ILLEGAL DESIRE ~ bwoo (✅CONCLUIDA)

• Fools

A garota abriu os olhos lentamente piscando em seguida várias vezes mas ainda assim não conseguiu enxergar muito por conta da pouca luminosidade que havia no cômodo em que estava. 

Sentiu que estava sobre um colchão gasto e fino, se sentou ali com um pouco de dificuldades e tentou chamar por alguém, mas obviamente não teve sucesso já que havia uma fita isolante sobre seus lábios secos. Tentou ficar em pé, mas suas pernas fraquejaram, de toda forma, não conseguiria ir longe já que tinha seus braços e pernas amarrados.

Se questionava como foi parar ali xingando mentalmente qualquer pessoa que havia a prendido ali, não conseguia entender o porque, mas algo dentro de si, dizia que aquilo tinha algo relacionado a BM.

Tentava se soltar, mas só conseguia falhar e ganhar alguns arranhões e machucados nos pulsos, de todo jeito, mesmo que se soltasse, não teria como fugir dali.  Se sentia mais que um animal preso enjaulado, sentia-se como uma criminosa imunda que fez algo de tremendo horror para estar passando por aquilo, quando na verdade não tinha feito nada.

Talvez estivesse sendo um pouco dramática consigo própria, mas estava com tanto ódio que poderia matar quem a prendeu ali, odiava se sentir impotente e não ter condições de fazer absolutamente nada, mas no momento era a situação em que Jiwoo se encontrava, mas ainda assim não aceitaria essa sentença, sairia dali de algum jeito.

Viu um fio de luz aparecer dentre o quarto enquanto o rugido de uma porta velha sendo aberta machucava seus ouvidos. Viu a imagem de um rapaz entrou, o moreno usava uma máscara que tampava parte de seu rosto junto com um capuz e por mais que Jiwoo tentasse, não poderia distinguir se já tinha o visto antes ou não.

Este homem ascendeu a luz fazendo com que ela piscasse algumas vezes para se acostumar com a nova iluminação do ambiente, o homem caminhou calmamente até ela, ajoelhando a sua frente, e aproximando aos poucos da loira que se encolhia evitando qualquer toque do homem enquanto o olhava com desprezo; não estava com medo,  e sim com raiva.

O moreno levou a mão esquerda até o rosto de Jiwoo o acariciando com levemente com a palma da mão e sorrindo por baixo da máscara, qual ele se livrou logo usando a mão disponível e em seguida sorriu de forma insinuante.

– Você realmente é bonita Jiwoo, ninguém pode negar isso, Matthew sempre teve um bom gosto quando se trata das garotas que ele quer comer...– Jiwoo sentiu a mão fria do homem erguer seu queixo, forçando-a a encarar seus olhos pretos, tombou a cabeça para o lado examinando minimamente o rosto da menina que até então só tinha a observado de longe. – Mas acho que ele se superou em relação a você. – Sorriu perverso antes de aproximar sua boca do pescoço da moça deixando ali um beijo rápido.

Jiwoo que até então não tinha feito nada, passou a tentar gritar mesmo com a boca tapada, como se aquilo fosse adiantar, mesmo se tivesse alguém do lado de fora, seriam capangas do cara e não tentariam ajuda-lá.

Sentia-se tão tola por isso.

Virou o rosto bruscamente enquanto se debatia e tentava chutar o homem que apenas riu e segurou seu rosto com ainda mais força:

– Você não esta sendo uma boa garota Jiwoo, mas cedo ou tarde você vai entender quem manda aqui sou eu. A sua sorte é que você não é meu alvo, eu não vou te machucar, ou pelo menos não muito, mas ainda assim se eu quisesse brincar com você, eu faria. – Soltou o rosto da mulher, rindo e se levantando. – Como você não se comporta, não vai comer hoje, o que de certa forma é bom,  porque eu preciso que você esteja fraca para o que virá...  É bom que não tente fazer nada.

Encostou na porta pensando no quanto podia continuar ali naquele cômodo, podia usar aquela garota o quanto quisesse, ninguém estava ali para impedi-lo e ela não era de se jogar fora. Podia também simplesmente ficar ali e perturba-lá com suas palavras,  contando seu plano e o que faria, plano que ela não poderia impedir... Ou podia simplesmente dizer a ela que BM era um tolo por se tornar tão fraco por conta de uma garota tão diferente dele,  mas ao invés disso, apenas se retirou dali.

...

Matthew saiu da casa de Jay,  queria voltar para sua casa, para a sua vida, mas não demorou muito para que visse sua foto em um cartaz espalhado pela cidade.

Revirou os olhos ajeitando o capuz do casaco e os óculos de grau, junto com a máscara branca que o tornavam irreconhecível.

Sabia que não poderia voltar com suas atividades tão cedo, porra por que sua vida tinha que estar tão fodida? De uma hora para outra tudo se tornou um porre, ele sentia falta de poder andar na rua sem ninguém desconfiar de nada que ele fazia, de poder ir para boates e apenas beber, de poder contar seu dinheiro sujo e o usufruir da maneira que bem entendesse, mas agora ao invés disso, apenas vagava como um rato.

Resolveu então voltar para casa do amigo, enquanto armava algo em sua cabeça, mais especificamente alguma forma de conseguir dinheiro e sair do pais.

Ao chegar na residência de Jay, avistou a casa vazia, não se importou, muito, apenas chamou pelo amigo, e então viu ele sair de um quarto mexendo no celular e perguntando o que ele queria.  Matthew sabia que nem Jay o queria ali, sabia que estava incomodando a privacidade do amigo, que provavelmente queria levar garotas para casa e não fazia por que ele estava ali. Mas também voltar para sua casa com seu primo seria arriscado, e ele já não tinha outro lugar para ir enquanto não conseguisse dinheiro, pois até o seu '"esconderijo secreto " que sempre foi a velha cabana de seus pais, havia sido descoberta.

Por mais que em alguns momentos se arrependesse, não sentia remorso, e no fim das contas sabia que cometeria cada um dos seus crimes novamente,  esse era quem ele era, ele não podia simplesmente mudar isso.

Não podia conter sua cede por dinheiro e por vingança, seu orgulho, sua raiva, seu eu.

Mas a final, do que aquilo importava? Ele era apenas um tolo, que fazia tudo inutilmente, ao fim tudo que fez,  não serviria para nada.

Mesmo com todo o dinheiro do mundo, ainda iria querer mais.

Mesmo matando seus inimigos, faria outros.

Mesmo cercado de pessoas, estaria sozinho.

Mesmo se amasse alguém, esse o deixaria.