• One Shot

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– Olha Jiwoo,  eu não estou te obrigando a ficar comigo, eu só não quero que você corra riscos por estar perto de mim.

A voz rouca do homem finalmente soou no cômodo que tinha se tornado completamente silencioso por alguns minutos. 

Ele não esperava que a loira reagisse de forma positiva, mas também acabou por ficar um tanto chocado com sua resposta, que sua pose de homem duro e frio desmoronou por um curto período de tempo.

Jiwoo ainda estava imóvel, talvez agora que as confissões saíram dá boca do homem, ela tivesse tomado consciência de que não era seguro ficar ao lado dele. 

Ela se levantou para ir embora, mas a mão de Matthew puxou ela pelo pulso fazendo com que a mesma se virasse bruscamente.

– Deixe eu fazer algo, se você quiser pode ir embora depois.

Ele falou em um suspiro ainda sem soltar a garota, a levou para dentro dá sala, saindo dá varanda e adentrando a sala. Depois a levando para as escadas,  quais desceram em silêncio até chegar em algo que Jiwoo deduziu ser um estacionamento não utilizado,  era coberto, espaçoso,  escuro,  e tinha apenas um carro ali.

– Se você não quer que eu te proteja, você tera que fazer isso sozinha.

Ela o encarou confusa, então o homem abriu um armário, deixando uma grande quantidade de armas expostas. Jiwoo arregalou os olhos, naquele prédio tinha absolutamente tudo que ela precisava para que BM fosse preso.

Ele escolheu a dedo uma pistola, e depois pegou sua munição em uma gaveta, assim carregando a arma e entregando a loira. A menina já tinha pegado em uma arma antes, é claro, já tinha recebido treinamento policial, mas não podia deixar isso transparente.

Matthew ergueu os alvos, vários " bonecos" com uma marca na cabeça, era praticamente a mesma forma de treinamento que ela recebera na policia, o que fez ela se perguntar como ele tinha conseguido aquilo.

Jiwoo tinha habilidades com tiro, mas pelo fato de ainda estar trêmula, teve dificuldades em sacar a arma.

– Atira.

O homem falou como se fosse a missão mais fácil e comum do mundo, enquanto cruzava os braços e encostava no armário.  Jiwoo sacou a arma e a destravou.

Me mostre do que você é capaz Jiwoo.

Aquela frase a travou novamente, fora exatamente a mesma que seu pai tinha dito a ela quando estava a treinando.

Um suspiro forte, uma lágrima sem rumo escorrendo de seus olhos sem nenhum motivo aparente, ela puxou o gatilho fazendo com que a bala voasse em direção ao pobre boneco, o atingindo certeiramente no braço, sendo que o alvo era o coração. Ela errou propositalmente, poderia ter acertado se quisesse.

– Nada mal para a primeira vez...  Mas o alvo era outro. 

O homem agora falava como um profissional, de certa forma ele estava impressionado por ela ter dado um tiro certeiro mesmo que no alvo errado, enquanto ele tinha imaginado  que a garota sairia correndo. 

Ele nunca tinha imaginado que veria Jeon Jiwoo com uma arma na mão.

Ele se aproximou de Jiwoo ficando atrás dela e tirando seus cabelos do pescoço os deixando sobre o ombro da menina  e passando a massagear os mesmos.

– Tenha seu corpo relaxado. – Ele esticou seu braço direito segurando o braço da garota, de forma  que o corpo dois dois se chocaram, em seguida ele tocou o rosto dela, fazendo ela olhar fixamente para frente. – Fixa o olhar.  – Ele disse e então levou sua mão até a mão alheia, puxando o gatilho e dando um perfeito tiro no boneco que até se desmontou.

Sorriu satisfeito e se afastou, Jiwoo Atirou novamente, dessa vez com a bala entrando ao peito. Ela queria mostrar para BM o com bom ela era naquilo, que poderia acertar todos os bonecos assim como ele.  Mas ela ainda estava disfarçada,  não poderia fazer a duvida de " onde ela aprendeu isso? " nascer em Matthew Kim. 

