Nós estacionamos o carro na parte oeste do Marina Boulevard, perto do final da marina, onde devem ficar os barcos menos usados. Desço do carro, tranco as portas e já desço uma pequena rampa que dá acesso às vagas da marina.
— Precisamos de uma lancha pequena para não chamar muita atenção quando sairmos, mas ela tem que ser cabinada para poder escondê-lo. — Nina fala.
— Certo, mas vamos tentar achar uma que pareça que não é usada há tempos.
— Liz, só no próximo mês que a primavera vai começar, o pessoal não usa muito os barcos de passeio fora de temporada.
Ao falar isso paramos na frente de uma lancha FS 230 Scappare que parece ser perfeita, tem plásticos cobrindo os assentos e ela parece empoeirada, mas dá para ver que está em perfeito estado, só precisava de uma limpezinha.
— Nina, como a gente vai dirigir essa porcaria?
— Ah deve ser parecido com um carro, só não tem os pedais, então facilita pra gente. Olha essa alavanca, deve ser tipo a marcha, mas parece ser tranquilo... Olha, a cabine é pequeninha, do tamanho de uma cama de casal, nem dá para fica de pé aqui. — ela se refere ao pequeno espaço na ponta do barco cuja entrada fica ao lado do assento do motorista.
— Vai servir, vamos rápido, temos que forrar tudo aqui. Trouxe o plástico?
— Aham, e fita adesiva para prender.
— Ótimo.
Após deixarmos tudo pronto, voltamos para o carro para buscar o corpo.
— Pô Nina, não dava para ter esculhambado um carinha menor não? Esse cara é um armário! — esbravejo enquanto luto com o peso que temos que levar até o barco.
— Ah, ainda bem que o barco é perto.
Depois de colocá-lo lá dentro, Nina se senta em um canto para respirar. Me abaixo para pegar um plástico que está no estofamento do banco traseiro. Assim que me abaixo uma luz passa no lugar exato onde eu estava há poucos segundos. Droga!
Nina aperta meu tornozelo e faz sinal para que eu fique quieta. Ouvimos passos se aproximando, mas logo continuam pelo trapiche da marina. Deve ser a ronda noturna, mas essa foi por pouco. Suspiramos aliviadas. Me lembro do cartãozinho que me salvou de ser presa e decido dar uma olhada. Parece ser do dono do barco, é a licença marítima de um senhorzinho com um rosto simpático que se chama Harold Scott. Obrigada, Dear Harold por nos emprestar seu brinquedinho de verão.
Guardo o cartão comigo enquanto nós olhamos ao redor para poder sair da lancha. Ao chegar no carro penso nos nossos próximos passos. Quando Nina fala:
—É... Já são 05:30, acho interessante a gente ir para outra parte da cidade para ter um álibi, e tipo para daqui a pouco tomar café da manhã.
—Pode ser, mas acho que primeiro era interessante a gente achar o carro do Ricco e colocar na garagem para ninguém achar. Vamos passar no apartamento para pegar a chave.Você dirige Nina?
—Dirijo. Vamos lá então.
Volto dirigindo o carro do desafortunado Ricco já que sei qual era a vaga do apartamento que está sem moradores. Até a Mercedes linda e maravilhosa que eu queria para mim estar na garagem do prédio já se passou mais uma hora. Entramos no meu apartamento tirar uma pequena soneca. Pequena mesmo, pois estamos de pé já às 07:30. Agora sim podemos sair do prédio como se tivéssemos passado a noite por lá.
Vou distribuindo "Good Mornings" para os moradores que já estão de pé a esse horário. No caso um senhor que saiu para tirar o lixo, outro cara de meia idade que foi buscar o jornal com o porteiro sonolento e uma senhora que está saindo para passear com seu chihuahua horroroso.
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Baddest
AçãoPAUSADO DURANTE NOVEMBRO DE 2017 - VESTIBULAR #VemDireito (Tô com sdds mas logo volto) Essa é a história da mais nova e influente máfia do mundo. Seu chefe? Uma mulher: A poderosa Liz Novaes. Essa é história de como ela se tornou uma mulher do pod...