vida. Descubra agora