Ele a observava orgulhoso e decepcionado ao mesmo tempo.  Orgulhoso por ver que ela era boa, mesmo achando que ela não tinha experiência, e decepcionado por estar submetendo Jiwoo, que achava ser frágil e indefesa a usar uma arma. 

Se aproximou outra vez arrancando a arma da mão de Jiwoo  e lançando para longe, fazendo a pistola prateada raspar pelo chão  e ir parar bem longe dos dois,  sem se importar se sua arma iria estragar ou em quanto havia pagado naquela peça.

– Próxima lição. – Ele se pois em sua frente, ficando levemente inclinado para olha-lá no fundo dos olhos. – Me bate. 

Ele sorriu e Jiwoo se sentiu confusa por um breve momento, mas logo  a vontade de socar  a cara do homem foi maior,  então ela obedeceu - Tentado- desferir socos pelo rosto da mais velho,  mas esses eram prontamente defendidos. 

– Olhe nos meus olhos Jiwoo,  e tente me acertar.

– Porque eu não posso simplesmente te dar um tiro?

Ele riu mas logo sentiu a ardência do punho leve dá garota acertar seu rosto, xingou baixinho logo segurando os pulsos da menor, a deixando por ora imobilizada.

– Bom! – Ele exclamou girando o corpo da garota,  ainda segurando seus pulsos,  puxando seu corpo contra o dele, fazendo que as costas dela batessem em seu peito, então assim a apertou um pouco mais.  – Agora se solte de mim. 

Imediatamente ficou chocada com a aproximação máxima entre os dois, mas logo começou a tentar se livrar dos braços dele, sem usar nenhum movimento ou golpe muito profissional, porem tudo que conseguiu foi cair no chão, fazendo que suas costas batessem bruscamente contra o piso duro e frio, e que Matthew caísse em cima de si ainda segurando seus braços.

O rosto dos dois estavam prestes a se chocar, ele acabou olhando para os lábios da garota, mordendo os dele em seguida.  Teve vontade de beija-lá outra vez, de sentir os lábios macios dá menina contra os seus,  porém foi racional.

– Acho que não é bem isso que você deve fazer. 

Ele se levantou e depois ajudou Jiwoo a se levantar, ela resmungou pela dor nas costas e passou a encarar o homem.

– Eu nem sei porque ainda estou aqui... Eu vou indo Matthew.

Ele suspirou chateado, mas deixou que ela fosse, de qualquer forma não esperava que ela fosse compreensiva com tais notícias.

Jiwoo se perdeu um pouco, mas finalmente saiu do prédio, e suspirou sentindo um sentimento de incapacidade dentro de si. Começou a andar para casa em passos lentos enquanto tentava pensar no que faria, se entregaria o homem, ou se desistirá do caso e fingiria não saber de nada.

Logo chegou a sua casa, foi em passos tão lentos, que o sol já estava se pondo, fazendo que o céu fosse tomados por tons alaranjados, quais Jiwoo sempre achou lindo, mas dessa vez nem se importou.

Abriu a porta, visivelmente cabisbaixa e teve uma surpresa quando viu seu pai em casa, sendo que este tinha ido trabalhar.

– Onde estava Jiwoo?

– Ah... Pai, eu fui... – soltou um longo suspiro, as informações estavam em sua garganta, querendo escapar. – Eu estava... Trabalhando na minha investigação.

A voz saiu um pouco mais baixa e rouca que o normal, e seu pai sorriu.

– Desculpa Jiwoo, acho que você não vai mais precisar trabalhar  nisso...  Sei que o caso era seu,  mas recebemos uma denúncia anônima que muda todo o rumo dá investigação,  vai ser fácil  pegar aquele homem agora. 

ILLEGAL DESIRE ~ bwoo (✅CONCLUIDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora