Capítulo XVIII - O baile

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—Como assim Veneza?

— Ah é onde o nonno mantém uma mansão onde damos nossas festas. Tudo acontece lá, os casamentos, festas, batizados, debuts...— Giovanna tenta explicar como se fosse normal.

— Eu nem acredito nisso...É incrível Liz! Por que essa cara?

— Bem, é por que ontem eu descobri que sou uma Dellatorre, e amanhã tem um baile em outra cidade pra anunciar para todos os bandidos do mundo que eu cheguei no pedaço. Ops! Não era para estar nervosa?

— Ela conseguiu fazer parecer pior do que já é... Não é mesmo Nina?— a traidora da minha amiga assente — Vamos, não seja tão exagerada, é só uma festa... Além disso é um pequena ilha privada no sul da cidade, é seguro Liz. Os convidados tem que chegar de lancha e são todos revistados. Isso é só um social das máfias. Ninguém está lá para fazer estrago.

— Nossa, vocês são uma sociedade à parte queridinha? Agora me tranquilizou.

— Somos e você está nela agora Liz, o nonno só vai oficializar isso. Temos que ir, o carro já está pronto lá na frente.

Eu permaneço em silencio dentro do Alfa Romeo que trouxe eu e a Nina para cá. O caminho é o mesmo que fizemos anteriormente, mas agora quem dirige é a minha prima. Após duas horas estamos de volta à Florença, a cidade linda que não tive tempo de conhecer. O Vito deixou Giovanna com o encargo de comprar vestidos para nós para a festa de amanhã.

— Como vamos pra Veneza Gi?— Nina pergunta.

— Eu acho que vamos de carro. Não é muito longe daqui, três horas de estrada. Passaremos a noite em Florença e vamos até lá de carro. Claro que temos que deixar ele no continente, mas não vai ser problema. Podemos ir de lancha até a Fiore Dell'acqua.

— Vem gente de todas as máfias aliadas do Cosa Nostra?

— Bem, por ser muito em cima da hora, nem todos os capos ou consiglieris vem, mas cada uma delas manda representantes para marcar sua presença. Acaba sendo mais legal, vem mais gente jovem do que velhos quando acontece assim!

— Há algum interesse nisso Gigi?— pergunto sarcástica. Ela finge que me ignora enquanto estaciona o carro.

— Não vai responder, menina?

Giovanna bufa mas responde minha pergunta. —E se tiver? Você sabia que meu ex-noivo traidor foi assassinado mês passado? Estou me recuperando da canalhisse do Ricco, mas não estou morta.— Entro em choque com a declaração dela.

— Olha, sinto muito Liz, não culpo vocês. Você salvou o Cosa Nostra, ele se aproveitou de mim para conseguir visibilidade entre as máfias. Ricco não queria apenas estar no Cosa Nostra, ele queria mais que isso. A ambição dele o levou para San Francisco, mas foi a burrice dele que o matou.

— Tudo bem, eu entendo um pouco seu lado.— a tranquilizo ao descermos do carro —Para onde estamos indo?

— Ah, vocês vão amar. É na próxima quadra.

Mas eu não amei. Quando chegamos achei intimidante e totalmente fora da minha realidade. Logo percebo que a Nina já entrou na loja pulando, seguida pela Gi comigo a reboque.

— Prada Giovanna? Não tenho dinheiro pra isso. Tenho que cuidar das meninas que ficaram em Miami, não posso esbanjar.— cochicho.

—É um presente pra vocês, não se preocupem.

Nina bate palmas, eu queria mesmo é bater minha cabeça na parede com o desperdício de dinheiro.

— Signorita Dellatorre! Que bom vê-la novamente. O que será hoje?

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