Capítulo XII - Bad Bitch

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— Uow gatinha, você não parecia tão feroz antigamente. — Bruno coloca as mãos pro alto e me dá um sorriso de matar. Lindo. Maligno.

— E você não parecia tão filho da puta antigamente, Bruno.

— Hey, podemos fazer negócios Elisa... Soube que já teve contato com os Casa Roja e os Cosa Nostra querem saber quem é você... Isso te torna um peão de valor. Se quiser, podemos voltar à nossa vida antiga... Pense bem, seremos um casal poderoso. Acho que você anda gostando desse joguinho de dinheiro e poder.

  — A Elisa morreu há mais de um mês, ela não existe mais. E eu não preciso de você. Você nem aguentava direito duas rodadas de sexo antes, não vai aguentar quem eu sou agora. Você disse que preferia as bad bitches? Pois bem, saia da minha frente ou eu atiro em você — ouço  Diego engasgar uma risada.

  — Ah essa garota vale mais que uma negociação com outras máfias... HAHAHA Se não quiser ele, estou à disposição, hermosa. —  Diego fala.

Os dois sacam revolveres também. E apontam para nós. Sinto Nina engatilhar o dela ao meu lado.

— Não precisamos fazer isso já, querido. Temos muita diversão pela frente ainda...

— Então te espero na minha cama, amor. —  Bruno diz de forma lasciva.

— Eu não contaria tanto com isso, mô. —  respondo irada.

— E eu não teria tanta certeza, linda. —  ele rebate.

— Me deixe passar, bastardo.

— Não tão fácil, Elisa —  ele aperta meu braço. isso me tira do sério. Dou um tiro na coxa dele, seu revólver cai no chão enquanto ele grita de dor.

— Você não me diz o que devo fazer. Não sou sua nem de ninguém. E não sou Elisa.

Nina mantém Diego sob sua mira, mas ele olha pra ela com desdém.

— Na próxima vez, civilidade chicas. Você parecem bichinhos assustados.

— Então até a próxima vez, Diego. É bom não ser mais uma vadia sob seu controle.

— Não tenho piedade reservada para você, Nina. Só está saindo com vida porque será mais divertido cuidar disso depois.

—Não vai ser tão fácil assim, Diego. — eu interfiro. Saímos ainda apontando as armas para eles, mas eles estão ocupados com o ferimento na perna do Bruno.

Entramos no carro depressa e eu dirijo muito mal hoje. Quando estou nervosa sou uma porcaria de motorista.

— Calma amiga, vai ficar tudo bem. Estamos vivas, eles podiam ter nos matado. Só não mataram porque o Bruno ainda quer te dar uns pegas...

Nós rimos disso, e então a tensão começa a se dissipar dos meus ombros.

— Parece que o amiguinho deles fala mais alto que o cérebro. Bom, ele não tentou me matar ainda. Pior que isso, ele parece interessado no meu lado cruel.

— Claro amiga, você fica sexy posando de assassina... HAHAHAHA

—Ah claro... Duvido, mas vamos lembrar que quem matou mesmo alguém só foi você até agora.

— Vaca. — ela mostra a língua.

Passo na locadora de carros para trocar de carro. Eles não podem me achar pelo carro, isso torna mais seguro circular pela cidade. Com pouca diferença de preço, desta vez, saio com um Mustang branco. Ou melhor, a Nina sai. Ela me infernizou para poder dirigir ele. Aqui esse carro não é grande coisa, mas brasileiras que somos, nunca vimos carros legais assim em casa. 

De volta ao hotel, vamos direto encontrar a Serena.

  — Que bom que estão de volta, meninas. Já consegui alterar os nossos vistos e também alguns vistos das garotas que estão com os dados pessoais na pasta da Liz, mas acho que só consigo terminar com essas amanhã. É um trabalho pesado e leva tempo. Tenho que parar o trabalho e ficar reforçando nossa segurança a cada meia hora...

Ela realmente parece cansada. Está descabelada e tem os olhos vermelhos por causa do computador.

  — Poxa, Serena, não parece nada bom. Podemos ajudar com algo? —pergunto.

— Precisamos levar as meninas que estão aqui há mais tempo para Miami, por isso vou liberar os passaportes delas primeiro. As recém chegadas, vamos mandar direto para o Brasil. Temos que caçar as que foram vendidas para outros clubes ou máfias, mas só vamos saber isso quiando eu acessar os computadores de La Família. Deêm um jeito de arranjar passagens aéreas de três em três meninas para miami para o próximo fim de semana em vôos diferentes.

  — Acho que no El Burdel tem umas 24 meninas. Eles trazem uma garota nova por mês. No clube eramos 20, todo mês chegava uma  e saia outra para o El Burdel. — Nina faz as contas.

  — Se é assim...  — Serena fica um tempo em silêncio raciocinando. — Eles não devem ter mais de dois anos e meio com o tráfico de pessoas. Se for assim, com La Família temos no máximo 50 garotas, não mais que isso. Agora precisamos saber quantas foram vendidas.

  — Vamos cuidar primeiro da La Família. Precisamos focar em uma coisa de cada vez.   — digo. 

  — Aqui. — diz Serena me entregando uma folha de papel com uma lista enorme de números e códigos de segurança. Ué, por que isso? Mas antes que eu pergunte, ela já começa a explicar. —  Criei cartões de crédito virtuais no nome de algumas meninas para vocês comprarem as passagens aéreas. O dinheiro é real, não se preocupem. Comprem em sites diferentes, por aplicativos diversos, companhias variadas... Se virem. Temos que tirá-las de lá no mais tardar, no sábado.  

Aceno com a cabeça. Nina e eu passamos o resto do dia  comprando passagens aéreas SFO-MIA. Nina sai por uma hora para comprar um telefone descartável e levar ele para a Carmem que aceitou coordenar as meninas de lá para nós. Ela deixa dinheiro para a ida das meninas para o aeroporto também. Elas vão fugir aos poucos e pegarão Uber a algumas quadras do alojamento. Vai ser difícil, mas elas tem que se virar sozinhas nessa etapa.

  — Nunca contamos o dinheiro da mala, Liz, temos que fazer isso. Vai que é mais do que podemos bancar...

— Eu estou com medo de contar. Pode ser muita grana. E isso pertence a alguém.

— Não dá pra adiar amiga...

E lá vamos nós... Já devemos ter gasto cerca de três mil dólares nos aparelhos da Serena, cerca de cinco mil no hotel, e dois mil a Nina tinha levado para a Carmen administrar a fuga das moças.

  — NÃO CREIO, TEM MAIS DE QUATRO MILHÕES DE DÓLARES AQUI... Nem imaginei tanto dinheiro Nina!

— É uma mala de viagem, mas olha, cada maço tem cem notas de cem e aqui temos 430 maços... Quatro milhões e trezentos mil doletas.

— Meninas, desculpe interromper esse momento super péssimo de descobrir uma puta grana, mas parece que a Carmem já liberou o acesso para mim. Ela foi rápida. Mas preciso que vocês venham ver uma coisa...

Ela nos mostra um esquema de garotas vendidas, não para máfias diversas, mas para estabelecimentos como o Battaglia. Que aparentemente são todos da mesma pessoa, apesar de estarem em nome de laranjas... Pertencem a Jim Clark. O filho da mãe é senador da Califórnia! Ele teoricamente é empresário mas provavelmente grande parte de seu dinheiro não vem disso. Vem de meninas imigrantes ilegais que não ganham salário além de gorjetas. O cara é sujo. apesar de político, está enfiado até o pescoço em acordos com máfias, drogas, prostituição tráfico...  Ficamos até de madrugada trabalhando para liberar os passaportes delas e elaborando um plano. 

  — Parece que alguém cairá junto com lá família.... E Miami que nos aguarde... Daqui a dois dias estaremos lá.






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